terça-feira, 11 de novembro de 2008

SIMBOLO DA ROSA+CRUZ

Capa de livro de autoria de Abel Fernandes,
designer do autor,
direitos autorais registrados por Antonio Abel Fernandes


SIMBOLOGIA DA CRUZ E DAS ROSAS

A Cruz, seja qual for o material com que foi feita, é o símbolo do Reino Mineral.

A Haste Inferior representa o reino Vegetal, cujas forças irradiam do solo e se elevam verticalmente.

Os Braços da Cruz simbolizam o Reino Animal, cujas forças dos Espíritos-Grupos circulam ao redor da Terra horizontalmente, passando pelas colunas vertebrais dos animais, nesta posição.

A Haste Superior representa o Reino Humano. As forças espirituais que sustentam o homem descem através da cabeça, em sentido contrário ao das forças vegetais que sobem.
Esotericamente, o corpo humano é considerado uma planta invertida.

O CORAÇÃO ARDENTE ao centro representa o Amor Universal de Cristo que deve inflamar o coração de todo o verdadeiro cristão. É o símbolo da fraternidade e do Altruísmo.

As letras I.N.R.I. são as iniciais de quatro palavras hebraicas que significam os elementos construtores do mundo material e os quatro éteres que compõem o Corpo Vital do homem.

A CORÔA COM SETE ROSAS é o símbolo dos sete Centros Espirituais de percepção por meio dos quais o Espírito Humano entrará em relação consciente com os vários Planos Espirituais. O funcionamento desses Centros torna o homem CLARIVIDENTE, capaz de ver, ouvir e perceber os mundos espirituais tão bem como percebe o mundo físico. O despertar desses Centros é a verdadeira finalidade da Iniciação.

O TRIÂNGULO com um OLHO, na parte superior da cruz é o símbolo do DEUS-PAI, eternamente presente no íntimo de todo homem. É o eterno Espectador de todos os atos, o Olho que tudo vê e ao qual nada passa despercebido.

O SÍMBOLO DA ROSA-CRUZ resume, assim, de maneira admirável toda a evolução passada, presente e futura do homem e expõe o Método de Realização empregado.

É de grande utilidade o emprego desse perfeito símbolo nas práticas pessoais de Meditação e nas Orações.

As Forças Inferiores não poderão se aproximar ou perturbar um estudante que empregue em suas práticas esse símbolo com perfeito entendimento.

Projetado por uma viva Imaginação nos Planos Mentais ele atrai naturalmente as nobres e elevadas Inteligências dos Planos Internos que reconhecem todo o seu valor, e o consideram como um sinal de DISPOSIÇÃO SINCERA. A aproximação desses Compassivos Seres pode trazer, se houve verdadeiro merecimento, os mais elevados resultados e um auxílio espiritual cada vez mais efetivo.
Texto extraído do MANUAL DA FRATERNIDADE ROSACRUCIANA SÃO PAULO, edição de 1958, págs. 8 e 9.

Durante alguns anos pratiquei exercícios de visualização do símbolo da Rosa-Cruz, tal como é recomendado no Manual Rosacruz, e depois, um dia, comecei a escrever este poema, que levou alguns anos para ficar pronto:

O SÍMBOLO DA ROSA+CRUZ


A nossa cruz inicia-se
pelo pé, ou pela base,
a qual é verde.


Não um verde comum,
mas um verde vivo, repousante,
tranqüilizante,
em degradê,
começando forte em baixo
e atenuando-se,
a medida que vai subindo...


Esse verde representa as florestas,
os bosques, os pomares,
os campos e os jardins,
os sublimes e santos jardins...
Aqui a Primavera tece
as mais finas tapeçarias,
os mais lindos arranjos florais
e os mais delicados cálices,
onde as ninfas, as fadas
e os elfos
vêem beber aromas
e adornarem-se com a Beleza...

O Reino Vegetal é o reino da vida.
Aqui a vida flui
maravilhosamente.
A seiva sobe vertiginosa para o alto
e se transforma em galhos,
folhas, flores,
sementes e frutos...


Sede fecundos
e multiplicai-vos
sobre a face da Terra!
Disse o Criador de todas as coisas.


O vegetal é, por excelência,
a expressão mais forte da vida...
Essa vida que está em toda parte,
até nas profundezas escuras
dos mares...


Nos desertos,
onde a areia queimada
geme de esterilidade,
cresce o cacto.
E a Natureza mostra
sua bondade infinita
quando constrói oásis
no meio dos desertos...
Esses desertos
seriam intransponíveis
se não fossem os Oásis...

Oh! homens da cidade,
que viveis sepultados
sob toneladas de concreto armado!
Olhai as matas verdejantes,
as florestas sombreadas,
os prados, as campinas,
e dizei-me, homens,
onde encontrareis tanta vida,
tanta variedade de seres vivos
em perpétuo labor
florescimento e frutificação?

Onde encontrareis tanta paz
e harmonia,
tanta beleza, fartura,
abundância e plenitude?
Tanta doçura nos frutos
e tanta delicadeza nas flores?

“Filho meu.
Não deixes a instrução de tua mãe!”
Diz Salomão, o rei da Sabedoria.
Vossa mãe é a Natureza,
cuja mensagem é a vida.
Imita-a e faz da vossa alma um jardim.
Sede pródigo em bondade,
como a árvore que dá sombra,
flores e frutos...
Que acolhe em suas fartas ramagens
os rouxinóis, as cigarras e as abelhas...


Eis o que diz
o Grande Arquiteto do Universo
a sua esposa, que é a Natureza,
nos formosos versos
do “Cântico dos Cânticos”, do rei Salomão:

“Levanta-te querida minha,
formosa minha, e vem.
Porque eis que passou o inverno,
cessou a chuva e se foi;
aparecem as flores na terra.
Chegou o tempo de cantarem as aves
e a voz da rôla
ouve-se em nossa terra.
A figueira começou a dar seus figos
e as vides em flor exalam seu aroma.


Levanta-te querida minha,
formosa minha, e vem.
Pomba minha
que andas pelas penhas
dos penhascos,
nos esconderijos das rochas escarpadas,
mostra-me teu rosto amável!”

O Reino Vegetal,
o qual está simbolizado na cruz
pela haste do pé
é, por excelência,
o reino das forças vivificantes,
o reino dos elixires
e dos licores mágicos.

Daqui emana o Soma,
bebida mágica, sagrada e iniciática,
dos antigos indianos...
E também o peiote, cacto santo
que leva os índios Yaquis,
a conhecerem conscientemente
o outro mundo!
E o mágico elixir
dos Druídas misteriosos...
Daqui brota Hoasca,
o maravilhoso chá sublime
que abre as portas do invisível
e dá força e luz aos homens
para conquistarem a Paz
e o Amor em suas vidas...


Daqui jorra o mel que dulcifica,
o mel que alimentou Sansão,
o poderoso alquimista bíblico,
aquele que “tirou do comedor a vida
e do bruto a doçura”.


Daqui emana a força
que cura e regenera.
Toda a medicina de Paracelso
sustentava-se sob esse reino.

Os artistas, os poetas,
os pintores e os arquitetos
encontram, aqui,
inspirações sublimes
e imorredouras
para ilustrar e colorir
suas obras de arte.
Diz-se que Leonardo da Vince
extasiava-se
diante de uma flor!

Ah! Homens!
Quando compreendereis
e recordareis
que viestes do seio da Natureza!
Que outrora fostes puros, inocentes
e ainda não éreis contaminados
pelas ilusões do mundo,
pelas ganâncias das posses,
pelos hábitos mecânicos,
pelos vícios, pela correria
e pela pressa geradora do “stres”
e das doenças psicológicas?
Nesse tempo vivíeis
nos campos, nas matas
e nas florestas,
em contato direto com a Natureza...

Nesse tempo
éreis felizes,
sadios e sábios!
Éreis homens de verdade,
não bonecos,
autômatos,
criaturas frágeis e medrosas
cheias de falsas idéias
e fantasias
sobre si mesmos,
como hoje...

Um dia sabereis
que sois filhos do Reino Vegetal
e para ele havereis de voltar
se quiserdes sobreviver!

Um dia sabereis
que o Reino Vegetal
é a fonte da vida,
a fonte da cura
de todas as doenças,
e que por trás do Reino Vegetal
há seres muito mais avançados
e evoluídos do que vós
e que estão prontos a auxiliar-vos
a libertarem-se do jugo
da escravidão de que fala
o apóstolo Paulo!

A renovação e restauração
do mundo dependem mais
da UNIÃO DO VEGETAL
com o homem
do que de todos os outros Reinos
da Natureza!

Porém, até aqui só falamos
da haste esverdeada da cruz.
Essa haste começa
com um verde
semelhante ao musgo
e, a medida que vai subindo,
vai se atenuando,
suavizando-se,
tornando-se mais leve, transparente,
até encontrar-se
com o madeiro horizontal,
o qual é vermelho.
Um vermelho
semelhante as brasas
de uma fogueira
ou como o reflexo mágico
de um rubi indiano.

Nesse vermelho
está a serpente
que tentou Eva
e os doze touros
que sustentavam
a grande pia batismal
do antigo templo de Salomão...

Nesse vermelho
também está
o leão escarlate
de que falam os alquimistas
(e foi desse leão
que Sansão extraiu o mel) ,
e esse leão é também
o mesmo leão
das lendas mitológicas
e o mesmo leão
da cova de Daniel!

Aqui também está a águia
que trazia o néctar sagrado a Zeus,
quando criança
e a pomba que apareceu no batismo
do Jordão...
E também os cães
que acompanhavam Diana, a caçadora...
E o bezerro de ouro
da antiga Torá...
E mais a ovelha perdida
da parábola cristã!
Pois é aqui que a vida adquire movimento!

Se o madeiro vertical da base
que é verde
representa o reino das forças vitais,
o madeiro horizontal
que é vermelho
representa o reino das forças motoras.
É aqui que a vida se move
em todos os reinos
e em todos os mundos!
É aqui que a vontade age no corpo,
o espírito se movimenta na força,
o pensamento voa na forma
e o desejo se realiza na matéria!

O vermelho do madeiro horizontal
possui sete tonalidades diferentes.
A tonalidade mais baixa
é vermelha como o sangue.
As outras, a medida que vão subindo,
vão se atenuando gradativamente,
e a mais alta de todas
é a mais leve,
de um vermelho alaranjado róseo
semelhante ao rubor suave
que o sol refrata nas nuvens ao amanhecer.


Nas três tonalidades inferiores
medram os desejos baixos,
os impulsos brutais
e violentos,
e é essa parte
que precisa ser dominada
urgentemente
pelo discípulo
que quer avançar
na senda.

Nessas três tonalidades
estão as paixões,
os desejos sensuais, a cobiça,
a inveja, a luxúria,
a raiva, a ganância, o egoísmo,
e tudo o que brutaliza
e materializa o homem...

Nesse reino
essas forças cegas e mecânicas
revestem-se com formas grotescas,
brutais, monstruosas
e hediondas...

Todo o trabalho das religiões
é o de libertar o homem
desse lado sombrio,
e o maior empreendimento,
a tarefa mais virtuosa,
o trabalho mais divino dos estudantes
que querem melhorar e evoluir
é saírem desse pântano,
escaparem das garras
dessa gigantesca hidra
e desse monstruoso dragão
de três cabeças flamejantes...

Na quarta tonalidade brota a força
que sobe e desce,
a balança mágica
que todo o aspirante
deve aprender a equilibrar
e nas três tonalidades superiores
crescem os desejos bons,
os impulsos espirituais e divinos!


Imaginai um mundo
todo feito de luz e música!
Um mundo onde reina a beleza,
a harmonia,
onde tudo é alegre e festivo...
Onde os seres se revestem
de formas harmoniosas,
onde não há tristeza,
nem dores, nem pobreza ou miséria...

O chão é repleto de flores
e gemas preciosas
de todas as cores...
No ar vêem-se pássaros e borboletas
com as cores do arco-íris.
Todos os animais são belos e mansos!
As pessoas vestem-se com roupas leves,
coloridas, elegantes, harmoniosas
e mostram sempre rostos sorridentes...

Nada aqui é grotesco, desarmonioso
ou de mau gosto.
Ao contrário.
A beleza aqui é a nota chave de tudo!
As paisagens são repletas de árvores frutíferas,
as campinas são salpicadas
de flores a exalarem no ar
perfumes maravilhosos...

Há rosas espalhadas por toda parte.
Aqui não anoitece...
Ninguém precisa se alimentar...
Não chove, não faz frio, não neva...

Não há furacões, nem tempestades...
Há sempre uma brisa fresca soprando,
trazendo aromas suaves e inebriantes...
O sol, aqui é eterno...

Nessas três regiões superiores
encontram-se as forças
que movem os artistas,
os poetas
e os santos...


Aprofundamo-nos mais
nessas regiões.
Eis que se abrem as cortinas
de um novo mundo
desconhecido
da humanidade comum!
Um mundo que sempre existiu,
sempre esteve presente,
muitos santos e profetas
falaram dele,
muitos já entraram nele
por um momento
e depois voltaram a terra
e imediatamente
esqueceram-se dele...

Muitas vezes
estivemos ali em sonho,
mas ao acordarmos,
sempre nos esquecemos...
Este é o céu,
de que falam as religiões...


Nesse mundo maravilhoso
existem formas modeladas
com as mais belas
e desconhecidas cores...
Aqui vibram no ar
como se fossem bandos de pássaros
ou borboletas
belíssimos poemas.

Arrebatadas e doces canções
flutuam na atmosfera
a espera
que algum poeta
as capturem
como se captura uma ave rara...
Quadros,
desenhos e pinturas magnificas
estão espalhadas por toda parte
prontas a serem recolhidas
por espíritos de artistas...
Aqui há fadas,
duendes, silfos, elfos,
a voarem alegres
na atmosfera perfumada,
e todos sabem contar
lindas e inéditas histórias
aos escritores que conseguem elevar
seus olhos e ouvidos
até essas regiões superiores.

Aqui há edifícios
e castelos esplêndidos,
paisagens extraordinariamente belas
e divinas...
Seres suaves e meigos
como os querubins de Fra Angélico
ou as madonas de Da Vince.
Aqui está o Filho do Homem
no seu trono de Luz
cercado por legiões de gênios bons
que vivem a clamar:
Santo! Santo! Santo! É o Senhor!
Porém, não devemos parar aqui...

Lá em cima, na cúpula mais alta,
na parte mais elevada da cruz,
brilha um amarelo celeste
como o fulgor de muitos sóis reunidos.
Aqui, a cor reinante é o dourado...
O ouro é o símbolo da inteligência.
Nesta parte
se encontra a Pedra Filosofal
de que falam os Alquimistas.

Esse amarelo vai descendo
e se esparrama
por todas as partes da cruz.
A inteligência do Criador
vibra e palpita em tudo,
em toda parte!

Aqui encontram-se todos os livros
da sabedoria antiga
e brilham com incomensurável fulgor
a Divina Comédia, de Dante,
a República, de Platão,
a Jerusalém Libertada, de Taine,
a Nova Atlântida, de Bacon,
a Cidade do Sol, de Tomaso Campanella.

Os poemas de Homero, Virgílio,
Ovídio, Goethe,
as Fábulas de La Fontaine,
de Apuleio, Esopo,
as tragédias de Esquilo, Sóflocles,
Euripedes,
as Orações de Demóstenes,
as histórias de Xenofonte,
as filosofias de Platão,
de Aristóteles, de Sócrates,
as matemáticas de Pitágoras,
Arquimedes, enfim,
toda a majestade da Sabedoria Antiga
aqui refulge como o reflexo
de muitas estrelas.

Aqui brilha com sublime beleza
todos os livros de Moisés, Salomão...
Todo o conjunto de obras
que formam o Velho Testamento.
O Peregrino, de João Bunyan,
os aforismos de Buda,
os provérbios de Confúcio, Lao Tsé,
os poemas de Tagore, Gibran
e todas as narrações dos Evangelhos
Aqui refulgem com gloriosa luz!...
Enfim todas as grandes filosofias
e todos os livros mágicos e herméticos.
Aqui se ouve a doce música das esferas...

Eis, portanto, na íntegra
a sagrada cruz,
o mais antigo, o mais belo
e o mais precioso símbolo
que Deus colocou
nas mãos dos espíritos dos homens!

Mas, só a cruz não basta!
É preciso que haja nela rosas.
Coloquemos, portanto,
sobre a nossa bela cruz colorida,
no lugar onde se cruzam os madeiros,
uma coroa feita de sete rosas
suaves e doces
cujo aroma nos alegra e embevece.

Essas rosas são em cores brancas,
amarelas, rosadas e vermelha.
Representam as sete virtudes:
Fé! Esperança!
Caridade! Justiça! Firmeza!
Prudência e Temperança!


São sete luzes ao redor do espírito
para iluminar seu caminho.
São os sete candeeiros de ouro
em redor do Cristo
visto por São João no Apocalipse.
Sobre essas sete lâmpadas
se ergue o Espírito humano,
cingido por um manto de suave luz,
trazendo na fronte heróica
o mágico selo da imortalidade.

No centro da cruz,
onde se cruzam os madeiros
e bem no meio da coroa de rosas,
está o coração ardente e sincero,
o coração que ama,
que aspira...

Esse coração está cercado
por uma coroa de espinhos
semelhante a que Jesus crucificado
traz sobre a cabeça.

Desse coração
emana um fogo escarlate.
Esse fogo é o fogo do amor...
O fogo da fé
e da inspiração divina.
Cada vez que pulsa muito fortemente
recebe um ferimento da coroa que o cerca...
Essa coroa é o mundo,
com seus espinhos.

Lá em cima
onde brilha o amarelo da inteligência
está o triângulo mágico
com o olho azul de Deus,
o olho maçônico,
que tudo vê, tudo registra
e ao qual nada passa despercebido.

Por intermédio desse olho
o homem se torna dono
da Memória da Natureza
e da Luz Astral.
Sabeis o que é a Memória da Natureza?
É a Memória do Mundo,
da Terra, onde está registrado
todos os acontecimentos,
todos os fatos e eventos,
a vida de cada ser,
desde o nascimento até a morte,
seja a de um gafanhoto,
de um peixinho,
de um elefante ou de um homem!

Nesse grande Livro Invisível
está escrito tudo, minuciosamente,
de onde a Terra surgiu,
quantas voltas já deu
em torno de si e do Sol,
quais os seres do espaço cósmico
que já vieram visitá-la,
quais as marcas que deixaram
tanto em sua face
como nas almas
de todos os espíritos viventes
que sobre ela existem...

Nessa Memória Universal
está registrado
a vida inteira de um homem,
desde sua primeira respiração
até o seu último suspiro
antes de morrer...

Tudo o que ele pensou,
sentiu, falou e fez...
Tudo nos mínimos detalhes!
E ao homem treinado, exercitado,
ao homem que aprendeu
a concentrar-se
e mergulhar profundamente
nos mundos invisíveis,
a ele é dado acesso
a essa extraordinária Memória
e saber muito!

Muito sobre sua própria vida,
em primeiro lugar,
e depois sobre a vida
de toda e qualquer pessoa,
viva ou morta!
E existe muitos meios
de se desenvolver e treinar
essa capacidade!

Um deles é através da concentração!
Da meditação!
Da visualização!
E há também plantas sagradas,
bebidas e chás
provenientes da mãe Natureza
que possibilitam ao homem
ter acesso
a essa maravilhosa
Memória da Natureza!

E a Luz Astral?
Sabeis o que é essa Luz?
Essa Luz é a Alma do Universo...
Ela compenetra tudo,
envolve tudo, preenche tudo,
vivifica tudo e está em toda parte!
Ela é fixa e volátil!
Vibrante e extática.
Brilhante e opaca...

Possui formas e cores deslumbrantes,
em contínuo movimento
para dentro e para fora,
em perpétuo vai-e-vem...
Para cima e para baixo,
para a esquerda e para a direita...
Ela atrai e repele...
Preenche e esvazia,
solve e coagula...
Ela da vida e mata!
Aos que sabem dirigi-la,
ela os torna poderosos,
capazes de comandar os espíritos
e dirigir as forças da natureza.

Aos que são obcecados
e não têm controle sobre ela,
aos que são escravos
de suas manifestações,
como os viciados, os alcoólatras,
os médiuns passivos,
os extáticos, os sonâmbulos,
os loucos, os fanáticos, os exaltados,
os descontrolados,
medrosos e fracos de vontade,
ela os domina, os manipula,
os escraviza e rouba-lhes as energias
tornando-os mórbidos,
enfraquecidos,
pálidos e sonolentos...

Essa Luz invisível
Age nos sentidos internos dos seres...
Pode alegrar ou entristecer,
Animar e desanimar,
Fortalecer e enfraquecer,
Clarear ou obscurecer,
Expandir ou recolher-se,
Orientar ou confundir,
Rejuvenescer ou envelhecer,
Curar ou adoecer!

Nos homens calmos, tranqüilos,
relaxados, despreocupados,
bem humorados
ela é brilhante, expansiva,
vibrante, forte, cálida, viva
e age como um escudo que repele
todas as vibrações negativas...
E atrai as positivas...

Nos homens nervosos,
agitados, faladores, inquietos,
ela é opaca, recolhida, fraca,
cheia de buracos,
e facilmente é atacada e dominada
por vibrações inferiores
do baixo astral...

Portanto, para o homem fortalecer-se
e livrar-se
das manifestações negativas
do astral inferior é aconselhável
praticar exercícios contínuos
de concentração, meditação,
visualização, relaxamento,
respiração profunda,
vestir-se com roupas leves, arejadas,
em cores harmoniosas,
alimentar-se de forma frugal,
ser atencioso nos pensamentos,
sentimentos, palavras,
amar a boa música,
cultivar as boas amizades,
os bons costumes!
E fazer parte de uma Religião,
Grupo, Escola ou Fraternidade!

Como dizíamos,
na parte mais alta da cruz
está o triângulo
com o olho azul de Deus.
Por intermédio desse olho
o homem se torna dono
da Memória da Natureza
e da Luz Astral.

Aquele que atinge o seu mistério
torna-se dono do passado,
do presente e do futuro.
Conhece toda a história do Universo.


Lê e vê no presente
tudo o que quer
sem precisar mover
um só músculo do seu corpo.
Conhece o futuro
como a palma da mão...
Esse é o olho que todo o estudante,
discípulo e aspirante
deverá, um dia, conquistar!

Em cada ponta de cada haste da cruz
existe uma letra.
São quatro letras que, reunidas,
formam o nome INRI.
Essas letras possuem três significados.
Um deles representa o enunciado
que diz: “TODA A CRIATURA
VOLTA AO CRIADOR”.
Tudo o que o homem exterioriza de si,
em pensamentos, palavras e atos,
tudo isso são criações que,
por uma lei justa e invariável,
um dia retornarão a ele...
Trazendo consigo
todo o bem ou mal
que produziram no mundo.

Isto nos oferece uma sublime esperança:
É a de que,
sendo nós emanações de Deus Pai
haveremos de retornar ao seu seio...
Essas quatro letras
também significam EQUILÍBRIO.
Elas estão colocadas na cruz
de uma maneira harmoniosa.

E representam, também,
as quatro forças elementares:
fogo, ar, terra, água,
as quatro figuras da esfinge egípcia,
(mulher, águia, leão e touro)
as quatro estações do ano,
os quatro pontos cardeais,
e os quatro éteres
formadores das quatro atividades
do nosso corpo físico,
ou seja, crescimento e estabilidade,
propagação e faculdade criadora,
sensação e calor próprio
e memória e intelecto.

Finalmente vamos nos encontrar
com o mais importante
dos símbolos da Rosacruz,
o mais sublime de todos,
que é a estrela flamejante
de cinco pontas.
Ela é de cor azulada e dourada,
e é a mesma estrela
que brilhou um dia
no céu de Jerusalém,
quando do nascimento
do menino Deus
e que guiou os três Reis Magos.

É o mais augusto talismã
que todo o aspirante,
discípulo e praticante
das Ciências Ocultas
há de conquistar.

Quem o possui
domina os quatro elementos
da Natureza
e as quatro forças elementares.
Todos os gênios maus,
“magos-negros”,
forças negativas errantes,
larvas astrais
e espíritos inferiores
fogem desse símbolo
que é a expressão da mais pura luz.

Esse símbolo representa
a aura do homem
que despojou-se dos maus hábitos,
que acendeu os sete candeeiros de ouro
(as sete virtudes)
e abriu o livro dos sete selos.

Aí está portanto
o sagrado símbolo da Rosa+ruz.
Esse símbolo encerra em si
todos os símbolos mágicos e herméticos,
desde o ponto,
origem de toda figura geométrica,
até o círculo,
que simboliza a Obra Perfeita,
porque não possui lados.

O círculo é também o símbolo
do movimento perpétuo,
e aquele que for capaz
de fazer um quadrado girar
permanentemente
em torno de um ponto fixo
terá descoberto
a quadratura do círculo.

Abel Fernandes
(década de setenta, com algumas correções
e modificações em 2005)

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