quinta-feira, 27 de novembro de 2008

OS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA



A
IMACULADA CONCEPÇÃO
Por Max Heindel

Referências: Mateus 1: 20-25; Lucas 1: 26-35.

As letras em vermelho foram acrescidas por mim – Abel Fernandes - para melhor compreensão do texto, se bem que Max Heindel é completo em seus ensinos e nem necessita de maiores explicações, mas achei por bem acrescentar estes apartes os quais podem se retirados ou mantidos conforme o desejo de cada leitor em particular)

A doutrina da Imaculada Concepção é um dos mais sublimes mistérios da Religião Cristã e, talvez por esta razão, tem sido mais encarada pelo lado material do que qualquer outro dos mistérios.

A idéia popular, mas errônea, é que há uns 2.000 anos, um indivíduo chamado Jesus Cristo, nasceu sem a necessidade da cooperação de um pai terreno, e que este incidente é tido como único na história do mundo.

Na realidade não é assim. A imaculada concepção já ocorreu muitas vezes na história do mundo e será universal no futuro.

O fluxo e refluxo periódico das forças materiais e espirituais que afetam a Terra,são as causas invisíveis das atividades físicas, morais e mentais, exercidas sobre o nosso globo. De acordo com o axioma hermético “como em cima, assim é em baixo”; uma atividade semelhante ocorre no homem, que é uma edição menor da mãe natureza.

Os animais têm vinte e oito pares de nervos espinhais e, atualmente, estão em seu estado lunar, perfeitamente sintonizados com os vinte e oito dias que a Lua demora em circundar o Zodíaco. O Espírito-Grupo regula o acasalamento dos animais em estado selvagem. Por isso, neles não existe o abuso sexual. (sexo só para a satisfação do prazer e da luxúria - nota do redator)

O homem, no entanto, encontra-se num estado de transição: progrediu demasiado e por isso mesmo não obedece às vibrações lunares, porque tem trinta e um pares de nervos espinhais. (três a mais do que os animais, indicando que como homem já percorreu três períodos completos na Escala da sua Evolução de sete períodos - agora está na metade do quarto período - o Período Terrestre - atingindo o auge de sua materialidade. Daqui para frente começa o arco de sua subida de volta ao Pai conscientemente! Os arcos nas portas dos templos tradicionais representam esse arco da subida, para completar o círculo, que é sua perfeição - em geometria sagrada o círculo é o símbolo da perfeição, e o meio círculo - "Lua" é o símbolo da imperfeição. - nota do redator) Mas ainda não está sintonizado com o mês solar de trinta e um dias e acasala-se em qualquer época do ano; daí o período menstrual da mulher, o qual, em condições apropriadas, é utilizado para formar parte do corpo de um filho, mais perfeito que o do seu pai ou de sua mãe.

De igual modo o fluxo periódico da humanidade converte se na coluna mestra do adiantamento racial e o fluxo periódico das forças espirituais da Terra, que ocorre pelo Natal, resulta no nascimento de Salvadores, que de tempos em tempos renovam os impulsos para o avanço espiritual da raça humana. (Os salvadores da Humanidade quase sempre nascem próximos do Natal, nos meses de dezembro e janeiro - Capricórnio e Aquário – nota do redator)

A Bíblia consta de duas partes: O Velho e o Novo Testamento. Depois de relatar resumidamente como foi formado o mundo, o Antigo Testamento fala-nos da queda.

Entendemos que a queda foi ocasionada pelo abuso ignorante da força sexual do homem, (A Energia Sexual é uma força proveniente de Marte, e os Espíritos Marcianos têm a forma de serpentes - daí o pênis do homem ser tão parecido como uma serpente e os espermatozóides também. A energia sexual percorre a medula espinhal desde o cóccix até o cérebro, lembrando bem a forma das serpentes. Os iniciados entre os faraós, que conseguiam sublimar essa energia e só utilizá-la para fins superiores, traziam-na na testa, para expressar essa sublimação – nota do redator) em ocasiões em que os raios interplanetários eram adversos à concepção dos melhores e mais puros veículos. Deste modo, o homem foi-se aprisionando gradualmente em um corpo denso, cristalizado pela pecaminosa paixão e consequentemente um veículo imperfeito sujeito ao sofrimento e à morte.

Então, começou a peregrinação através da matéria. Por milênios temos vivido neste duro e cristalizado corpo que obscurece a luz dos céus ao espírito interno. O Espírito é um diamante encerrado numa crosta grosseira e os lapidadores celestiais, os Anjos do Destino, (provenientes do planeta Saturno – o planeta do sofrimento - nota do redator) estão continuamente procurando remover essa crosta, a fim de que possa brilhar através do veículo que anima.

Quando o lapidário encosta o diamante à pedra que o lapida, o diamante emite um chiado, como se fosse um grito de dor, à medida que a cobertura opaca vai se desprendendo. Mas, aos poucos, o diamante bruto submetido às aplicações da pedra polidora, transforma-se numa gema de transcendental brilho e pureza.

Do mesmo modo, os seres celestiais que velam pela nossa evolução comprimem-nos fortemente contra a pedra polidora da experiência. Dores e sofrimentos resultam disto e despertam o Espírito que dorme dentro de nós. O homem que até este momento se contentou com as coisas materiais, que tem sido indulgente com os sentidos e com o sexo, fica cheio de um divino descontentamento que o impele a buscar uma vida mais elevada.

No entanto, a satisfação dessa sublime aspiração é normalmente acompanhada de urna luta muito severa, por parte da natureza inferior. Foi durante essa luta que São Paulo exclamou com toda a angústia de um coração devoto e aspirante: - “infeliz homem que sou... Porque me deleito na lei de Deus segundo o homem interior Mas sinto nos meus membros outra lei que repugna à lei do meu espírito e que me faz cativo na lei do pecado que está nos meus membros” (Romanos 7: 19-24).

Quando se espreme urna flor, liberta-se a sua essência e assim enche- se o ambiente da sua grata fragrância, que deleita o olfato de todos os que tenham a sorte de estar próximo. Os golpes do destino podem envolver um homem ou urna mulher que tenha chegado ao estado de florescência, mas isso servirá para mostrar a doçura da natureza e exaltar a beleza da alma, até que brilhe com um fulgor que marca o seu possuidor com um halo luminoso.

Então essa pessoa se encontra no caminho da Iniciação. Ensina-se-lhe como o licencioso uso do sexo, sem ter em conta os raios estelares, o fez prisioneiro do corpo, como está acorrentado por ele e como por meio do uso apropriado dessa mesma força sexual, em harmonia com as estrelas, pode melhorar gradualmente e eterizar o seu corpo, obtendo afinal a libertação da existência concreta.

Um construtor naval não pode fazer um barco usando madeiras ordinárias. O homem não colhe uvas de espinheiros; o semelhante atrai o semelhante, e um Ego pessoal que se encarna é atraído a pais da mesma natureza e deste modo o seu corpo será concebido em harmonia com o impulso do momento, pela satisfação dos sentidos.

A alma que provou da taça da tristeza devido ao abuso da força criadora e bebeu sua amargura, gradualmente buscará pais cada vez menos dominados pelos instintos passionais, até que por fim obterá a Iniciação.

Instruído no processo da Iniciação sobre a influência dos raios estelares no parto, o próximo corpo será gerado por pais Iniciados, sem paixão e sob a constelação mais favorável para o trabalho a que o Ego se propôs.

Por isso, os Evangelhos (que são fórmulas de Iniciação) começam com o relato da imaculada Concepção e terminam com a Crucificação, ambos ideais maravilhosos que alguma vez teremos de alcançar, porque somos Cristos em formação e em algum momento passaremos pelo nascimento místico e pela morte mística anunciados nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos apressar o dia da nossa libertação inteligentemente, em vez de frustrarmos estupidamente o nosso desenvolvimento espiritual, como agora fazemos.

Em relação à Imaculada Concepção prevalecem incompreensões em todos os sentidos, quais sejam: a perpétua virgindade da mãe, depois do parto; a baixa posição de Jose como suposto pai adotivo, etc. Vamos rever, rapidamente, estes pontos, como se revelados na Memória da Natureza.

Em algumas partes da Europa classificam-se de “bem nascidos” ou mesmo “altamente bem nascidos” as pessoas de classe elevada, filhos de pais que tem lugar preponderante na sociedade. Tais pessoas por vezes, olham com desdém os de modesta posição.

Nada temos contra a expressão “bem nascidos” e desejaríamos mesmos que todos fossem bem nascidos, isto é, que fossem filhos de pais de alta posição moral, se nos importar à sua hierarquia social.

Existe uma virgindade da alma que independe do estado do corpo: uma pureza da mente, que conduz o que a possui ao ato da geração sem a mancha da paixão e torna possível que a mãe tenha o filho em seu seio com um amor inteiramente isento da paixão sexual.

Antes do tempo de Cristo, isso era impossível. Em tempos remotos, na carreira do homem sobre a Terra, era mais desejável a quantidade do que a qualidade e dai a ordem: “Crescei e multiplicai-vos”. Além disso, foi necessário que o homem esquecesse temporariamente sua natureza espiritual e concentrasse suas energias sobre as condições materiais. A indulgência na paixão sexual atingiu esse objetivo e a natureza de desejos teve amplitude em suas funções. Floresceu a poligamia e quanto mais filhos tivesse um matrimônio mais se honrava, enquanto que a esterilidade era vista como a maior aflição possível.

Por outro lado, a natureza de desejos foi refreada pelas leis dadas por Deus, e a obediência aos mandatos divinos foi forçada por castigos aplicados aos transgressores, tais como guerras, pestes ou fomes. Recompensava-se a rigorosa observância desses mandatos e os filhos, o gado e as colheitas do homem “reto” eram numerosos; obtinha vitórias sobre os seus inimigos e a taça da felicidade transbordava para ele.

Mais tarde, quando a terra estava suficientemente povoada, depois do dilúvio Atlante, a poligamia foi decrescendo cada vez mais, tendo como resultado a melhoria da qualidade dos corpos e, na época de Cristo, a natureza de desejos podia ser dominada no caso dos mais avançados entre a humanidade. O ato gerador tornava-se possível sem paixão, por puro amor, para que os filhos fossem concebidos imaculadamente.

Assim eram os pais de Jesus. Diz-se que José era um carpinteiro; todavia ele não era um trabalhador de madeira, mas um construtor no mais alto sentido. Deus é o Grande Arquiteto do universo. Abaixo de Deus existem muitos construtores de diferentes graus de esplendor espiritual, e, ainda mais abaixo, estão aqueles que conhecemos como maçons. Todos estão ocupados e comprometidos na construção de um templo sem ruído de mate1os, e José não era uma exceção.

Por vezes perguntam-nos por que os Iniciados são sempre homens e nunca mulheres. Não é assim: nos graus inferiores existem muitas mulheres. Mas quando é permitido a um Iniciado escolher o sexo, normalmente prefere um corpo positivo, masculino, já que a vida que o conduziu à iniciação espiritualizou o seu corpo vital e o tornou positivo Sob todas as condições, de modo a ter, então, um corpo da mais alta eficiência.

No entanto, há épocas em que as exigências de natureza evolutiva requerem um corpo feminino, como por exemplo, para prover um corpo do mais refinado tipo, a fim de que receba um Ego de grau elevadíssimo. Então, um alto Iniciado pode tomar um corpo feminino e passar de novo, pela experiência da maternidade, depois de talvez, tê-lo deixado de fazer por várias vidas, como foi o caso do formoso caráter que conhecemos como Maria de Bethleém.

Em conclusão, recordemos os pontos expostos: somos Cristos em formação; algum dia teremos de cultivar caracteres tão imaculados que poderemos ser dignos de habitar corpos imaculadamente concebidos; e que, quanto mais depressa começarmos a purificar as nossas mentes dos pensamentos luxuriosos, mais depressa alcançaremos esse objetivo. Em última análise, isso depende apenas da honestidade dos nossos propósitos e da força da nossa vontade.

“A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino, que dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.
Max Heindel

Nenhum comentário: