terça-feira, 25 de novembro de 2008

CARTAS AO PROF. LOURIVAL...

Durante o tempo em que freqüentei a Fraternidade Rosacruciana São Paulo eu era um estudante bem esforçado. Escrevi muitas cartas nessa época ao prof. Lourival Camargo Pereira, fundador e instrutor dessa grande Escola Espiritualista e Esotérica situada na capital paulista, e todas essas cartas reunidas formam um livro chamado “CARTAS DE UM ESTUDANTE ROSACRUCIANO - ao Prof. Lourival Camargo Pereira, um Instrutor.”, que será publicado futuramente. No Boletim Rosacruciano de março/abril de 1966 o professor Lourival publicou algumas, e depois em 1982 ele publicou outras, as quais vão aqui transcritas fielmente tais como foram publicadas na época, para leitura e estudo dos estudantes novos.

Boletim Rosacruciano de Março/abril de 1966, págs. 29, 30 e 31

UM BOM AMIGO NOS ESCREVE

Querido Professor Lourival C. Pereira:

Há muito que estou querendo escrever-lhe, e aproveito o dia de hoje, tão bom e tão fecundo, para fazê-lo. Tenho diversos assuntos em vista e vou explaná-los da maneira mais simples e clara. Faz algum tempo consegui, com grande sorte, comprar de um livreiro a coleção quase completa das INSTRUÇÕES RESERVADAS, e delas tenho me valido para estudo.
Depois que comecei a dedicar-me de corpo e alma ao estudo e à prática dos Ensinos dos Estudos Rosacruzes transmitidos por Max Heindel, minha vida mudou completamente. Adquiri mais força de vontade mais confiança em mim mesmo, mais equilíbrio, mais entendimento; deixei de fumar, de ler desregradamente, de alimentar desejos inferiores, de pensar no mal, de falar sem necessidade. O ambiente tornou-se melhor e minha saúde fortificou-se. Consegui compreender definitivamente o valor extraordinário da Oração Científica, e o que é mais importante, tenho sentido algo excepcional, inenarrável, compenetrando-me e impelindo-me para o Alto, para Cristo.
Quero aproveitar a oportunidade para agradecer-lhe de todo o coração, de toda minha alma, por tudo o que o Sr. tem feito pela Fraternidade; pelos seus escritos, pelos seus ensinos, pelos seus estímulos, e principalmente pela sua extraordinária obra “O EVANGELHO REDIVIVO”, a mais completa e perfeita interpretação dos Evangelhos que já vi. Tudo ali é lógico, profundo, prático. Tudo se nos apresenta com uma clareza e simplicidade incomparáveis. Não estou querendo elogiá-lo, porque sei que o Sr. está muito longe de pretender elogios. Quero apenas trazer-lhe mais uma demonstração de que o Sr. está, de fato, oferecendo algo excepcional, realmente divino, à Humanidade. Mesmo as suas críticas contra o Espiritismo, e contra todas as religiões interesseiras, são de inestimável importância pela sua forma realística.
Mas. . . quem sou eu para emitir opiniões diante de tão elevada obra! Desejo profundamente, e de todo o coração que Deus o ilumine e o esclareça cada vez mais, porque realmente a Humanidade precisa do seu trabalho e do seu esforço.

Faz relativamente pouco tempo que comecei a praticar com assiduidade (três semanas, mais ou menos), e o que tem causado mais espanto são os efeitos que surgiram, de uma maneira tão inesperada. No inicio lia apenas as preces, com o pensamento, porém, depois que comecei a pronunciá-las em voz alta, algo estranhamente espiritual e novo aconteceu. Adquiri um conhecimento verdadeiro de que a PALAVRA, quando pronunciada com plena firmeza e confiança, transforma-se numa “entidade viva”, que fará tudo para realizar-se no plano físico. Através da nossa sensibilidade sentimos a presença desses seres que nos rodeiam e nos impelem sempre à prática do bem. São semelhantes a anjos (pelo que tenho percebido) e se revestem com cores azuis leves, e quando caímos em silêncio eles tentam transmitir-nos vibrações de paz, de amor e confiança. Talvez eu esteja confundindo as coisas, porém, se assim for, peço-lhe desculpas, pois estou apenas expondo sinceramente o que senti. E agora, eis como pratico:

Sento-me muito comodamente, relaxo todos os músculos, e procuro estabelecer em mim uma paz e uma tranqüilidade profunda de espírito, não deixando penetrar em mim nenhum pensamento ou imagem. Após isso, começo a visualizar o Símbolo da Cruz e das Rosas. Vejo-a com a haste inferior muito verde, de um verde vivo, tranqüilizador, e depois vou subindo, de maneira que o verde vai se atenuando, suavizando-se, até encontrar-me com o madeiro horizontal, que é muito vermelho, de um vermelho escarlate, representando o sangue e as espécies animais. Após isto, subo para a parte superior da Cruz, a qual é amarela, de um amarelo mais vivo do que o ouro, mais refulgente do que o Sol, e pleno de vitalidade. Após isso, vou descendo, de maneira que o amarelo vai se mesclando aos poucos com as cores inferiores. Esse amarelo representa a inteligência. A Cruz é semelhante a que aparece na capa dos Boletins, isto é, com os três semicírculos em cada ponta. Depois de a Cruz estar perfeitamente nítida (pelo menos é o que estou tentando alcançar), coloco-lhe a coroa de sete Rosas, das mais belas e suaves, tentando sentir o próprio aroma emitido por elas.
Feito isso medito sobre o significado das Sete Rosas, que são os sete centros de percepção do corpo de desejos, os quais, devidamente desenvolvidos, nos permitirão caminhar conscientemente nos planos internos. Após isso vou colocando o coração, rubro, palpitante de vida; o Triângulo com o Olho, o qual pintei de azul, para representar o Pai. As quatro letras são colocadas, e por fim a Estrela Flamígera, a qual vejo de um azul muito suave, quase sagrado, espiritualizado, com a periferia amarela, semelhante a do Sol. À medida que vou colocando esses símbolos vou meditando sobre os seus significados. O Coração representa o Templo místico, o vaso sagrado, no qual habita o Espírito Santo, O triângulo com o Olho representa o PAI, que tudo vê, tudo registra, e a Quem nada passa despercebido. Atrás do Mistério que as Rosas ocultam está o CRISTO, o Sol Espiritual, a mais refulgente Luz, sob a qual se ergue, majestosa e sempre magnífica, a Cruz do nosso corpo físico. As quatro letras são os Quatro Éteres, e a Estrela Flamígera é a aura do homem que alcançou um grau mais ou menos elevado na Evolução.
Depois disto, após conservar o símbolo por um momento na mente, pronuncio com toda a firmeza as seguintes palavras, extraídas do Ritual: “No símbolo sagrado da Cruz e das Rosas se ocultam os mais augustos Mistérios da Redenção e da Ressurreição Espiritual do gênero humano!”.

Logo que termino o exercício de visualização, começo a pronunciar as Orações que, comumente, são em número de sete. A primeira é a Prece do Estudante Rosacruz. Esta prece, segundo o que tenho notado, possui em si um poder extraordinário para compelir-nos ao Bem, e aumenta o nosso amor a Deus e ao nosso próximo, assim como fortifica a nossa Fé, nossa confiança e nossa força de vontade.
Depois, passo para a Oração Fraternal. Ela possui o poder de despertar em nós o Entendimento Espiritual, e quanto mais fé e confiança depositamos nessa Oração, mais se torna evidente em nós essas capacidades. Ela nos oferece qualidades essenciais, indispensáveis, e nos impele com uma força realmente dinâmica para tudo o que é bom, nobre e fraternal.
A terceira é a Oração Coletiva. Ao pronunciá-la, faço-o com todo o meu amor, com toda a confiança, e vou divisando os rostos alegres e sorridentes dos Irmãos, assim como a parte interior do Templo, com seus bancos, suas paredes, a mesa, e procuro ver todas estas coisas de uma maneira especial, isto é, tudo compenetrado por uma atmosfera de Paz, de Amor, de Harmonia. Às vezes tento divisar a própria Corrente se formando na hora do Ritual.
Após uma pequena pausa, passo para a Oração Rosacruz, que é de uma beleza celestial. Para mim ela se assemelha a um poema mágico, cujo efeito é o de despertar em nós as faculdades espirituais, oferecendo-nos um meio real e bom de ensinar aos nossos semelhantes as Verdades que conhecemos.
Depois, passo para a Súplica do Espírito. que é em si um poema da mais profunda beleza. Lembra-nos o Espírito Virginal, passando pelos diversos reinos da Natureza; sua paz, sua libertação, sua ressurreição. São suas angústias, seus sofrimentos, é por fim uma prece que todo o praticante deveria procurar “entender” no que ela possui de mais profundo e verdadeiro, pois seus efeitos são realmente extraordinários.
Depois passo para a Oração Científica do Signo Ascendente Gemini, que inclui justamente aquilo de que mais necessito. É como um bálsamo para as minhas fraquezas. Por último pronuncio a Invocação com o qual encerro o meu ritual.
Costumo também, após essas preces, emitir vibrações de Saúde e Felicidade para algum amigo ou parente.
As orações mais simples pronuncio-as três vezes cada uma, e a Súplica do Espírito e a Invocação uma só vez. Tento viver a oração, compenetrar-me de sua essência, vibrar com suas palavras. Pronuncio-as como se estivesse declamando um poema de profunda beleza. A oração pronunciada desta maneira age sobre nós como um verdadeiro manto de luz, balsamizando todas as fibras do nosso ser. Até o nosso corpo sente-se compenetrado pela Vida que brota dessas preces. Oh! Se todos compreendessem quão grande é a Fé. É necessário depositar nossa alma em tudo o que fazemos, para que construamos algo verdadeiramente sublime.

Prezado Professor!
Antes de mais nada quero dizer-lhe que estou me sentindo admiràvelmente bem. Contudo, coisas estranhas tem-me acontecido. Emprego aqui a palavra “estranhas” por não encontrar outra melhor, porém, bem sei que as coisas que me acontecem são tão normais como o sono, ou a fome, ou qualquer outro fenômeno puramente físico. O primeiro fato digno de nota que me aconteceu passou-se numa noite, após o jantar. Acabada a refeição, sentei-me à mesa para escrever um artigo para minha própria meditação. Estava nesse dia mais ou menos “exaltado”, e em dado momento senti que escrevia febrilmente. Não cheguei a escrever cinqüenta linhas e tive de parar, pois a exaltação era demasiada, e os meus braços se arrepiavam estranhamente.
Levantei-me da mesa, fui até a cozinha fazer um chá para acalmar-me. Depois voltei ao artigo, e tratei de terminá-lo. Li algumas preces e fui deitar-me. Comecei a fazer o exercício de Retrospecção, quando em dado momento, sem que eu percebesse “como”, surgiu-me à mente um rosto. Porém, era um rosto deformado, e como ele não se afastasse, como devia ser normal, senti um pouco de receio. Tentei trocá-lo por outra imagem, e senti minha aparente impotência, devido ao receio, contudo não perdi a calma, e fiz tudo para conservá-la, pensando em Deus, até que adormeci, para levantar-me plenamente normal no outro dia. Desse dia em diante nunca mais vi o tal rosto.
Há dias atrás, outro fenômeno semelhante ao primeiro teve lugar em minha mente. Acabara de iniciar um artigo sobre o Mundo de Desejos, baseando-me no “Conceito”; e como já estava mais ou menos cansado, fui deitar-me. Na cama comecei a meditar sobre o Mestre, que haveria de aparecer-me tão logo estivesse preparado para recebê-lo, e, de repente, vi, com uma nitidez extraordinária, um rosto. O rosto sobressaia de um fundo violeta, e era de um amarelo bronzeado e ardente. Estava com um capuz semelhante aos rajás, e tinha os lábios secos, como os daqueles que vivem nos desertos. Tentei afastá-lo, para ver se não passava de um fenômeno puramente mental, e vi que não era, e senti que devia aproximar-me mais dele para observá-lo melhor. Confesso que ainda assim me impressionei um pouquinho, porém conservei toda a minha capacidade de controle. Depois que o rosto sumiu fiquei a ver seres estranhos, fantásticos, porém com menos nitidez, os quais pareciam sombras em meio às trevas. Não senti nenhum receio, e continuei absolutamente despreocupado, até adormecer-me.
O último dos fenômenos da mesma natureza se passou há poucos dias, também à noite. O interessante nestes fenômenos é a rapidez com que êles surgem na mente. Desta vez não foi um rosto, mas um cachorro de aspecto fantástico, olhos amarelos, garras agudas, que pareceu mergulhar sobre mim e fundir-se em meu ser. Também não senti nenhum receio, e logo consegui adormecer, sem que nada de anormal me sucedesse.
Outro fato interessante que me tem acontecido é o de às vezes me sentir balançando de um lado para outro no corpo; sinto-me girando, rodopiando. É algo tão esquisito que não consigo compreender, pois, embora me sinta balançando ou rodopiando, o meu foco de visão das coisas não se afeta.
Tenho dedicado estes dias ao estudo e à prática das Orações, e por isso estou mais ou menos compenetrado por esta Luz sublime e harmoniosa que é a CORRENTE ESPIRITUAL da nossa Fraternidade. Faz algumas semanas apenas que iniciei a prática das orações e tenho realmente sentido suas benéficas influências. Sinto-me compenetrado por um ambiente de Amor, de Paz, como se tivesse sido banhada por uma intensa Luz Regeneradora; é nesses momentos que sinto uma vontade suprema de continuar caminhando, sempre, rumo a tão elevado Objetivo, que é o Cristo Interno, Certa manhã, ao estar lendo um dos artigos do Iluminado Irmão Rosacruz Sr. Max Heindel, — “As Asas e a Força” — senti-me como que compenetrado por uma inspiração sublime e ao sair à rua para ir à casa de um amigo, no caminho, implorei com toda a fé que o Cristo me iluminasse, e viesse habitar em meu peito. Nesse momento senti como que se tudo ao meu redor se abrisse numa luz muito branca, e senti uma felicidade profunda, algo semelhante a um sentimento de Confiança, de extrema intensidade, em Algo absolutamente Verdadeiro.
Querido Professor! Agora que estou chegando ao fim, queria perguntar-lhe algo que diz respeito a minha faculdade. -. etc. etc. Fico à espera da sua resposta, e irei enviando todos os frutos da minha experiência no campo do Esoterismo. Até muito breve, e que “As Rosas floresçam sobre a sua Cruz”.
A. A. F.

OUTRAS CARTAS... Estas publicadas no Boletim Rosacruciano de julho/agosto de 1982, pgs. 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, e 15.

UMA EXPERIÊNCIA NOTÁVEL

Para conhecimento e apreciação dos nossos Amigos Estudantes temos o prazer de transcrever parte de uma notável carta recebida já a algum tempo de um dos nossos mais dedicados Irmãos que nos autorizou utilizá-la como fosse mais conveniente. Como ela expõe um exemplo admirável das possibilidades que os nossos Estudantes estão alcançando com a ajuda da nossa Corrente Espiritual, esperamos que sirva de estímulo a todos aqueles que se encontram no seu primeiro estagio de provações e de lutas, em busca do Entendimento e da Paz interior.

“Querido Irmão e Amigo Professor Lourival Camargo Pereira. Há muitos anos que alimento o desejo de relatar todas as experiências pelas quais passei desde que entrei na Fraternidade. Atualmente encontro-me numa condição muito favorável. Sinto-me feliz, cheio de vida, de amor, de entusiasmo. Estou em condições muito satisfatórias, tanto social como profissionalmente, familiar, psicologicamente, e grande parte dos motivos que me levaram a alcançar esse estado tão positivo devo Fraternidade. E sinto-me no dever de retribuir da melhor forma possível. É meu desejo dar a Fraternidade aquilo que possuo em mim de mais precioso, mais legítimo, mais verdadeiro e mais útil. Considero minhas experiências algo tão valioso, tão real, pois elas têm me valido muito, ajudando-me em todos os sentidos, principalmente nas horas difíceis, nos momentos de maior dificuldade. Pode parecer até que eu esteja me superestimando, valorizando-me demasiado, envaidecendo-me, porém não é nada disso. Encaro a Fraternidade não como um nome apenas, não como uma organização social. Não como um ambiente, ou um lugar no tempo e no espaço, mas como UM CONJUNTO de FORCAS ESTIMULANTES, de EXEMPLOS VIVOS DE AMOR, de desprendimento, de dedicação, de entusiasmo, de sacrifícios. Enfim, a Fraternidade é constituída de tudo aquilo que cada estudante doou, que ofereceu de si mesmo, dando o que havia de melhor, de mais valioso, de mais legitimo e verdadeiro em sua alma.
O que pretendo oferecer nestas linhas não são meras palavras, nem conselhos, ou opiniões próprias e pessoais, nem fantasias literárias, mas sim FATOS REAIS, com provas e testemunhos de acontecimentos que fogem do comum e que realmente podem servir para comprovar os efeitos benéficos da CORRENTE ESPIRITUAL da Fraternidade.

Primeiramente tenho a dizer que ofereço tudo isto ao senhor como presente de gratidão - e o senhor pode fazer destas folhas o que quiser - até queimá-las, se desejar. De qualquer forma ficarei satisfeito. Sei que elas lhe levarão felicidade e estímulo, e isto já é o suficiente. Mas, se acaso o senhor quiser publicar estas linhas no Boletim - peço-lhe apenas que omita o meu nome, pois assim será melhor para mim.
Depois de muito meditar resolvi contar tudo o que passei desde o primeiro dia, quando entrei na Fraternidade, tudo o que consegui realizar em mim com a ajuda da Fraternidade.
Mas, antes devo fazer uma descrição bem sincera e justa de como encaro, vejo e sinto a Fraternidade. Qual o valor que atribuo a ela. Para mim a Fraternidade é uma ESCOLA ESOTÉRICA, no sentido mais puro e legítimo da palavra. Uma Escola praticamente completa em si, contendo TUDO o que necessário para um homem tornar-se realmente um ILUMINADO.
Antes de tudo ela possui um INSTRUTOR de uma firmeza, de uma coragem, de uma dedicação, de um AMOR - inigualáveis. (não digo isto com a intenção de elogiá-lo, pois sei que o senhor não necessita disso. Com elogios, ou sem elogios, o senhor continuaria o mesmo, e não são os elogios de fora que o tocam, mas sim os que o senhor recebe de DENTRO, e mesmo que o mundo inteiro estivesse contra, o senhor continuaria a falar e a fazer as mesmas coisas, simplesmente). Além das qualidades acima descritas o senhor possui algo que é de um valor incalculável - o que o torna uma pessoa rara no mundo - ou seja: ORIGINALIDADE. O senhor não copia, não imita; é original, e isso já é o suficiente para colocá-lo numa posição realmente vantajosa.
Além disso a Fraternidade encaminha o Estudante para o que há de melhor, mais atual, mais moderno, mais eficiente, mais completo, claro e objetivo que existe no campo do OCULTISMO TRADICIONAL, ou seja, - as obras de Max Heindel, de Eliphas Levi, Ouspensky, e principalmente o CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS, que é proveniente dos IRMÃOS MAIORES, contando ainda com a influência direta de CRISTO, através dos Evangelhos e das Cartas do apóstolo Paulo.
Que mais se poderia desejar?
“Outra coisa que coloca a Fraternidade numa posição realmente excepcional, segura, legitima e eficiente é que ela não aceita a “fantasia”, o “sonho”, a “ilusão”, largamente disseminados nos chamados “romances ocultistas”, que só encantam e exaltam o personalismo dos estudantes desprevenidos e incautos. Também não propaga ou exalta idéias, opiniões e correntes de ensinos provenientes das antigas “escolas ocultas” orientais, que já cumpriram sua finalidade no mundo, e atualmente já não têm mais razão de ser para nós ocidentais.
Já faz vinte anos que estou ligado Fraternidade, e embora dela me tenha afastado e voltado diversas vezes, posso afirmar, com plena convicção, e sem a menor intenção de mentir, que mesmo nos anos em que me conservei afastado dos ensinos, das práticas e do convívio, e mergulhei na “vida mundana” de corpo e alma, - os efeitos da CORRENTE ESPIRITUAL sempre se faziam sentir em mim e se expressavam em minha vida, às vezes em meio aos meus pensamentos cotidianos, às vezes durante o sono, à noite, outras vezes em momentos de tristeza, dificuldades, nas horas duras da minha vida, diante dos perigos, nas ocasiões de doenças, nas horas alegres e felizes; - enfim, sempre o calor da Corrente Espiritual esteve presente em minha vida, sempre me animando, me encorajando, me fortalecendo interiormente, mas nunca se impondo à força. Sempre a senti de forma suave, benéfica, amorosa, e por esta razão que hoje estou aqui , de volta, animado, entusiasmado, feliz e cheio de vida.
No inicio houve época em que encarava a Fraternidade apenas como um lugar agradável de se ir. Não lhe dava VALOR, no sentido de uma Escola Esotérica. Não a levava muito a sério Isso devido a minha imaturidade. Considerava a Fraternidade como um lugar em que se ia para RECEBER ALGO; um lugar que continha um “poder mágico” de restauração, de cura, de incentivo para uma vida mais equilibrada. O mundo de fora, ou seja, a vida mundana me desequilibrava, roubava minhas energias, trazia-me desarmonias aborrecimentos e decepções. A - Fraternidade - ao contrario, me reequilibrava, me reharmonizava, me fortalecia. Não a via como Escola Esotérica, mas sim como uma FONTE DE ENERGIAS, de SAÚDE. Isso porque bastava que eu freqüentasse e praticasse seus ensinos por alguns meses, e minha vida MELHORAVA RADICALMENTE, em todos os sentidos. Por esta razão ia as aulas, mais para obter FORÇAS, ENERGIAS, mais SAÚDE, mais HARMONIA INTERIOR. Uma vez satisfeita minha necessidade, voltava de novo à vida mundana de sempre, ate sentir-me novamente exaurido, enfraquecido, desequilibrado; então de novo voltava, afim de REAJUSTAR-ME. E devo confessar e declarar com toda a sinceridade que nunca me decepcionei quanto aos resultados. Nunca me foi negado aquilo que buscava. Até nisto se nota o valor extraordinário e o imenso PODER ESPIRITUAL da Fraternidade.
Depois de muitos anos, depois de haver lido e relido livros e mais livros de outras Escolas, algumas extintas, depois de inclusive haver participado ativamente durante quase 5 (cinco) anos de outra organização esotérica que estuda e pratica os ensinos de GIJRDJIEFF e de OUSPENSKY, orientada por instrutores que estiveram em contacto direto com eles quando vivos, pude avaliar realmente a legitimidade e a genuinidade da Escola Esotérica que é a Fraternidade Rosacruciana São Paulo. Por tanto, este depoimento não é o produto de uma expressão de entusiasmo momentâneo e passageiro, mas sim o parecer sincero de alguém que estudou e pesquisou muito, durante anos, em outras fontes de ensino de distintas linhas que divergiam da Fraternidade.
Inclusive, houve época em que cheguei a entrar em atrito com o Professor. Cheguei a mostrar-lhe visivelmente minha hostilidade - época em que abandonei totalmente as aulas, chegando quase a cortar toda e qualquer ligação material com a Fraternidade. (Um aparte: Isto aconteceu porque eu não aceitava as críticas do prof. Lourival contra os “Filhos da Água”, a Igreja Católica, o Espiritismo, a Teosofia e as organizações rosacruzes que não são provenientes de Max Heindel, em especial a Amorc, que era alvo de críticas contundentes do prof. Lourival.) Posteriormente farei um relato minucioso de tudo o que aconteceu comigo nessa época, e o que produziu em mim tamanha revolta interior, a ponto de declarar-me inimigo do Professor. Mas devo esclarecer que ele sempre me tratou da maneira mais humana, mais justa e amorosa, sempre perdoando-me, abrindo-me seu coração, como Amigo e irmão, nunca me impondo suas idéias, nunca me ameaçando ou dificultando minha presença na Fraternidade, ou causando-me qualquer tipo de aborrecimento. Sempre se mostrou disposto a acolher-me em sua presença, embora nem sempre concordasse com minhas idéias pessoais.

Meu primeiro contacto com a Fraternidade deu-se por volta do ano de 1961. Quem me aconselhou a procurar essa Escola foi um grande Amigo, o qual ainda está vivo e continua ligado Fraternidade, embora quase não freqüente as aulas. (O Kioshi - Benedito Nelson Augusto dos Santos) Nessa época eu estava numa situação realmente perigosa. Tinha aproximadamente dezesseis anos de idade. Sofria de bronquite asmática crônica, fortes resfriados, sinusite, um problema no nariz que impossibilitava-me sentir qualquer espécie de cheiro, surdez num dos ouvidos, problemas nos olhos que causavam-me violentas dores de cabeça, úlceras gástricas, problemas nos intestinos, e certo desajuste sexual que me impedia de relacionar-me harmoniosamente com qualquer mulher. Havia sofrido alguns traumas na infância, e toda a minha atividade sexual se escoava através de manifestações solitárias, de sorte que vivia amedrontado, pensando que nunca seria capaz de solucionar esse problema e tornar-me um homem normal. Era, enfim, uma pessoa totalmente desajustada na vida. Sem cultura (apenas com o primário completo), sem profissão, sem ideal, sem rumo, sem meta na vida. Tinha apenas toda espécie de vícios, dos mais perniciosos. Durante minha infância havia ingerido muitas drogas tóxicas e fumei maconha durante mais de dois anos seguidos. Sem nenhuma educação, sem o menor preparo para enfrentar o mundo, e ainda por cima tendo como companheiros perigosos ladrões e assaltantes, e devido ao convívio com tais elementos só sabia falar na gíria, por não conhecer outra linguagem, de modo que tinha até medo de conversar com pessoas cultas e bem educadas.
Esse é o retrato nada agradável do que eu era antes de entrar na Fraternidade. Contudo, apesar disso, sentia um desejo intenso, muito forte, de regenerar-me, porém não sabia como.
Somente um milagre poderia ajudar-me, e foram tantos os “milagres” que me aconteceram depois que entrei na Fraternidade que, com o tempo, acabei habituando-me a eles. Contarei alguns destes “milagres” a fim de demonstrar por FATOS o poder “milagroso”, regenerativo e curador, de uma VERDADEIRA CORRENTE ESPIRITUAL.

Devo confessar que “amei a Fraternidade” desde a primeira vez que entrei no seu salão de aulas. Foi um “amor à primeira vista”. Sinceramente, apaixonei -me pela Fraternidade, tal como um homem se apaixona por uma mulher bonita. Tudo na Fraternidade me deslumbrava.
Eu havia sido criado no seio de uma família muito pobre e inculta. Em casa tudo era desordem; a sujeira proliferava. Havia me acostumado a viver nos ambientes mais degradantes e infectos. Meus colegas eram quase todos marginais e párias da sociedade.
Em minha infância e juventude havia presenciado cenas das mais grotescas; pessoas bêbadas, viciadas, doentes; gente perversa e completamente maluca havia convivido comigo na intimidade, e o mundo para mim era o “horror dos horrores”. Nem siquer suspeitava que houvesse outra coisa diferente daquilo que eu estava acostumado a presenciar.
De repente, eis que surge diante de mim a FRATERNIDE! Tudo limpo, claro, iluminado, harmonioso, em ordem... Pessoas ajustadas, bem educadas, irradiando saúde e felicidade... Tudo, na Fraternidade, era o oposto do que eu era. Ali estava o remédio para curar todas as minhas doenças; a chave-mestra para abrir todas as portas da felicidade; o mapa de todos os tesouros; o segredo para todas as realizações; a receita para todos os sucessos. Porém, tudo isso se mostrava para mim “apenas como uma possibilidade”, tão remota, tão distante como uma estrela!
De que modo eu, tal como era, com todas as minhas imperfeições, com todos os meus vícios, defeitos e aparentes “impossibilidades”, poderia ser capaz de atingir o nível daquelas pessoas? Mas, a nota-chave das palestras do Professor; as conversas entre os estudantes, os escritos, livros, instruções, TUDO, enfim, expressava a filosofia do “EU QUERO”, portanto, “EU POSSO’’ “QUERER É PODER”! Nada é impossível para o homem que “sabe querer”. E se havia alguém ali que realmente - QUERIA, esse alguém era eu!
Para mim o caso era de “vida ou morte”. Se eu continuasse no caminho em que ia, meu fim estaria próximo. Havia presenciado amigos meus morrerem de forma violenta, baleados pelos próprios colegas e pela polícia.. . E mesmo que continuasse vivendo do jeito em que estava minha vida seria um inferno! Meu final seria muito triste. Portanto, ou eu me regenerava e conquistava a felicidade, ou fracassava e perdia todas as possibilidades de uma vida próspera e feliz. Portanto, no meu caso, não havia escolha. Ao mesmo tempo em que a Fraternidade me fascinava, me encantava, me atraia com uma paixão incontrolável, ela se mostrava para mim como um verdadeiro DESAFIO. Seria eu capaz de atingir aquelas alturas? Esse foi realmente, sem exagero, o primeiro impacto que a Fraternidade produziu em mim. Daí para frente minha vida começou a girar em torno dos ideais da Fraternidade.

Eu estava sentado naquele banco, ouvindo o professor falar.
Minha atenção divagava; quase não entendia o que ele dizia, pois minha mente estava confusa. Eu era incapaz de prestar atenção a uma palestra. Minha imaginação funcionava num caos total. Eu era muito inquieto, descontrolado. Meus olhos moviam-se de um lado para o outro. Ora olhava uma pessoa, ora outra, ora lia uma frase escrita num cartaz na parede, ora observava um dos símbolos do salão. De repente terminou a palestra. As luzes se apagaram. Tudo mergulhou no silêncio profundo. Uma música quebrou o silêncio; uma música muito bela, como nunca ouvira antes. Depois, alguém começou a declamar com voz melodiosa e calma uma espécie de oração de beleza indescritível. Senti um nó na garganta e lagrimas brotaram dos meus olhos. Minha alma foi tocada por algo maravilhoso. Meu coração começou a bater descompassado, e de repente comecei a orar como nunca havia orado antes. Naquele instante minha alma entrou em verdadeira “comunhão com Deus”. Senti-me leve, fluido, e mergulhei numa espécie de embevecimento, de êxtase. O Professor pediu para orarmos em silêncio “pelos doentes nos hospitais e pelos infelizes recolhidos nas prisões”. Isso me tocou em cheio. Eu já havia sido preso uma vez. Havia sido encarcerado e sabia dos sofrimentos daqueles que estavam “atrás das grades”. E todas aquelas pessoas oravam pelos doentes, pelos presos. Eu era também um “doente de alma e de corpo”. Senti-me bem naquele momento. Quando tudo terminou, sentia-me leve, feliz, como se um peso houvesse sido tirado do meu destino. Fui para casa em paz, e no caminho ainda ouvia o eco daquelas palavras.
Naquela semana orei diversas vezes; muitas vezes lembrei-me da Fraternidade. Não via a hora de chegar novamente a quarta-feira, para poder voltar a sentar-me naquele banco e ouvir aquelas músicas e aquelas palavras...
Para mim a Fraternidade tornou-se como um DEUS. Algo sagrado, santo, e a ela eu tinha de dedicar meus melhores momentos.
Logo comecei a mudar meu comportamento. Minha mãe ficou maravilhada. Meu pai chegou até a olhar-me com certa desconfiança... Sentia, cada vez com mais intensidade, os efeitos benéficos da Fraternidade. Parecia que uma Luz estranha inundava todo o meu ser. E esse meu novo estado parecia contagiar os outros. Muitas vezes, quando me sentava a mesa para responder as perguntas do Curso de Filosofia, ou para estudar o “Conceito”, em meu redor reinava a maior confusão. Crianças correndo, falando, gritando, brigando. Rádios ligados, visinhos discutindo. E em meio a toda essa algazarra, eu tinha de estudar. Foi custa de muitos esforços que eu aprendi a concentrar-me em meio ao barulho reinante. Mesmo porque não havia outra alternativa. Se eu fosse esperar que o mundo silenciasse para realizar meus estudos, até hoje estaria esperando... Hoje vivo com minha mulher e três filhos, numa casa ampla, tendo um quarto no qual POSSO recolher-me e fechar-me nele a qualquer hora que eu queira estudar e praticar os exercícios, porém naqueles tempos não tinha esse privilégio.
Dentro de mim eu pensava: o Caminho que eu havia escolhido era um caminho diferente dos outros. Era o do Esoterismo, da Magia. Portanto, exigia de mim não somente um esforço comum, normal, mas sim um esforço incomum, acima do normal, um super-esforço. Estudar em meio ao silêncio, num lugar tranqüilo, calmo, harmonioso, seria a coisa mais fácil do mundo. Qualquer um poderia fazer isso. Mas, estudar num lugar barulhento, em meio confusão, algazarra, seria muito difícil, e portanto, no meu entender, “esse seria o lugar ideal”. De modo que foi preciso que eu aprendesse a “concentrar-me em meio ao barulho”. Eu era jovem; tinha a vida inteira pela frente. várias lições que respondi foram preparadas em meio a maior confusão.
Nessa época fazia já uns três anos que eu estava metido num círculo de “malandros, batedores de carteiras, ladrões, assaltantes, viciados, e embora já houvesse me decidido a “regenerar-me”, não podia tomar nenhuma atitude precipitada. Tinha de agir com calma. Quem participou dessa vida criminosa sabe que não fácil sair dela... Mas, eu tinha de sair daquele mundo! A Fraternidade havia me aberto os olhos.
Então, o primeiro “milagre” aconteceu. Aquelas palavras do Professor Lourival , aquele Ritual , a Corrente, enfim, deu-me tanta confiança, tanta fé, que já não temia nada mais. Eu queria sair do ambiente criminoso, mas não podia deixar transparecer o meu desejo. E o que mais dificultava minha saída é que os amigos marginais vinham procurar-me em casa. Quando vinham procurar-me eu tinha de sair com eles. Mas, eu confiava em Deus. Pedia a Ele para proteger-me. E realmente, a Corrente Espiritual da Fraternidade me protegia! Eu andava com eles, fumava maconha, e nada de mal me acontecia...
Mesmo depois de ter entrado na Fraternidade e começado as práticas, tive de sair com eles. Vinham me chamar; todos armados de revólveres. Não titubeavam em matar. Quase todos eles eram menores. Contudo, lembro-me claramente de tudo, como se fosse hoje: - quando estava com eles pareciam tornar-se mais calmos. Eu sentia que uma “luz se irradiava de mim” e contagiava-os. Interiormente, eu orava; pedia a Deus para olhar por mim e por eles, para proteger-nos. Eram todos eles meninos pobres e sofridos. Eram levados ao crime pela força das circunstâncias. A maioria deles já havia sofrido horrores. Seus pais bebiam; viviam na miséria, na maior pobreza, e sempre num estado de revolta. Apanhávamos dos nossos pais, e nos sentíamos cada vez mais revoltados. No mundo, não éramos nada; não tínhamos nada; nem futuro, nem estudo, nem nome, nem educação; - nada! O crime dava-nos a sensação de “poder”. Naquele mundo de misérias éramos temidos, respeitados, tratados “como gente importante”... Vi muitos homens humilharem-se diante de nós e fazerem tudo o que queríamos. Realmente, infundíamos terror nas pessoas. Andávamos armados; revólveres de todos os tamanhos e marcas andavam em nossas mãos, como brinquedos. Já lá se vão mais de vinte anos que tudo isso aconteceu. Não gosto nem mesmo de lembrar-me desses acontecimentos. Porém, há um motivo que me leva a relembrar-me dessas passagens: Devo demonstrar, por FATOS, como uma Corrente Espiritual Verdadeira, positiva, apoiada em bases legítimas, realmente Cristãs, pode produzir “verdadeiros milagres”. Pode erguer e regenerar uma Alma. Eu estava praticamente perdido antes de entrar na Fraternidade. Depois que entrei MINHA VIDA MUDOU RADICALMENTE. Toda a minha família sente hoje grande respeito e admiração pela Fraternidade... Claro que tudo o que me aconteceu foram experiências pessoais, e toda a ajuda que recebi, todas as estratégias que empreguei, todos os exercícios que pratiquei, tudo, enfim, foi adequado ao meu caso individual. Cada estudante é um caso especial; tem seus problemas próprios, e, portanto há de ser ajudado de uma forma diferente e apropriada, de acordo com o seu caso.
A Fraternidade dá a mesma ajuda a todos; trata a todos com igualdade; ninguém tem privilégios. A todos oferece o mesmo Ensino, o mesmo apoio, a mesma atenção. Porém, a CORRENTE ESPIRITUAL, com sua Inteligência extraordinária, com seu Poder enorme, - AJUDA a cada estudante conforme a condição que lhe e própria. O estudante também - “há de fazer a sua parte”. A Corrente só pode realmente ajudar a aqueles “que se ajudam a si mesmos”.
Dando estes meus escritos à Fraternidade, dou o que amo e a única coisa que possuo de valor real, pois meu dinheiro só da para sustentar minha família. Só posso dar o que me sobra, e como me sobra pouco, dou pouco. Mas, o que dou, dou com amor. Espero ainda poder economizar alguma coisa, para poder dar mais. Portanto, o Professor tem plena autorização para fazer o que achar mais conveniente com estes escritos. Desta vez remeto-lhe um pouco. Depois irei lhe remetendo mais. Se não quiser receber mais nada, é só dizer. Não quero roubar seu tempo tão precioso, nem dar-lhe qualquer motivo de preocupação. Só quero aproveitar-me da sua grande generosidade, pela qual tenho a maior consideração e respeito. Quero apenas - colaborar, e não atrapalhar. O que realmente quero é estar em paz comigo mesmo, com o senhor, e com minha consciência. Tudo o que escrevi foi com amor, espontaneamente, não fui forçado a nada; fiz o que quis fazer. O que escrevi foi o resultado das minhas meditações, apenas com o intuito de aprimorar-me cada vez mais nesta arte; não andei copiando nada, nem procurei imitar a alguém.
Espero que o senhor receba isto com benevolência, e se achar que estou agindo erradamente espero que me diga com franqueza, pois o que mais desejo é colaborar, fraternalmente.
Desejo-lhe muitas felicidades, muita paz, muita iluminação, muito progresso. Espero que possamos nos entender harmoniosamente, como amigos e irmãos. Que a Paz de Deus e de Cristo esteja conosco, para sempre.
Que as Rosas floresçam sobre a vossa Cruz!

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