APOCALÍPSE
O Apocalipse é um dos livros sagrados do cristianismo considerado o mais misterioso e “indecifrável” de todos! Inúmeras tentativas já foram feitas para se interpretá-lo, mas a maioria falhou lamentavelmente. É considerado “livro fechado”, isto é, só pode ser aberto com chaves especiais. É como se fosse uma mensagem cifrada, uma espécie de charada, ou enigma, para ser decifrado, e segundo nele mesmo está escrito, aquele que conseguir interpretá-lo e divulgá-lo ao público estará cometendo um grave erro! “Se alguém lhe acrescentar algo, Deus lhe acrescentará as pragas descritas neste livro. Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste livro.”
Portanto, é errado interpretá-lo publicamente! Se sua interpretação pública fosse interessante e importante, os próprios discípulos de São João já o teria feito na época!
Interpretá-lo publicamente é como expor a nudez de uma princesa aos olhares profanos da multidão! É como publicar uma senha secreta militar ou de estado em um jornal de circulação popular. É como divulgar a multidão um segredo que só deve circular entre reis! Daí que não vou de forma alguma atrever-me a interpretá-lo, sendo que inteligências mais graduadas que a minha já tentaram e não conseguiram! Mas não há nenhuma advertência em dar pistas, em auxiliar os estudantes sinceros e ousados a encontrar as chaves mágicas, pois CADA UM, individualmente, deverá interpretá-lo um dia no futuro e conhecer suas verdades maravilhosas no recôndito mais secreto de seu espírito!
Isto porque esse livro sagrado é produto de uma ESCOLA INICIÁTICA, ou seja, uma Escola de Desenvolvimento Espiritual, Intelectual, Físico, Emocional e Harmonioso do Homem, uma Escola Esotérica, isto é, não popular, não pública, e sim, somente para indivíduos qualificados e escolhidos, uma Escola que esteve ativa e funcionou depois da crucificação e ressurreição de Cristo, (e continua funcionando até hoje nos Mundos Internos, só acessíveis aos iniciados...) cujo Mestre, ou Hierofante, autor do Apocalipse, era um discípulo cristão altamente graduado chamado pelo pseudônimo de João, que quer dizer: piedoso, gracioso, harmonioso, ou em síntese: AMOR. E como se sabe, Cristo veio para salvar a toda humanidade, a todos, sem distinção de raça, casta, cultura, status ou situação financeira! Portanto, todos, mais cedo ou mais tarde, passarão pelos acontecimentos narrados nesse livro e saberão, não intelectualmente, mas sim, espiritualmente e individualmente, pela experiência direta e prática!
O Apocalipse é um livro de profecia, segundo palavras do próprio São João, e nessa profecia são contados acontecimentos estranhos, catastróficos, misteriosos, e aqueles que atravessarem esses acontecimentos e sobreviverem comerão do fruto da árvore da vida e entrarão na cidade santa.
Vamos estudar essas palavras misteriosas (fruto da árvore da vida e cidade santa) mas em primeiro lugar temos que saber o que significa a palavra profecia. E consequentemente as palavras profetas e profetizar, que é o assunto essencial de que trata o Apocalipse.
Profetizar significa “VER um acontecimento que vai acontecer no futuro e falar dele no presente.” Isto significa que antes de tudo é necessário VER! Se um indivíduo não consegue “VER”, também não consegue profetizar. E essa visão não é material, não é física... É uma visão interna, algo que a pessoa vê em seu interior, no mundo Espiritual! Somente ele vê... Ninguém mais! E ele vê até com os olhos fechados... Portanto, para ser um profeta é necessário ser um vidente, ou melhor, um clarividente! E dentro da palavra “profeta” está inserida a palavra FÉ, - pro fé ta - que é o centro, o cerne, a estrutura de onde nasce a profecia. E profetizar significa expor ao público a visão, só que como a visão vista pelo profeta é algo espiritual, proveniente da FÉ, diferente, especial, a linguagem utilizada deverá ser também uma linguagem espiritual, diferente, especial, sagrada, para ser compreendida pelo ESPÍRITO, e não pelo intelecto! O intelecto é puramente especulativo... Está ligado apenas ao cérebro, a cabeça... Quer apenas satisfazer a curiosidade, que não leva a nada... Ao passo que o Espírito é essencialmente prático. Está ligado diretamente ao coração, onde está radicada a alma, que circula no corpo junto com o sangue que pode realmente mover e transformar o corpo. Não só transformar como transmutar!
Na verdade o objetivo principal de um profeta é despertar a fé nas pessoas, fé no superior! Fé nas coisas santas e divinas! Após despertada a Fé, vem a Sabedoria! Primeiro se crê em algo desconhecido! (Fé) Vai se a luta para alcançá-lo e experimentá-lo! E aí o desconhecido vira “conhecido”, conhecimento, Sabedoria, que é a soma concentrada de todos os conhecimentos adquiridos no decorrer da existência! Sabedoria é o produto da Experiência. Só se sabe o que se experimentou! O profeta, portanto, além de ser clarividente, é também um Sábio! É preciso ser sábio para saber como expressar a sabedoria de forma que ela consiga chegar até ao espírito das pessoas! Expressá-la com Conhecimento, Habilidade e Arte!
O profeta, de certa forma, é alguém que vive uma vida muito ativa espiritualmente... Vive num mundo povoado de viagens interiores e visões! Exteriormente ele pode ser uma pessoa bem comum, bem simples, sem muita pompa ou aparato... Mas interiormente é um gigante! Somente outro clarividente saberá do seu grau ou nível de ser... As pessoas comuns nem farão idéia do que se passa em seu interior! E se ele for verdadeiramente um clarividente sério e honesto, procurará manter-se no sigilo, e tratar de expressar sua Sabedoria, ou sua Clarividência, através de uma vida exemplar de paz, harmonia e por meio da Arte! Jamais um clarividente verdadeiro se exporá ao público só para satisfazer curiosidades ou para angariar fama ou dinheiro... Assim, canções, cânticos, poemas, imagens, ou livros de histórias, contos ou parábolas serão os meios através dos quais expressará suas visões proféticas! O Profeta é diferente do filósofo, do cientista, do instrutor, do professor e do intelectual. Estes falam, explicam, ensinam diretamente, escrevem livros explicativos, ao passo que os profetas escrevem visões, imagens, ou desenha-as, pinta-as em forma de símbolos ou imagens artísticas, dentro das quais há todo um conhecimento preciso e matemático que somente as pessoas graduadas conseguirão penetrá-lo e desvendar os seus segredos e mistérios! E este é o caso do Apocalipse de São João...
O que São João descreve são Imagens Maravilhosas, Símbolos Mágicos, numa Poesia de alta qualidade artística, produto de um verdadeiro talento, de um inigualável gênio, uma obra que desde que foi publicada vem despertando a admiração de todas as mentes mais seletas e cultas! É um dos livros mais estudados e discutidos nos meios clericais, católicos e religiosos de todo mundo! E ao mesmo tempo um dos mais incompreendidos!
Nesse livro se fala, além de outras coisas espirituais, do FRUTO DA ÁRVORE DA VIDA! O que é esse fruto e essa árvore?
Sabemos que no Gênese de Moisés se diz que no Éden, onde vivia Adão e Eva em estado de pureza absoluta, existiam duas árvores especiais, uma chamada Árvore do Conhecimento e a outra de Árvore da Vida! E que Deus disse ao casal que os frutos do Paraíso (Éden), estavam liberados para serem comidos, menos os das duas árvores sagradas...
E de certa forma eles acabaram comendo da Árvore do Conhecimento... E com isso perderam o direito de comer da Árvore da Vida, pois foram expulsos daquele Jardim ou Pomar sagrado!
Daí se conclui que há duas coisas bem diferentes nesse símbolo: Vida e Conhecimento! E podemos deduzir que Conhecimento não é Vida! Se fosse, só haveria uma árvore no Paraíso. Alguns estudiosos chegam a afirmar que se Adão e Eva tivessem comido da Árvore da Vida, provavelmente ganhariam a eternidade, mas não teriam o conhecimento! Mas isso não importa agora. O que importa é que “conhecimento” não é “vida”! Na verdade, o conhecimento vem depois da vida. Primeiro é preciso VIVER!, para depois CONHECER!
Muitas vezes o conhecimento atrapalha... Faz a pessoa perder o Paraíso! Porque conhecimento é diferente de Sabedoria! Conhecimento é algo que vem pela “informação”, através de aulas, palestras, livros... O Paraíso é um estado de alma de alegria, de paz, de harmonia, de felicidade, de êxtase! Ao passo que o conhecimento gera preocupações, gera críticas, aflições... Por exemplo. Um homem tem uma doença incubada em seu organismo mas não tem conhecimento dela... Então ele acredita que está bem, e vive sua vida tranquilamente. Um dia ele descobre por um exame médico rotineiro que tem a tal doença... Aí vem o conhecimento da doença! Daí para frente acaba sua paz, sua alegria de viver, sua tranqüilidade. A doença passa a ocupar sua mente gerando preocupações, aflições, medos, tristezas e até angústia! Mas por outro lado, ele conhecendo a doença, poderá combatê-la, extirpá-la, se for uma doença curável... Então visto desta forma o conhecimento é útil e pode se transformar em saúde futuramente! Mas há outros tipos de conhecimentos que o homem busca apenas por mera curiosidade, e enche sua mente de informações inúteis, fantasiosas, sobrecarrega-a, enche-se de leituras, de palestras, de aulas de todo tipo de coisas, e acaba se tornando um desequilibrado! Porque o conhecimento vai apenas para seu intelecto! E ele não VIVE! Prefere ler, do que viver! É neste caso que o conhecimento faz perder o Paraíso, a inocência e a naturalidade!
Porém, no caso do Gênese, a coisa não é tão simples assim! Geralmente os livros sagrados tais como Gênese, Evangelhos, Apocalipse, têm sete graus de interpretação, e esse grau exposto acima, é verdadeiro, mas é o mais simples de todos.
Num outro grau de interpretação mais avançado, a parte que fala de Adão e Eva no Gênese é a História do Espírito encarnado e entrando na Evolução! O Espírito, quando emerge do seio do Criador, é totalmente inocente e puro, porém, inexperiente, ingênuo, não sabe nada! Pode-se ver isto no bebê que acaba de nascer! Aí ele começa a aprender, e para aprender, precisa sofrer... Isto é o que significa perder o Paraíso. No Paraíso não há sofrimento! O sofrimento vem pelo conhecimento... Quanto mais se conhece, mais se torna responsável, e quanto mais responsabilidade, mais se aprisiona, e quanto mais se aprisiona, mais se sofre! Uma criança inocente não está presa a responsabilidades! Por isso é feliz e dorme em paz à noite... Ao passo que seu pai tem que trabalhar, ir à luta para trazer o sustento da família, e tem que defender seus direitos, enfrentar seus concorrentes, o trânsito diariamente, as oscilações da bolsa, os aumentos de impostos, enfim, toda uma coleção de dissabores os quais o menino está livre, por enquanto...
Portanto o fruto da árvore do conhecimento leva o homem a perder o paraíso, mas por outro lado leva-o a adquirir PODER! O Conhecimento traz Poder! Diz um ditado, conhecimento é dinheiro, e dinheiro é símbolo de poder. Não é o Poder, é apenas um símbolo! O Poder pode existir independente do dinheiro... Mas com o Poder o homem poderá, um dia, ser semelhante a Deus! E através desse mesmo conhecimento, que se transforma em Poder, há de recuperar o Paraíso! E ter acesso ao fruto da árvore da Vida!
Pelo Apocalipse fica se sabendo que um dia o homem reconquistará o Paraíso e terá acesso novamente à Árvore da Vida!
O que é a Árvore da Vida?
A Árvore da Vida é, sem dúvida alguma, algo que está no Mundo Etérico! (O Éden – um lugar onde havia quatro rios – os quatro éteres!)
É do Mundo Etérico que o nosso corpo extrai as energias vitais! É através das forças que agem no Mundo Etérico que o corpo do homem pode ter vida, e o Fruto da Árvore da Vida é o “Segundo Corpo”, o Corpo Vital, o Duplo Etérico, o Sósia, (porque é uma réplica exata do corpo físico!) Quem conquista esse corpo torna-se imortal, porque não depende mais do corpo físico para viver! Pode sair dele a hora que quiser, e quando ele falecer, o indivíduo continuará vivo e consciente!
Voltando a falar do Apocalipse, mas antes de passar a falar de alguns símbolos, a fim de mostrar as possibilidades de sua interpretação, para o estudante poder interpretar por ele mesmo, que é o que mais importa, vou falar de algumas chaves de grande auxílio para abrir portas e se encontrar outras chaves que poderão levar, finalmente, à Chave Mestra, a que abrirá as páginas do Livro Apocalíptico e todas as portas de todos os livros sagrados e herméticos do mundo inteiro de qualquer época.
A primeira chave é a dos números.
Os números mais usados no Apocalipse são o 3, o 4, o 7 e o 12, se bem que todos os outros são também usados...
O 3 se refere aos 3 cérebros do homem – O homem é um ser tricerebral, segundo Gurdjieff. Esse 3 se relaciona também aos 3 mundos onde os seres tricerebrais evoluem: Mundo Físico, Mundo Emocional (ou Astral ou de Desejos) e Mundo Intelectual (Ou Mental). O 3 se referem também às 3 raças, às 3 regiões inferiores do Mundo Astral (ou de Desejos) – ou as 3 regiões superiores... O 3 também diz respeito à Trindade! E o número 3 é um número básico da Vida, pois tudo o que existe no mundo sempre tem 3 lados, ou 3 formas, ou 3 possibilidades. O lado de cima, o lado de baixo e o do meio. O lado esquerdo, o direito e o central. Largura, altura e profundidade. Tamanho, peso e durabilidade. Presente, passado e futuro. O que é, o que foi e o que há de vir!
O 4 é o número da matéria, da firmeza, da estabilidade, tem a ver com os 4 pontos cardeais, os 4 elementos, as 4 estações do ano, as 4 fases da Lua... Etc.
O 7 tem a ver com os 7 planetas, os 7 mundos, as 7 cores do arco-iris, as 7 notas musicais, os 7 dias da semana, os 7 dias da criação, os 7 centros do homem, as 7 virtudes, os 7 pecados capitais, etc.
E o 12 tem a ver com os 12 signos, os 12 meses do ano, as 12 horas do dia e as 12 horas da noite (totalizando 24 horas de um dia completo), etc...
Há também os números 1, 2, 4, 5, 8, 9, 10, 144, 666, etc... Falaremos de todos no decorrer desse estudo... Depois deste ensaio será mais fácil, ou melhor, mais possível a interpretação do Apocalipse.
O 1 se relaciona com a UNIDADE, de onde surgiram todas as coisas. O Um é o Sol, é Deus, é o Universo, é o Espírito, o Eu superior do homem, enfim...
O 2 é a Lua, porque é o segundo astro em importância na vida de todos os seres vivos (o primeiro é o Sol), é a mulher, (porque foi a segunda criatura pensante a ser criada) é a Força Passiva, é a Mãe, a Matriz, é enfim a feminilidade...
O 3, além de tudo o que já foi dito acima, é também o filho, que é o produto da união do 1 com o 2.
O 5 tem a ver com os 5 sentidos, as 5 pontas da pirâmide...
O 6 tem a ver com a neutralidade, (é o produto de 3 mais 3)... Algo incompleto, pois falta 1 para chegar ao 7, que é o número da completude...
O 7 já vimos acima...
O 8 é um número de renovação... Após um ciclo de 7, começa-se um novo ciclo. Representa o Equilíbrio. A harmonia... Sem as oitavas seria difícil as composições musicais. É um número de força, 4 mais 4...
O 9 é um número poderoso, um número pleno, completo... Tem em si todos os números. É o número do Homem! São as 9 camadas da Terra, as 9 iniciações...
O 10 é um numero tido como perfeito, por isso se dá a nota 10 para tudo o que é o máximo!
O número 666, o da besta, é um número repetitivo, uma dízima periódica... O número da rotina, da mecanicidade, do vício, que caracteriza-se pela repetição!
Sabendo-se dessas chaves numerológicas, já se pode arriscar a estudar a primeira e uma das mais importantes imagens do Apocalipse, a que é descrita no Capítulo 1, versículo 12, que diz o seguinte:
12Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava. E, ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro; 13no meio dos candelabros, vi alguém com aparência humana; estava vestido de uma túnica comprida até aos pés e cingido com um cinto de ouro em torno do peito; 14a sua cabeça e os seus cabelos eram brancos, como a brancura da lã e da neve; os seus olhos eram como uma chama de fogo; 15os seus pés assemelhavam-se ao bronze incandescente numa forja, e a sua voz era como o rumor de águas caudalosas; 16Ele tinha na mão direita sete estrelas e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; o seu rosto era como o Sol resplandecente com toda a sua força.
Aqui os números básicos são o 1, o 2 e o 7.
João ouve uma voz. Vê um ser com aparência de homem. Esse ser está vestido com uma túnica apenas. Está cingido no peito com um cinto de ouro. De sua boca saia uma espada... Seus olhos eram como uma chama de fogo. Seus pés estão numa forja.
A túnica vai até os pés, que são 2. A sua cabeça e os seus cabelos (2) são brancos como a brancura da neve e da lã (2). Os seus olhos (2) são como uma chama de fogo. A espada que sai da sua boca tem dois gumes.
Há sete candelabros e na mão direita sete estrelas.
Esse ser visto por João, sem dúvida alguma, é o corpo espiritual, o segundo corpo, o sósia do homem. É uma réplica exata do Cosmo! Como sabemos, o 1 se relaciona com a UNIDADE, de onde surgiram todas as coisas. O Um é o Sol, é Deus, é o Universo, é o Espírito, o Eu superior do homem, enfim... Então, é daí que tudo começa... Só quem alcança a Unidade em si pode alcançar o Espírito, que veio do Um e é o UM! É daí que vem a REVELAÇÃO! Vem do Espírito. Vem da Unidade.
João voltou-se para ver o Ser Espiritual. Isto significa que para entrar em sintonia com o Espírito, de onde vem a Revelação, o verdadeiro ensino, a Verdade, é necessário voltar-se, lembrar-se de si, ir para dentro de sua alma, perscrutar o interior onde reside a memória. É pelo retrospecto, pela concentração (ir para o centro de si mesmo) que a consciência chega até o Espírito... É voltando à Casa do Pai! João vê sete candelabros de ouro... Esses sete candelabros são os sete Centros de Percepção, os sete corpos, os sete veículos, as sete rosas que brotam na cruz... Só quem está de posse (ver, em Magia, ou no esoterismo, ou quem viaja nos mundos internos, é ter! Por isto que só pelo fato de ver a medusa um homem virava estátua na Mitologia, e quando os primeiros desbravadores chegaram aqui, cada um era dono das terras que podia ver com seus olhos... Ver é ligar-se a coisa vista!) só quem está de posse dos seus sete centros de percepção, só quem fez desabrochar em si as sete rosas, e tem domínio sobre seus sete corpos pode entrar em sintonia com o Espírito e dele receber a Revelação de todos os mistérios do presente, do passado e do futuro.
A túnica ia da cabeça aos pés... Simboliza alguém completo, íntegro... A cabeça é o início, os pés é o fim. Então essa túnica, que segundo os ensinamentos sagrados da Escola Rosacruz é chamada também de Traje de Bodas, porque é com ela que a Alma humana casa-se com o Espírito divino (o Noivo Sagrado) essa túnica deve ser tecida pelo próprio discípulo, através de um trabalho contínuo, realizando tarefas que tenham sempre um começo, um meio e um fim, isto é, terminando o que se propôs a fazer na vida... Muitos indivíduos começam tudo e não terminam nada... Porém, o Iniciado deve começar e terminar sempre o que começou! Essa túnica é representada na coloração branca, porque o branco é o símbolo da pureza, e é do branco que emanam as sete cores do arco-iris.
O cinto de ouro representa o uso da vontade, um atributo proveniente do Sol, cujo metal é o ouro, e que serve para “conter” ou dominar as emoções. O cinto é um círculo fechado em torno do coração, para demonstrar que toda a vida (coração) do homem está sobre seu controle! Através dessa atitude o homem conserva dentro de si as energias!
A cabeça e os cabelos são brancos, como a túnica, e João dá como exemplo de brancura a neve (que é fria) e a lã (que aquece). A neve é feita de água caída do céu, e a água é que dá vida e purifica tudo aqui na Terra. E a neve também tem conotação com o frio, uma alusão ao controle absoluto sobre as emoções. O homem que controla suas emoções é “frio”! Oposto do descontrolado, que chega a “ferver de raiva”, fica vermelho como um peru e perde as estribeiras com relativa facilidade! Este nunca poderá construir seu “Manto Nupicial”, seu traje de bodas, seu segundo corpo, porque desperdiça todas as energias em acessos de cólera ou raiva. E a lã vem do carneiro, Áries, um signo marciano de ação, domínio e dinamismo! E Jesus foi chamado “O Cordeiro de Deus”. E é o líder espiritual da raça ariana, (Áries, carneiro...) a raça que domina o ocidente. A lã entra em muitos símbolos sagrados provenientes das antigas escolas de mistérios. Temos o Velo de ouro (uma pele de carneiro toda feita de ouro) que dava ao seu possuidor a invulnerabilidade e consequentemente a imortalidade, e o poder de curar e rejuvenescer a todos os que tinham contato com ela. Temos o fio de Ariadne, que era feito de lã de carneiro e serviu para orientar Teseu para sair do Labirinto...
Os olhos como chamas de fogo é um símbolo que representa que o Iniciado tem poder no olhar! Seu olhar não é um olhar comum, embaçado, de”peixe morto”, mas um olhar brilhante, firme, um olhar que penetra, que queima, que marca, que afasta o negativo e cria o positivo! Os grandes iniciados de todos os tempos caracterizam-se por serem possuidores de olhos estranhos e diferentes, olhos bem marcantes!
Os pés na forja simboliza atividade contínua, trabalho, transformação! O fogo é o elemento transformador da Natureza! A forja tempéra e purifica o aço! Produz espadas e ferramentas, que são símbolos de luta e trabalho! O corpo espiritual deve brotar da contínua luta contra os vícios e maus hábitos e pelo trabalho contínuo sobre si mesmo! Por isso emerge da forja! A forja é o grupo, que está sempre aquecendo e temperando os ânimos!
A voz como rumor de águas caudalosas é símbolo de força, as águas caudalosas arrastam tudo o que encontram pela frente! Simboliza também as multidões... O iniciado é capaz de arrastar multidões com suas palavras! Águas caudalosas impõe temor e respeito, e ai de quem opor-se a elas! Simboliza também a força e poder de uma Egrégora! Água é símbolo de sentimentos unificados!
A mão direita é o lado bom do homem! É a capacidade de domínio, de ação! É com a mão direita que o homem escreve, produz obras de arte, aponta direções, aperta outras mãos amigas... Assina e sela pactos! E as sete estrelas são as sete virtudes! Porque têm luz e são do alto! Podem levar o homem a subir até o céu, lugar apropriado para as estrelas!
Ter o rosto como o Sol é irradiar luz, simpatia, vida! É ter na face a expressão da franqueza, da coragem, do ânimo, do vigor! É ser um “Filho da Luz”! E a espada de dois gumes que saia da boca é o símbolo da palavra firme, ousada, corajosa, que corta o mal pela raiz! (continua)
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
DOIS ARTIGOS DE MAX HEINDEL BEM INTERESSANTES E PRÁTICOS AOS ESOTERISTAS
BATATAS GRAÚDAS E MIÚDAS...
Faz muitos anos já que passei algumas semanas numa granja no Estado do Maine na época em que estavam fazendo a colheita das batatas. Conforme as carretas passavam do meu lado pude notar que as batatas eram todas graúdas e de tamanho quase uniforme. Por essa razão um dia felicitei o agricultor por conseguir uma colheita de batatas tão graúdas e de tão bonita apresentação. Levou-me ele então até uma carreta e me explicou que o fundo do veículo estava cheio de batatas miúdas, e me disse que não se havia disposto as mesmas no fundo quando foram carregadas no campo, senão que, pelo movimento da carreta no trajeto do campo até o silo, ocorria que as batatas miúdas se escorriam para baixo, permanecendo as graúdas em cima, e acrescentou: “Se se colocam as graúdas no fundo, elas subirão, enquanto que as miúdas descerão”.
Não ocorre assim também na vida? As pessoas de boa aparência, de excelentes qualidades, sobem até as maiores colocações à medida que nos roçamos uns com os outros nos lugares acidentados da estrada da vida. “Não se pode manter uma boa pessoa na obscuridade”, diz um velho refrão. Essa pessoa se destacará apesar de todos os contratempos, em virtude da força elevadora dentro de si mesma, e, de igual modo, não importa quantas vezes ponhamos um homem baixo no alto, se verá obrigado a descer, devido não possuir essa força interna. Podemos construir uma casa tão alta quanto queiramos, e elevá-la acima de todas as outras edificações, se dispomos de material e mão de obra em quantidade suficiente, porém o crescimento do homem é desde dentro, e nada pode acrescentar nem si- quer um fio de cabelo à estatura de alguém, seja física, moral ou mentalmente. Cada um deve cultivar por si mesmo sua própria salvação, unicamente ele pode determinar permanecer em baixo ou elevar-se para o alto.
O agricultor viu que se as carretas seguiam por um caminho liso e suave as batatas permaneciam mescladas, porém o caminho acidentado e áspero as separava na conhecida forma, e quanto mais áspero e acidentado o caminho, tanto mais ràpidamente as batatas graúdas se elevavam ao alto do monte e as miúdas passavam ao fundo. Nos grandes problemas da vida grandes oportunidades aguardam àqueles que estão dispostos a assumir as grandes responsabilidades e colocar-se à frente da batalha.
Estamos vivendo numa época semelhante e se aspiramos nos sobressair, agora é a hora de nossa oportunidade mais propícia. O mundo inteiro está agora interrogando e buscando uma solução ao mistério da vida; inquirindo em que direção está zarpando o barco da humanidade. Nós temos tal resposta. Assim, pois, sobre nós recai a responsabilidade de viver os ensinamentos dos Irmãos Maiores e fazer com que eles sejam adotados pelos demais, pelo exemplo de nossas vidas. Muitos de nossos amigos estão levando nossos ensinamentos recebidos dos Irmãos Maiores até as próprias trincheiras e iluminando aos que estão dispostos a serem iluminados. (Quando Max Heindel escreveu este artigo estava acontecendo uma grande guerra no mundo.) Aqueles de nós que continuamos em nosso ambiente comum encontraremos também esta interrogação em muitos dos lugares que nos cercam. Procuremos pois, diligentemente, essas ocasiões e esforcemos-nos em esclarecer, pois, “a quem muito se tenha dado, muito se exigirá”. Max Heindel
MAGNIFICA RESPOSTA
Nos tempos em que o Sr. Max Heindel dirigia a Fraternidade Rosacruciana americana de Oceanside, havia uma sessão na revista “Ecos” daquela organização intitulada “Departamento de Perguntas”, onde os estudantes e interessados em geral apresentavam as questões que mais os perturbavam ou que lhes pareciam inexplicáveis. Encontramos, por exemplo, no número 12 daquela revista, de 10 de maio de 1914, uma pergunta muito interessante, que temos certeza tem sido também feita a si mesmo por muitos de nossos caros amigos que se decidiram a seguir o árduo caminho de lutas e sacrifícios para a realização dos ideais do espírito. Tanto interessante como mais esclarecedora ainda é a resposta simples e magnífica apresentada pelo Sr. Heindel, como sempre com uma admirável abundância de detalhes e de lógica. Esperamos que os nossos amigos possam aproveitar da melhor maneira essa lição, que apresentamos na íntegra conforme apareceu na citada revista.
Pergunta:
Dêsde que comecei a estudar os ensinos Rosacrucianos e tenho tentado viver uma vida mais pura, parece-me como se as dificuldades se amontoassem por sobre mim, de uma maneira tal como nunca me ocorreu antes, e parece também que aqueles que me são mais próximos (familiares) são os que especialmente me tentam. Às vezes sinto-me progredindo, e outras parece-me que a vida se torna um fracasso. O que existe de real nisso tudo, e qual a razão dessas tentações?
Resposta:
Quando um navio está descendo rio abaixo a favor da correnteza, os motores funcionam bem sem qualquer esforço aparente, e dão grande rendimento. Da mesma maneira quando um automóvel apanha a descida de uma serra seu motor é capaz de conduzir a carga sem qualquer esforço, e vai longe. Porém quando o navio tem que cortar a correnteza e forçar o seu caminho, ou quando o automóvel precisa subir uma serra isso significa um dispêndio considerável de energia e de esforço e o progresso é lento. Há obstáculos para serem ultrapassados, cada pequena pedra no caminho é sentida, e assim por diante. O mesmo acontece com a alma. Enquanto somos levados com a corrente da vida e seguimos a maré da humanidade, então tudo parece correr bem e suave e não encontramos nenhuma dificuldade. Mas no momento em que deixamos a corrente e nos esforçamos para tomar o caminho em direção à vida superior, encontramos a fricção, o atrito, da corrida geral da humanidade, e, naturalmente, aqueles que justamente estão mais próximos de nós serão contra os quais o atrito será maior; assim parecem eles ser a oposição, para retardar nosso progresso em toda ocasião possível. Eles parecem lutar de toda maneira para obstruir nosso caminho, e nós sentimos isso mais agudamente porque pensamos que aqueles que nos são mais próximos e mais caros para nós deveriam ser aqueles que viessem apreciar os nossos esforços, e nos ajudar em nossa luta; todavia não é isso o que acontece. Não poderíamos esperar aquilo deles. Eles estão seguindo com a maré. Nós estamos indo contra a mesma, e o atrito é tão absolutamente uma necessidade como o é o atrito da água contra o navio que está subindo a correnteza rio acima.
Quando se anda pelas praias, naturalmente se nota como o formato das pedras é redondo, suave, e mesmo como algumas pedras são polidas pelo constante atrito e fricção com as demais pedras. Por idades e idades todos os cantos vivos foram desgastados, e eles apresentam agora aquela superfície maravilhosa que é tão peculiar às pedras encontradas nas praias. Podemos comparar essas pedras à humanidade em geral. Pelo atrito de uma contra outra por idades e idades os piores cantos serão desgastados, e por último nos tornaremos esféricos, suaves, polidos e maravilhosos como o são ás pedras das praias. Porém tomem um diamante em bruto, ao qual não é permitido obter seu brilho pelo processo ordinário vagaroso, como as pedras das praias. O lapidador toma-o em suas mãos e o esmerilha, e há um barulho estridente cada vez que a pedra é encostada na roda do esmeril, mas cada vez que um guincho de dor parte da pedra um grosso pedaço da superfície é desgastado, e uma parte polida e brilhante aparece em seu lugar. De idêntica maneira ocorre com a alma que aspira as coisas superiores. Deus é o lapidador que dá o brilho à pedra, e não é muito agradável quando a parte embrutecida é arrancada de nós, quando somos esfregados contra a roda do esmeril do sentimento e da calamidade; não obstante, nós todos sairemos dali reluzentes e brilhantes como diamantes. Portanto, não permita que seu coração se atrapalhe pelos sentimentos e pelas atribulações que aparecem agora em seu caminho. Pois não são mais do que o atrito que a pedra recebe do lapidador, e pode estar certo, seja qual for o sentimento presente, o resultado será bom, porque Deus é amor, e não obstante aplique agora as mais severas medidas, no futuro o apresentará polido e resplandecente. Max Heindel
Faz muitos anos já que passei algumas semanas numa granja no Estado do Maine na época em que estavam fazendo a colheita das batatas. Conforme as carretas passavam do meu lado pude notar que as batatas eram todas graúdas e de tamanho quase uniforme. Por essa razão um dia felicitei o agricultor por conseguir uma colheita de batatas tão graúdas e de tão bonita apresentação. Levou-me ele então até uma carreta e me explicou que o fundo do veículo estava cheio de batatas miúdas, e me disse que não se havia disposto as mesmas no fundo quando foram carregadas no campo, senão que, pelo movimento da carreta no trajeto do campo até o silo, ocorria que as batatas miúdas se escorriam para baixo, permanecendo as graúdas em cima, e acrescentou: “Se se colocam as graúdas no fundo, elas subirão, enquanto que as miúdas descerão”.
Não ocorre assim também na vida? As pessoas de boa aparência, de excelentes qualidades, sobem até as maiores colocações à medida que nos roçamos uns com os outros nos lugares acidentados da estrada da vida. “Não se pode manter uma boa pessoa na obscuridade”, diz um velho refrão. Essa pessoa se destacará apesar de todos os contratempos, em virtude da força elevadora dentro de si mesma, e, de igual modo, não importa quantas vezes ponhamos um homem baixo no alto, se verá obrigado a descer, devido não possuir essa força interna. Podemos construir uma casa tão alta quanto queiramos, e elevá-la acima de todas as outras edificações, se dispomos de material e mão de obra em quantidade suficiente, porém o crescimento do homem é desde dentro, e nada pode acrescentar nem si- quer um fio de cabelo à estatura de alguém, seja física, moral ou mentalmente. Cada um deve cultivar por si mesmo sua própria salvação, unicamente ele pode determinar permanecer em baixo ou elevar-se para o alto.
O agricultor viu que se as carretas seguiam por um caminho liso e suave as batatas permaneciam mescladas, porém o caminho acidentado e áspero as separava na conhecida forma, e quanto mais áspero e acidentado o caminho, tanto mais ràpidamente as batatas graúdas se elevavam ao alto do monte e as miúdas passavam ao fundo. Nos grandes problemas da vida grandes oportunidades aguardam àqueles que estão dispostos a assumir as grandes responsabilidades e colocar-se à frente da batalha.
Estamos vivendo numa época semelhante e se aspiramos nos sobressair, agora é a hora de nossa oportunidade mais propícia. O mundo inteiro está agora interrogando e buscando uma solução ao mistério da vida; inquirindo em que direção está zarpando o barco da humanidade. Nós temos tal resposta. Assim, pois, sobre nós recai a responsabilidade de viver os ensinamentos dos Irmãos Maiores e fazer com que eles sejam adotados pelos demais, pelo exemplo de nossas vidas. Muitos de nossos amigos estão levando nossos ensinamentos recebidos dos Irmãos Maiores até as próprias trincheiras e iluminando aos que estão dispostos a serem iluminados. (Quando Max Heindel escreveu este artigo estava acontecendo uma grande guerra no mundo.) Aqueles de nós que continuamos em nosso ambiente comum encontraremos também esta interrogação em muitos dos lugares que nos cercam. Procuremos pois, diligentemente, essas ocasiões e esforcemos-nos em esclarecer, pois, “a quem muito se tenha dado, muito se exigirá”. Max Heindel
MAGNIFICA RESPOSTA
Nos tempos em que o Sr. Max Heindel dirigia a Fraternidade Rosacruciana americana de Oceanside, havia uma sessão na revista “Ecos” daquela organização intitulada “Departamento de Perguntas”, onde os estudantes e interessados em geral apresentavam as questões que mais os perturbavam ou que lhes pareciam inexplicáveis. Encontramos, por exemplo, no número 12 daquela revista, de 10 de maio de 1914, uma pergunta muito interessante, que temos certeza tem sido também feita a si mesmo por muitos de nossos caros amigos que se decidiram a seguir o árduo caminho de lutas e sacrifícios para a realização dos ideais do espírito. Tanto interessante como mais esclarecedora ainda é a resposta simples e magnífica apresentada pelo Sr. Heindel, como sempre com uma admirável abundância de detalhes e de lógica. Esperamos que os nossos amigos possam aproveitar da melhor maneira essa lição, que apresentamos na íntegra conforme apareceu na citada revista.
Pergunta:
Dêsde que comecei a estudar os ensinos Rosacrucianos e tenho tentado viver uma vida mais pura, parece-me como se as dificuldades se amontoassem por sobre mim, de uma maneira tal como nunca me ocorreu antes, e parece também que aqueles que me são mais próximos (familiares) são os que especialmente me tentam. Às vezes sinto-me progredindo, e outras parece-me que a vida se torna um fracasso. O que existe de real nisso tudo, e qual a razão dessas tentações?
Resposta:
Quando um navio está descendo rio abaixo a favor da correnteza, os motores funcionam bem sem qualquer esforço aparente, e dão grande rendimento. Da mesma maneira quando um automóvel apanha a descida de uma serra seu motor é capaz de conduzir a carga sem qualquer esforço, e vai longe. Porém quando o navio tem que cortar a correnteza e forçar o seu caminho, ou quando o automóvel precisa subir uma serra isso significa um dispêndio considerável de energia e de esforço e o progresso é lento. Há obstáculos para serem ultrapassados, cada pequena pedra no caminho é sentida, e assim por diante. O mesmo acontece com a alma. Enquanto somos levados com a corrente da vida e seguimos a maré da humanidade, então tudo parece correr bem e suave e não encontramos nenhuma dificuldade. Mas no momento em que deixamos a corrente e nos esforçamos para tomar o caminho em direção à vida superior, encontramos a fricção, o atrito, da corrida geral da humanidade, e, naturalmente, aqueles que justamente estão mais próximos de nós serão contra os quais o atrito será maior; assim parecem eles ser a oposição, para retardar nosso progresso em toda ocasião possível. Eles parecem lutar de toda maneira para obstruir nosso caminho, e nós sentimos isso mais agudamente porque pensamos que aqueles que nos são mais próximos e mais caros para nós deveriam ser aqueles que viessem apreciar os nossos esforços, e nos ajudar em nossa luta; todavia não é isso o que acontece. Não poderíamos esperar aquilo deles. Eles estão seguindo com a maré. Nós estamos indo contra a mesma, e o atrito é tão absolutamente uma necessidade como o é o atrito da água contra o navio que está subindo a correnteza rio acima.
Quando se anda pelas praias, naturalmente se nota como o formato das pedras é redondo, suave, e mesmo como algumas pedras são polidas pelo constante atrito e fricção com as demais pedras. Por idades e idades todos os cantos vivos foram desgastados, e eles apresentam agora aquela superfície maravilhosa que é tão peculiar às pedras encontradas nas praias. Podemos comparar essas pedras à humanidade em geral. Pelo atrito de uma contra outra por idades e idades os piores cantos serão desgastados, e por último nos tornaremos esféricos, suaves, polidos e maravilhosos como o são ás pedras das praias. Porém tomem um diamante em bruto, ao qual não é permitido obter seu brilho pelo processo ordinário vagaroso, como as pedras das praias. O lapidador toma-o em suas mãos e o esmerilha, e há um barulho estridente cada vez que a pedra é encostada na roda do esmeril, mas cada vez que um guincho de dor parte da pedra um grosso pedaço da superfície é desgastado, e uma parte polida e brilhante aparece em seu lugar. De idêntica maneira ocorre com a alma que aspira as coisas superiores. Deus é o lapidador que dá o brilho à pedra, e não é muito agradável quando a parte embrutecida é arrancada de nós, quando somos esfregados contra a roda do esmeril do sentimento e da calamidade; não obstante, nós todos sairemos dali reluzentes e brilhantes como diamantes. Portanto, não permita que seu coração se atrapalhe pelos sentimentos e pelas atribulações que aparecem agora em seu caminho. Pois não são mais do que o atrito que a pedra recebe do lapidador, e pode estar certo, seja qual for o sentimento presente, o resultado será bom, porque Deus é amor, e não obstante aplique agora as mais severas medidas, no futuro o apresentará polido e resplandecente. Max Heindel
ESPERIÊNCIAS COM SONHOS CONSCIENTES E ACOMPANHADAS DE DESDOBRAMENTO
Para dar continuidade ao assunto SONHOS CONSCIENTES, ou SONHOS LÚCIDOS, aqui vai um artigo publicado no Boletim Rosacruciano da FRCSP de novembro e dezembro de 1966. A autoria da carta é do Lineu, um amigo e irmão do tempo em que eu fazia parte do coral da Fraternidade.
Faz alguns meses recebemos uma carta de um dedicado e grande Amigo, com a descrição de uma série de experiências psíquicas tão notáveis que achamos conveniente transcrevê-la, para que todos os nossos Irmãos delas tomem conhecimento. Dentre os vários casos desta ordem que têem chegado ao nosso conhecimento, e que bem atestam os admiráveis e extraordinários resultados que os nossos queridos Irmãos vêm obtendo com os estudos e práticas recomendados e com o apoio da nossa Corrente Espiritual, este é um dos mais interessantes como exemplo prático e excepcional. (Prof. Lourival C. Pereira)
Caro Professor Lourival:
O motivo desta é levar ao conhecimento de V - S - uma série de experiências realmente curiosas que ultimamente vem acontecendo comigo. Sei perfeitamente que não se trata de nada excepcional, pois seguramente o mesmo já deve ter ocorrido com alguns Irmãos da Fraternidade, talvês de alguma maneira diferente. Assim sendo, passo a relatar a seguir essas experiências.
A minha primeira experiência deu-se através de sonho completamente consciente (ter consciência e certeza de estar sonhando) - Havendo o caro Prof. nos dito que realmente nós nos encontramos onde a nossa Consciência está focalizada, comecei a imaginar, antes de pegar no sono, que me encontrava na Fraternidade, orando na Sala Branca, situada na cabeça da cruz que forma o Salão, como habitualmente faço. Numa determinada noite, isto mais ou menos há uns dois anos, tive consciência total de que estava sonhando. Então disse a mim mesmo: “Se estou sonhando, estou fora do meu corpo físico”. No mesmo instante a cena do sonho modificou-se ràdicalmente, e comecei a voar pelos ares a caminho da Fraternidade. Passava por cima dos telhados, via as ruas com suas luzes acesas, árvores, etc. Quando cheguei sobre o telhado do Templo, fiquei em posição vertical, e desci bem devagar, atravessando o telhado e o forro, indo cair bem em cima da Estrela que fica em frente à sua mesa de conferências. Depois me dirigi até a sala onde faço as minhas orações, e ao abrir a porta encontrei Dona Gerda (Vice Presidente da Fraternidade na época) em companhia de outras moças, todas de branco, com uma fita azul caída ao lado, enfeitando o ambiente com palmas e flores. Perguntei o que estava acontecendo, e elas me disseram que ali iria haver uma festa. O interessante é que, durante todo o sonho lembrava-me perfeitamente que estava dormindo no meu quarto, ao mesmo tempo que estava na Fraternidade.
A minha segunda experiência deu-se, também, através de sonho consciente. Notei que, quando a gente se torna consciente, a aparência ou cenário do sonho muda completamente. Neste sonho que agora relato, comecei a sentir que era levado por uma espécie de corrente, e tinha a impressão de que estava flutuando no ar, como se fosse uma folha de papel atirada do alto de um edifício. Fiquei com um pouco de receio, pois não sabia para onde estava indo. Repentinamente percebi que estava no meu próprio quarto, vendo projetadas na parede, através de uma luz estranha, figuras de macacos e outras as quais não pude identificar. Tendo certeza de que estava fora do meu corpo físico, pensei em ver o meu corpo deitado na cama, e realmente o vi. Em cima dele, a mais ou menos uns dez centímetros de altura, havia uma espécie de fumaça branca, e do centro da testa saia um cordão nodoso o qual dava a impressão que pulsava. Logo em seguida acordei.
A terceira experiência, também através de sonho completamente consciente, deu-se no mês de setembro de 1965. Fui envolvido pela mesma corrente, que me levava de um lado para outro. Desta vez não tive o mínimo receio. Após ficar balançando de um lado para outro, percebi que algo me atraia para trás. Não atendendo àquela espécie de chamado, que presumo ser do corpo físico, fiz uma espécie de esforço mental, e senti um estalo e um clarão na minha cabeça; vi-me então completamente fora do meu corpo físico e atirado para fora do quarto, atravessando a parede para o lado da rua. A exemplo do primeiro sonho, comecei a voar e a ver os telhados das casas, as ruas iluminadas e as árvores, etc. Depois de algum tempo comecei a perder as forças, e a cair lentamente. Fui parar perto de um lago azul, todo rodeado de grama de um verde bem claro, sendo que junto ao lago encontrava-se um velhinho de barbas brancas. Então aquele cenário começou a ficar branco, a perder a cor, até que acordei. Quis levantar-me, mas não consegui, pois sentia forte dor de cabeça, com a pulsação do coração fora do normal. Presumo que este estado tenha sido provocado por mim, por não ter atendido àquele chamado, e por ter feito aquele esforço mental.
A quarta experiência deu-se em Outubro de 1965. Era um sábado à tarde. Fui deitar-me um pouco. Eram mais ou menos umas dezessete horas; o sol penetrava no meu quarto, e ouvia-se na rua o barulho dos motores dos ônibus que fazem ponto inicial em frente à minha residência. Após dormir uma hora, mais ou menos, acordei, e logo em seguida percebi que as minhas pernas começavam a subir lentamente. Deduzi logo que estava me desdobrando completamente consciente. Aí já não se tratava de sonho, pois estava acordado, e com os olhos bem abertos. Deixei que aquilo prosseguisse, até que aquele “corpo” ficou preso apenas à minha cabeça física. Quando o mesmo se desprendeu, fui deslocado violentamente para o espaço entre dois guarda-roupas que se encontravam no quarto. Lembro-me perfeitamente que estava inerte; não podia fazer o mínimo movimento. Parecia-me ser uma criança que não sabia ainda andar. Logo em seguida, independente de minha vontade, fui parar em frente a minha camiseira. Tendo nesse momento tomado a iniciativa de querer passar através da mesma, dei um passo, encostei nela o ombro, e senti a madeira, como se tivesse feito aquilo com o meu corpo físico. Apesar do meu esforço, nada consegui. Sabia que se tratava apenas de uma questão mental, mas como é difícil a gente admitir que está livre das condições corporais. Durante esse desdobramento ouvia perfeitamente todos os ruídos normais da rua e de dentro da casa. Como retornei ao corpo físico não tenho a mínima lembrança, pois quando a gente menos espera retorna à consciência corporal.
A quinta experiência ocorreu também num sábado à tarde, e nas mesmas condições de ambiente acima relatado. Havia dormido um pouco, e após acordar, senti algo estranho. Tinha a impressão de que possuía três pernas, pois uma delas estava saindo de uma das pernas físicas. Depois, bem devagar saiu a outra, e por fim o meu outro corpo todo ficou sentado na cama. Depois de alguns segundos comecei a flutuar no ar e a dar reviravoltas, como se estivesse brincando. Isto aconteceu independente de minha vontade. Logo em seguida pensei em localizar-me num dos cantos do quarto, perto do forro, e realmente o consegui. Achava-me lá em cima, e via todo o panorama em baixo. Tinha a nítida impressão de que, naquele momento, não tinha corpo. Também nessa experiência não me lembro como retornei ao corpo físico.
A sexta e última experiência, deu-se no dia 17 de Abril deste ano. Não conseguia pegar no sono, e devia ser mais ou menos 3 horas da madrugada. Tive a impressão de que estava para fazer um desdobramento, pois sentia que aquele corpo etérico saia e entrava no meu corpo físico várias vezes. Notei que a minha emoção faz com que o mesmo se interiorize. Não sei por que, mas foi o que aconteceu comigo; após sair definitivamente, percebi que estava indo para bem longe de minha casa. Pedi auxílio à Corrente da Fraternidade, e pensei no meu corpo físico, e no mesmo instante me encontrei em meu quarto. Fiquei andando pelo mesmo, e flutuando pelo ar Lembro-me exatamente que cheguei a passar por cima de meu irmão, que dorme no mesmo quarto.
Termino caro Prof. Lourival, deixando de fazer qualquer comentário a respeito, pois que para mim as coisas aconteceram simplesmente desta forma. Creio que para outras pessoas essas experiências possam ocorrer de maneiras diferentes, mas semelhantes.
Apenas quero frisar que se antes já não tinha dúvidas quanto aos ensinamentos ministrados nessa venerável Ordem fraternal, agora menos ainda posso duvidar, pois com essas experiências tive confirmação real e concreta de que não somos o corpo físico, e que o mesmo é apenas um instrumento de extrema utilidade ao nosso Espírito para adquirir experiências no plano físico.
“Que as Rosas floresçam sobre a sua Cruz”. LG.
Faz alguns meses recebemos uma carta de um dedicado e grande Amigo, com a descrição de uma série de experiências psíquicas tão notáveis que achamos conveniente transcrevê-la, para que todos os nossos Irmãos delas tomem conhecimento. Dentre os vários casos desta ordem que têem chegado ao nosso conhecimento, e que bem atestam os admiráveis e extraordinários resultados que os nossos queridos Irmãos vêm obtendo com os estudos e práticas recomendados e com o apoio da nossa Corrente Espiritual, este é um dos mais interessantes como exemplo prático e excepcional. (Prof. Lourival C. Pereira)
Caro Professor Lourival:
O motivo desta é levar ao conhecimento de V - S - uma série de experiências realmente curiosas que ultimamente vem acontecendo comigo. Sei perfeitamente que não se trata de nada excepcional, pois seguramente o mesmo já deve ter ocorrido com alguns Irmãos da Fraternidade, talvês de alguma maneira diferente. Assim sendo, passo a relatar a seguir essas experiências.
A minha primeira experiência deu-se através de sonho completamente consciente (ter consciência e certeza de estar sonhando) - Havendo o caro Prof. nos dito que realmente nós nos encontramos onde a nossa Consciência está focalizada, comecei a imaginar, antes de pegar no sono, que me encontrava na Fraternidade, orando na Sala Branca, situada na cabeça da cruz que forma o Salão, como habitualmente faço. Numa determinada noite, isto mais ou menos há uns dois anos, tive consciência total de que estava sonhando. Então disse a mim mesmo: “Se estou sonhando, estou fora do meu corpo físico”. No mesmo instante a cena do sonho modificou-se ràdicalmente, e comecei a voar pelos ares a caminho da Fraternidade. Passava por cima dos telhados, via as ruas com suas luzes acesas, árvores, etc. Quando cheguei sobre o telhado do Templo, fiquei em posição vertical, e desci bem devagar, atravessando o telhado e o forro, indo cair bem em cima da Estrela que fica em frente à sua mesa de conferências. Depois me dirigi até a sala onde faço as minhas orações, e ao abrir a porta encontrei Dona Gerda (Vice Presidente da Fraternidade na época) em companhia de outras moças, todas de branco, com uma fita azul caída ao lado, enfeitando o ambiente com palmas e flores. Perguntei o que estava acontecendo, e elas me disseram que ali iria haver uma festa. O interessante é que, durante todo o sonho lembrava-me perfeitamente que estava dormindo no meu quarto, ao mesmo tempo que estava na Fraternidade.
A minha segunda experiência deu-se, também, através de sonho consciente. Notei que, quando a gente se torna consciente, a aparência ou cenário do sonho muda completamente. Neste sonho que agora relato, comecei a sentir que era levado por uma espécie de corrente, e tinha a impressão de que estava flutuando no ar, como se fosse uma folha de papel atirada do alto de um edifício. Fiquei com um pouco de receio, pois não sabia para onde estava indo. Repentinamente percebi que estava no meu próprio quarto, vendo projetadas na parede, através de uma luz estranha, figuras de macacos e outras as quais não pude identificar. Tendo certeza de que estava fora do meu corpo físico, pensei em ver o meu corpo deitado na cama, e realmente o vi. Em cima dele, a mais ou menos uns dez centímetros de altura, havia uma espécie de fumaça branca, e do centro da testa saia um cordão nodoso o qual dava a impressão que pulsava. Logo em seguida acordei.
A terceira experiência, também através de sonho completamente consciente, deu-se no mês de setembro de 1965. Fui envolvido pela mesma corrente, que me levava de um lado para outro. Desta vez não tive o mínimo receio. Após ficar balançando de um lado para outro, percebi que algo me atraia para trás. Não atendendo àquela espécie de chamado, que presumo ser do corpo físico, fiz uma espécie de esforço mental, e senti um estalo e um clarão na minha cabeça; vi-me então completamente fora do meu corpo físico e atirado para fora do quarto, atravessando a parede para o lado da rua. A exemplo do primeiro sonho, comecei a voar e a ver os telhados das casas, as ruas iluminadas e as árvores, etc. Depois de algum tempo comecei a perder as forças, e a cair lentamente. Fui parar perto de um lago azul, todo rodeado de grama de um verde bem claro, sendo que junto ao lago encontrava-se um velhinho de barbas brancas. Então aquele cenário começou a ficar branco, a perder a cor, até que acordei. Quis levantar-me, mas não consegui, pois sentia forte dor de cabeça, com a pulsação do coração fora do normal. Presumo que este estado tenha sido provocado por mim, por não ter atendido àquele chamado, e por ter feito aquele esforço mental.
A quarta experiência deu-se em Outubro de 1965. Era um sábado à tarde. Fui deitar-me um pouco. Eram mais ou menos umas dezessete horas; o sol penetrava no meu quarto, e ouvia-se na rua o barulho dos motores dos ônibus que fazem ponto inicial em frente à minha residência. Após dormir uma hora, mais ou menos, acordei, e logo em seguida percebi que as minhas pernas começavam a subir lentamente. Deduzi logo que estava me desdobrando completamente consciente. Aí já não se tratava de sonho, pois estava acordado, e com os olhos bem abertos. Deixei que aquilo prosseguisse, até que aquele “corpo” ficou preso apenas à minha cabeça física. Quando o mesmo se desprendeu, fui deslocado violentamente para o espaço entre dois guarda-roupas que se encontravam no quarto. Lembro-me perfeitamente que estava inerte; não podia fazer o mínimo movimento. Parecia-me ser uma criança que não sabia ainda andar. Logo em seguida, independente de minha vontade, fui parar em frente a minha camiseira. Tendo nesse momento tomado a iniciativa de querer passar através da mesma, dei um passo, encostei nela o ombro, e senti a madeira, como se tivesse feito aquilo com o meu corpo físico. Apesar do meu esforço, nada consegui. Sabia que se tratava apenas de uma questão mental, mas como é difícil a gente admitir que está livre das condições corporais. Durante esse desdobramento ouvia perfeitamente todos os ruídos normais da rua e de dentro da casa. Como retornei ao corpo físico não tenho a mínima lembrança, pois quando a gente menos espera retorna à consciência corporal.
A quinta experiência ocorreu também num sábado à tarde, e nas mesmas condições de ambiente acima relatado. Havia dormido um pouco, e após acordar, senti algo estranho. Tinha a impressão de que possuía três pernas, pois uma delas estava saindo de uma das pernas físicas. Depois, bem devagar saiu a outra, e por fim o meu outro corpo todo ficou sentado na cama. Depois de alguns segundos comecei a flutuar no ar e a dar reviravoltas, como se estivesse brincando. Isto aconteceu independente de minha vontade. Logo em seguida pensei em localizar-me num dos cantos do quarto, perto do forro, e realmente o consegui. Achava-me lá em cima, e via todo o panorama em baixo. Tinha a nítida impressão de que, naquele momento, não tinha corpo. Também nessa experiência não me lembro como retornei ao corpo físico.
A sexta e última experiência, deu-se no dia 17 de Abril deste ano. Não conseguia pegar no sono, e devia ser mais ou menos 3 horas da madrugada. Tive a impressão de que estava para fazer um desdobramento, pois sentia que aquele corpo etérico saia e entrava no meu corpo físico várias vezes. Notei que a minha emoção faz com que o mesmo se interiorize. Não sei por que, mas foi o que aconteceu comigo; após sair definitivamente, percebi que estava indo para bem longe de minha casa. Pedi auxílio à Corrente da Fraternidade, e pensei no meu corpo físico, e no mesmo instante me encontrei em meu quarto. Fiquei andando pelo mesmo, e flutuando pelo ar Lembro-me exatamente que cheguei a passar por cima de meu irmão, que dorme no mesmo quarto.
Termino caro Prof. Lourival, deixando de fazer qualquer comentário a respeito, pois que para mim as coisas aconteceram simplesmente desta forma. Creio que para outras pessoas essas experiências possam ocorrer de maneiras diferentes, mas semelhantes.
Apenas quero frisar que se antes já não tinha dúvidas quanto aos ensinamentos ministrados nessa venerável Ordem fraternal, agora menos ainda posso duvidar, pois com essas experiências tive confirmação real e concreta de que não somos o corpo físico, e que o mesmo é apenas um instrumento de extrema utilidade ao nosso Espírito para adquirir experiências no plano físico.
“Que as Rosas floresçam sobre a sua Cruz”. LG.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
O que se pode fazer após os sessenta... Ou antes...
Aos 60 anos...
Thomas Jefferson compra a Louisiana, pagando à França 27 milhões de dólares por uma área de quase 1.300 quilômetros quadrados que vai do rio Mississippi até as montanhas rochosas — ou seja, cerca de 5 centavos de dólar por acre.
Alfred Hitchcock dirige Psicose.
Daniel Carter Beard funda o grupo de escoteiros dos Estados Unidos.
Irma Rombauer, uma dona de casa de St. Louis, escreve o fenômeno editorial Os prazeres da cozinha.
George Papanicolaou recebe o reconhecimento da categoria médica pela eficácia de seu exame na detecção prematura do câncer cervical, possibilitando salvar a vida de muitas mulheres.
General William Tecumseh Sherman, herói da Guerra Civil, pronuncia a simples mas dura expressão: “A guerra é o inferno”
Hildegard de Bingen, religiosa alemã do s lo XII, completa o seu importante trabalho, Ph5 Livro simplificado de Medicina —, o qual explica o valor medicinal de centenas de plantas e ervas.
W C. Fields é a estrela da clássica comédia Little Chickadee.
O dr. Hattie Alexander descobre a cura para a meningite bacteriana.
Groucho Marx estréia como apresentador no programa de testes humorísticos You Bet Your Life.
Aos 61 anos...
Harry Truman decide jogar a bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. Acabou com a guerra mas matou milhões de japoneses!... Foi, sem dúvida, um dos mais polêmicos atos do mundo, considerado por muitos um ato de coragem e ao mesmo tempo um ato de extrema covardia! Somente Deus poderá julgá-lo com justiça!
Phineas T Barnum soma seu show ao dejames A. Bailey’s, para criar o mundialmente famoso circo Barnum & Bailey, chamado de “O maior espetáculo da Terra”.
Woodrow Wilson anuncia seu plano de 14 pontos para acabar com a Primeira Guerra Mundial.
Eleanor Roosevelt é a comandante da comissão de direitos humanos da ONU e ajuda a escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
HenryJames publica seu livro The Golden Bowl.
David Ben-Gurion torna-se o primeiro primeiro-ministro de Israel.
J eannette Rankin, congressista republicana de Montana, torna-se o único membro do Congresso americano a votar contra a declaração de guerra ao Japão, após o ataque a Peari Harbour.
Annie Oakley, a mais famosa atiradora norte-americana, estabelece um difícil recorde quebrando 98 em 100 pombas de cerâmica, numa apresentação num clube de armas da Carolina do Norte.
Aos 62 anos
Agatha Christie escreve A ratoeira, que se tornarará a peça com maior tempo em cartaz no mundo todo.
Douglas MacArthur foge das Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial, mas afirma: “Vou voltar” — e volta.
Alec Guinness aparece como Bem Benobi em Guerra nas estrelas.
Louis Pasteur aplica em um paciente a primeira injeção contra a raiva.
Diana Vreeland aceita a editoria da revista Vogue, e rapidamente se transforma na ditadora do que é chique.
Cari Magee inventa o parquímetro.
Aos 63 anos...
Ferdinand de Lesseps, engenheiro francês, completa o trabalho do canal de Suez.
Arceli Keh, da Califórnia, dá à luz; ela é uma das mulheres mais velhas à dar a luz de que se tem conhecimento.
O presidente Franklin D. Roosevelt comparece à Conferência de Yalta, na Criméia, para decidir, juntamente com Churchill e Stalin, o desfecho da Segunda Guerra Mundial.
Hugh Hefner desiste da vida de solteiro e casa-se novamente com a Miss Janeiro de 1988, uma jovem de 26 anos de idade.
Voltaire escreve seu trabalho mais popular, o satírico Cândido.
Francis Galton, geneticista inglês, mostra que duas pessoas não têm a mesma impressão digital, revolucionando a detecção dos crimes.
O dr. Charles Menninger, juntamente com seus filhos, inaugura o que se tornará a mundialmente famosa Menninger Clinic em Topeka, Kansas, a qual auxilia no modo como os doentes mentais são tratados.
Rembrandt van Rijn pinta sua obra-prima O retorno do filho pródigo.
Leopold Stokowski, maestro, casa com a milionária Gloria Vanderbilt, de 21 anos de idade.
Alfred Hitchcock dirige Os pássaros.
Aos 64 anos...
Weller Noble, da Califórnia, faz 64 pontos num clube de golfe de Oakland — o primeiro jogador de golfe a pontuar sua própria idade.
Louie Armstrong grava Helio, Dolly.
John Napier, matemático escocês e pai do ponto decimal, introduz no mundo da Matemática a sua nova invenção, o logaritmo.
Aos 65 anos...
George Cukor dirige My Fair Lady.
Elizabeth Hazen anuncia a descoberta que fez em parceria com Rachei Brown, do nistatin, um fungicida seguro que pode ser usado no tratamento
doenças como verminoses, micoses e muito mais,
Andrew Carnegie vende a Carnegie Steel para U.S. Steel por milhares de milhões de dólares e dá início ao seu legado: a filantropia.
Winston Churchili torna-se primeiro..ministro da Inglaterra.
C. Everett Koop, secretário da Saúde dos Estados Unidos, apresenta um relatóio apontando o fumo como a causa de morte mais fácil de se prevenir.
Mary Leakey descobre um fóssil de três milhões meio de anos na Tanzânia.
Henry Moore esculpe a famosa figura reclinante que fica exposta no Lincoln Center de Nova York.
Aos 66 anos...
O secretário de Estado, George Marshall, anuncia seu plano de recuperação pós-guerra — o Plano Marshall, como ficou conhecido, possibilitou a recuperação da Europa destruída pela guerra.
Michelangelo finaliza o afresco Último julgamento, na Capela Sistina.
Carne Fuld é co-fundadora do Instituto de Estudos Avançados em Princeton, a prestigiosa entidade onde Einstein e outros irão trabalhar e elaborar suas teorias.
Henry Cavendish calcula a constante gravitacional, possibilitando-se calcular a massa da Terra.
Nikos Kazantzakis escreve Zorba, o grego.
Maggie Kuhn funda o Gray Panthers (uma organização para defender os direitos dos mais idosos).
Aos 67 anos...
Louise Boyd voa sobre o Pólo Norte, a primeira mulher a realizar tal façanha.
John Rock, ginecologista, começa extensos testes da pílula de controle da natalidade.
Ésquilo escreve sua obra-prima, A trilogia de Orestes.
George Bernard Shaw escreve Santa Joana
Ernest Vincent Wright escreve Gadsby, um romance que não usa a letra “e”.
(continua)
Aos 68 anos...
Clifford Batt, da Austrália, atravessa o canal da Mancha à nado.
Lillian Carter — mãe do presidente Jimmy Carter — alista-se em um grupo de paz e passa dois anos trabalhando como enfermeira em Bombaim, na Índia.
Clodion, notável escultor francês, começa a trabalhar na ornamentação do Arco do Triunfo, em Paris.
Henry Miller, banido de seu país por 27 anos, finalmente aproveita a publicação nos Estados Unidos de sua obra Trópico de Câncer, um dos maiores sucessos editoriais do mundo.
Lionel Barrymore aparece como o velho Potter em A vida é maravilhosa.
Giotto de Bondone começa a trabalhar no famoso Campanile, em Florença.
Francisco José de Goya y Lucientes - Goya para a maioria — pinta o seu famoso Três de maio de 1808, o fuzilamento dos defensores de Madri.
Victor Hugo retorna à França, depois de 19 anos de exílio político.
Edna Ernestine Kramer Lassar, matemática e professora, publica seu trabalho mais importante, A natureza e crescimento da matemática moderna.
Aos 69 anos
A. C. Bhaktivedanta funda a Sociedade Internacional para a Consciência Krishna - Hare Krishna.
Madre Teresa ganha o Prêmio Nobel da Paz.
Francis Chichester navega solitário através do oceano Atlântico — 6.400 quilômetros em 22 dias.
Boutros Boutros-Ghali é nomeado secretário- geral das Nações Unidas.
Richard Wagner compõe sua ópera Parsifal.
Laurence Olivier faz sua melhor representação no filme Maratona da morte, para desapontamento de todos os dentistas.
Noah Webster publica An American Dicti of the English Language, no qual ele trabalha anos e que se tornaria um dos maiores best-s de todos os tempos.
Maurice Chevalier canta Thank Heaven for Girts, no filme Gigi.
Linus Pauling afirma que a Vitamina C, em altas doses, pode prevenir a gripe e o resfriado — indicação que desafia muito da sabedoria existente.
Donato di Niccolà di Betto Bardi — mais conhecido como Donateilo — completa a magnífica escultura em madeira pintada de Maria Madalena.
Brigham Young vê o nascimento de seu qüinquagésimo sexto (56) filho, o último...
Aos 70 anos
Sócrates é condenado à morte por ter “corrompido” a mente dos jovens atenienses.
Golda Meir é eleita primeira-ministra de Israel.
Nicolau Copérnico publica, após 30 anos de trabalho, De revolutionibus coelestium, em que afirma que o Sol, e não a Terra, o centro do cosmo, princípio que deu nascimento à astronomia moderna.
O dr. William Worrall Mayo funda sua famosa clínica médica.
E. B. White escreve o clássico infantil The Trumpet ofthe Swan.
Marguerite Duras escreve O amante.
Shigechiyo Izumo fuma pela primeira vez. (Ele irá viver até os 120 anos.) (Se não tivesse fumado, talvez vivesse até os 140 anos! Rs* - nota do redator)
Elizabeth Gurley Flynn torna-se dirigente do Partido Comunista dos Estados Unidos, a primeira mulher a exercer esse cargo.
Somerset Maugham escreve O fio da navalha.
Aos 71 anos...
Coco Chanel introduz o corte Chanel.
Nelson Mandela é libertado de uma prisão na África do Sul, depois de passar 27 anos encarcerado.
Joe Sweeney torna-se membro da galeria dos jogadores de tênis do Saiem State Coliege — Massachusetts.
Winston Churchill cria a expressão “Cortina de Ferro”
Buckminster Fulier constrói o maior domo geodésico para o pavilhão dos Estados Unidos, na Expo 67, em Montreal.
John Houseman ganha o Oscar de melhor ator coadjuvante, pelo seu papel de um professor de direito em O homem que eu escolhi.
Aurelius Augustinus — filósofo cristão, mais tarde conhecido como Santo Agostinho — conclui sua obra A cidade de Deus.
Eurípides escreve sua peça Electra.
(continua)
Thomas Jefferson compra a Louisiana, pagando à França 27 milhões de dólares por uma área de quase 1.300 quilômetros quadrados que vai do rio Mississippi até as montanhas rochosas — ou seja, cerca de 5 centavos de dólar por acre.
Alfred Hitchcock dirige Psicose.
Daniel Carter Beard funda o grupo de escoteiros dos Estados Unidos.
Irma Rombauer, uma dona de casa de St. Louis, escreve o fenômeno editorial Os prazeres da cozinha.
George Papanicolaou recebe o reconhecimento da categoria médica pela eficácia de seu exame na detecção prematura do câncer cervical, possibilitando salvar a vida de muitas mulheres.
General William Tecumseh Sherman, herói da Guerra Civil, pronuncia a simples mas dura expressão: “A guerra é o inferno”
Hildegard de Bingen, religiosa alemã do s lo XII, completa o seu importante trabalho, Ph5 Livro simplificado de Medicina —, o qual explica o valor medicinal de centenas de plantas e ervas.
W C. Fields é a estrela da clássica comédia Little Chickadee.
O dr. Hattie Alexander descobre a cura para a meningite bacteriana.
Groucho Marx estréia como apresentador no programa de testes humorísticos You Bet Your Life.
Aos 61 anos...
Harry Truman decide jogar a bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. Acabou com a guerra mas matou milhões de japoneses!... Foi, sem dúvida, um dos mais polêmicos atos do mundo, considerado por muitos um ato de coragem e ao mesmo tempo um ato de extrema covardia! Somente Deus poderá julgá-lo com justiça!
Phineas T Barnum soma seu show ao dejames A. Bailey’s, para criar o mundialmente famoso circo Barnum & Bailey, chamado de “O maior espetáculo da Terra”.
Woodrow Wilson anuncia seu plano de 14 pontos para acabar com a Primeira Guerra Mundial.
Eleanor Roosevelt é a comandante da comissão de direitos humanos da ONU e ajuda a escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
HenryJames publica seu livro The Golden Bowl.
David Ben-Gurion torna-se o primeiro primeiro-ministro de Israel.
J eannette Rankin, congressista republicana de Montana, torna-se o único membro do Congresso americano a votar contra a declaração de guerra ao Japão, após o ataque a Peari Harbour.
Annie Oakley, a mais famosa atiradora norte-americana, estabelece um difícil recorde quebrando 98 em 100 pombas de cerâmica, numa apresentação num clube de armas da Carolina do Norte.
Aos 62 anos
Agatha Christie escreve A ratoeira, que se tornarará a peça com maior tempo em cartaz no mundo todo.
Douglas MacArthur foge das Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial, mas afirma: “Vou voltar” — e volta.
Alec Guinness aparece como Bem Benobi em Guerra nas estrelas.
Louis Pasteur aplica em um paciente a primeira injeção contra a raiva.
Diana Vreeland aceita a editoria da revista Vogue, e rapidamente se transforma na ditadora do que é chique.
Cari Magee inventa o parquímetro.
Aos 63 anos...
Ferdinand de Lesseps, engenheiro francês, completa o trabalho do canal de Suez.
Arceli Keh, da Califórnia, dá à luz; ela é uma das mulheres mais velhas à dar a luz de que se tem conhecimento.
O presidente Franklin D. Roosevelt comparece à Conferência de Yalta, na Criméia, para decidir, juntamente com Churchill e Stalin, o desfecho da Segunda Guerra Mundial.
Hugh Hefner desiste da vida de solteiro e casa-se novamente com a Miss Janeiro de 1988, uma jovem de 26 anos de idade.
Voltaire escreve seu trabalho mais popular, o satírico Cândido.
Francis Galton, geneticista inglês, mostra que duas pessoas não têm a mesma impressão digital, revolucionando a detecção dos crimes.
O dr. Charles Menninger, juntamente com seus filhos, inaugura o que se tornará a mundialmente famosa Menninger Clinic em Topeka, Kansas, a qual auxilia no modo como os doentes mentais são tratados.
Rembrandt van Rijn pinta sua obra-prima O retorno do filho pródigo.
Leopold Stokowski, maestro, casa com a milionária Gloria Vanderbilt, de 21 anos de idade.
Alfred Hitchcock dirige Os pássaros.
Aos 64 anos...
Weller Noble, da Califórnia, faz 64 pontos num clube de golfe de Oakland — o primeiro jogador de golfe a pontuar sua própria idade.
Louie Armstrong grava Helio, Dolly.
John Napier, matemático escocês e pai do ponto decimal, introduz no mundo da Matemática a sua nova invenção, o logaritmo.
Aos 65 anos...
George Cukor dirige My Fair Lady.
Elizabeth Hazen anuncia a descoberta que fez em parceria com Rachei Brown, do nistatin, um fungicida seguro que pode ser usado no tratamento
doenças como verminoses, micoses e muito mais,
Andrew Carnegie vende a Carnegie Steel para U.S. Steel por milhares de milhões de dólares e dá início ao seu legado: a filantropia.
Winston Churchili torna-se primeiro..ministro da Inglaterra.
C. Everett Koop, secretário da Saúde dos Estados Unidos, apresenta um relatóio apontando o fumo como a causa de morte mais fácil de se prevenir.
Mary Leakey descobre um fóssil de três milhões meio de anos na Tanzânia.
Henry Moore esculpe a famosa figura reclinante que fica exposta no Lincoln Center de Nova York.
Aos 66 anos...
O secretário de Estado, George Marshall, anuncia seu plano de recuperação pós-guerra — o Plano Marshall, como ficou conhecido, possibilitou a recuperação da Europa destruída pela guerra.
Michelangelo finaliza o afresco Último julgamento, na Capela Sistina.
Carne Fuld é co-fundadora do Instituto de Estudos Avançados em Princeton, a prestigiosa entidade onde Einstein e outros irão trabalhar e elaborar suas teorias.
Henry Cavendish calcula a constante gravitacional, possibilitando-se calcular a massa da Terra.
Nikos Kazantzakis escreve Zorba, o grego.
Maggie Kuhn funda o Gray Panthers (uma organização para defender os direitos dos mais idosos).
Aos 67 anos...
Louise Boyd voa sobre o Pólo Norte, a primeira mulher a realizar tal façanha.
John Rock, ginecologista, começa extensos testes da pílula de controle da natalidade.
Ésquilo escreve sua obra-prima, A trilogia de Orestes.
George Bernard Shaw escreve Santa Joana
Ernest Vincent Wright escreve Gadsby, um romance que não usa a letra “e”.
(continua)
Aos 68 anos...
Clifford Batt, da Austrália, atravessa o canal da Mancha à nado.
Lillian Carter — mãe do presidente Jimmy Carter — alista-se em um grupo de paz e passa dois anos trabalhando como enfermeira em Bombaim, na Índia.
Clodion, notável escultor francês, começa a trabalhar na ornamentação do Arco do Triunfo, em Paris.
Henry Miller, banido de seu país por 27 anos, finalmente aproveita a publicação nos Estados Unidos de sua obra Trópico de Câncer, um dos maiores sucessos editoriais do mundo.
Lionel Barrymore aparece como o velho Potter em A vida é maravilhosa.
Giotto de Bondone começa a trabalhar no famoso Campanile, em Florença.
Francisco José de Goya y Lucientes - Goya para a maioria — pinta o seu famoso Três de maio de 1808, o fuzilamento dos defensores de Madri.
Victor Hugo retorna à França, depois de 19 anos de exílio político.
Edna Ernestine Kramer Lassar, matemática e professora, publica seu trabalho mais importante, A natureza e crescimento da matemática moderna.
Aos 69 anos
A. C. Bhaktivedanta funda a Sociedade Internacional para a Consciência Krishna - Hare Krishna.
Madre Teresa ganha o Prêmio Nobel da Paz.
Francis Chichester navega solitário através do oceano Atlântico — 6.400 quilômetros em 22 dias.
Boutros Boutros-Ghali é nomeado secretário- geral das Nações Unidas.
Richard Wagner compõe sua ópera Parsifal.
Laurence Olivier faz sua melhor representação no filme Maratona da morte, para desapontamento de todos os dentistas.
Noah Webster publica An American Dicti of the English Language, no qual ele trabalha anos e que se tornaria um dos maiores best-s de todos os tempos.
Maurice Chevalier canta Thank Heaven for Girts, no filme Gigi.
Linus Pauling afirma que a Vitamina C, em altas doses, pode prevenir a gripe e o resfriado — indicação que desafia muito da sabedoria existente.
Donato di Niccolà di Betto Bardi — mais conhecido como Donateilo — completa a magnífica escultura em madeira pintada de Maria Madalena.
Brigham Young vê o nascimento de seu qüinquagésimo sexto (56) filho, o último...
Aos 70 anos
Sócrates é condenado à morte por ter “corrompido” a mente dos jovens atenienses.
Golda Meir é eleita primeira-ministra de Israel.
Nicolau Copérnico publica, após 30 anos de trabalho, De revolutionibus coelestium, em que afirma que o Sol, e não a Terra, o centro do cosmo, princípio que deu nascimento à astronomia moderna.
O dr. William Worrall Mayo funda sua famosa clínica médica.
E. B. White escreve o clássico infantil The Trumpet ofthe Swan.
Marguerite Duras escreve O amante.
Shigechiyo Izumo fuma pela primeira vez. (Ele irá viver até os 120 anos.) (Se não tivesse fumado, talvez vivesse até os 140 anos! Rs* - nota do redator)
Elizabeth Gurley Flynn torna-se dirigente do Partido Comunista dos Estados Unidos, a primeira mulher a exercer esse cargo.
Somerset Maugham escreve O fio da navalha.
Aos 71 anos...
Coco Chanel introduz o corte Chanel.
Nelson Mandela é libertado de uma prisão na África do Sul, depois de passar 27 anos encarcerado.
Joe Sweeney torna-se membro da galeria dos jogadores de tênis do Saiem State Coliege — Massachusetts.
Winston Churchill cria a expressão “Cortina de Ferro”
Buckminster Fulier constrói o maior domo geodésico para o pavilhão dos Estados Unidos, na Expo 67, em Montreal.
John Houseman ganha o Oscar de melhor ator coadjuvante, pelo seu papel de um professor de direito em O homem que eu escolhi.
Aurelius Augustinus — filósofo cristão, mais tarde conhecido como Santo Agostinho — conclui sua obra A cidade de Deus.
Eurípides escreve sua peça Electra.
(continua)
Trechos extraídos do livro “Guia das Idades – Quem faz o que de um a cem anos” de autoria de Andrew Postman.
UM ROSACRUZ ESCREVE SOBRE ALQUIMIA
HERMES DESVELADO por CYLIANI
O homem conhecido como Cyliani, do qual pouco se conhece pessoalmente, foi um alquimista que escreveu o presente volume (Hermes Desvelado) em 1831 e publicou-o no ano seguinte. Seu principal interesse reside no fato de que ele influenciou uma escola francesa de Alquimia que baseava as suas conclusões sobre o seu trabalho. A primeira delas foi desenvolvida por GF Tiffereau, que trouxe uma peça de ouro do México, que ele afirmava ter fabricado pelo artífice Tiffereau que gastou os anos de 1847 a 1891 tentando convencer cientistas franceses para levar a sério o seu trabalho, mas apenas conseguiu estimular os alquimistas tais como Jollivet-Castelot e outros... (extraído de uma publicação na internet – ver http://www.google.com/ buscar por Cyliani.
PREFÁCIO
O Céu, me havendo permitido triunfo em elaborar a Pedra Filosofal, após haver passado trinta e sete anos à sua procura, velado mil e quinhentas noites ao menos (quatro anos e poucos meses - nota do redator) sem dormir, provado infelicidades sem conta e perdas irreparáveis, acredito poder oferecer à juventude, esperança da nação, o lacerante quadro de minha vida, a fim de que lhe sirva de lição; ao mesmo tempo, o renascer de uma arte que propicia, do primeiro golpe de vista, as rosas brancas e vermelhas, (a união do branco com o vermelho cria a cor rosa – nota do redator) as mais agradáveis, repletas de espinhos, e das quais a senda que conduz ao lugar onde as podemos colher, é plena de escolhos.
Como Medicina Universal (uma medicina única, que utiliza um único medicamento e cura todas as enfermidades – foi usada por Jesus Cristo – nota do redator) um bem mais precioso que o dom das riquezas; seu conhecimento deve naturalmente arrastar à pesquisa os homens estudiosos, que crêem ser mais felizes que uma multidão. Eis a razão que me levou a transmitir à posteridade as operações a fazer, no maior detalhe e sem nada omitir, a fim de torná-la conhecida e de prevenir também a ruína de pessoas honestas e de render serviço a humanidade sofredora.
O leitor que penetrar minhas operações não terá senão que procurar a matéria, (corpo-físico) o fogo (Espírito – emanação do Sol) e os trabalhos de Hércules. (São doze os Trabalhos de Hércules, cada um relativo a um signo do Zodíaco – nota do redator) Todos os filósofos fizeram disso, por dever, um mistério. Eu jurei a Deus transportar ao túmulo esse segredo, preferindo desagradar os homens ao Eterno.
Descrevi com a maior sinceridade todas as operações a realizar, e se as poderão contar, e desejo, do fundo do coração, que o sonho, o qual pude revelar ao homem virtuoso, chamado por Deus a gozar de um bem semelhante, possa realizar-se sem os inúmeros obstáculos que conheci, inclusive o risco de morrer.
Para realizar os trabalhos de Hércules é necessário tomar grandes precauções; uma vez realizados, o restante é um trabalho bem agradável, que não custa sequer um centavo.
Preveni-vos para que não aconteça, como a mim, de vos ferirdes; encontro—me, em decorrência desses mesmos trabalhos, com o órgão mais essencial da vida (coração – nota do tradutor) afetado, o que me privará, devido a gravidade do mal, e a virtude da medicina não sendo cirúrgica, mas tão só paliativa e medicamental, de percorrer um longo caminho (viver muitos anos). (Aqui o escritor desse extraordinário livro de Alquimia previne ao estudante aconselhando-o a ser prudente nas práticas espirituais, jejuns, abstinências sexuais, excessos de estudos, principalmente durante as noites (ele passou cerca de mil e quinhentas noites insones debruçado no estudo e nas atividades alquímicas... e isso tudo afetou sua saúde...)
Aconselharia também as pessoas que queiram por inteiro dedicar-se à perseguição da Pedra Filosofal de não se lançar a tanto senão após haver seguido vários cursos de Química, e aprendido a nanipular. (Na época que o autor estava vivo a Química era uma ciência simples e não tão extensa e complicada como hoje, e era estudada por todos os aspirantes ao doutorado – nota do redator) Por mais que digam certos autores, se eu não possuísse os conhecimentos de Química que possuo jamais coisa alguma teria alcançado! (Aqui o autor se refere que o estudo do Ocultismo deve ser acompanhado preferencialmente com os estudos das ciências já estabelecidas no mundo, pois as duas andam de mãos dadas. Uma diz respeito à Matéria, outra ao Espírito! - Nota do redator.)
Devo acrescentar que a matéria própria à Grande Obra é aquela que serviu para formar o corpo do homem primitivo: ela se encontra por toda parte, (o Éter) em todo lugar, sob diversas modificações; sua origem celeste e terrestre, como igualmente o é o fogo da Pedra (Filosofal).
A Medicina Universal é um Sal Magnético que serve de envoltório a uma Força Estranha, que é a Via Universal. Assim que esse Sal se encontra dentro do estômago, penetra todo o corpo, até as ultimas células, e, regenerando todas as partes, provoca uma crise natural, seguida de suores abundantes; purifica o sangue assim como o corpo, fortifica-o em lugar de enfraquecê-lo, por dissolver e expulsar, pela transpiração, toda matéria mórbida que contraria o jogo da vida e suas vicissitudes. Esse Sal faz também desaparecer, por sua qualidade fria, todas as espécies de inflamações, enquanto que a Força Estranha desse mesmo Sal se espalha pelos principais órgãos, dando-lhes vida.
Eis aqui o efeito da Medicina Universal, que cura radicalmente todas as enfermidades que afetam o homem durante o curso de sua vida, e o faz percorrer com boa saúde muitos séculos, a menos que Deus, em seus desígnios, haja diferentemente ordenado. Tem, assim, efeito contrário à opinião recebida dos médicos, que sustentam não poder um só remédio curar todas as doenças. Se, entretanto, conhecessem a Medicina Universal, veriam que o poder desse Sal é semelhante àquele de um ímã, que atrai ao invés do ferro, a força da Vida Universal, e lhe serve como invólucro. Ao administrá-lo, eles seriam forçados a reconhecer seu Poder Celeste, e se colocariam de joelhos diante desse belo Sal Magnético, dotado de uma força sobrenatural e miraculosa; proclamando, de corpo e alma, que doença alguma resiste à sua ação, como eu disso me convenci, dedicando a vida às doenças por eles abandonadas.
Para conceber o que acabo de dizer sobre essa Força Estranha preciso pensar no efeito que produz o vinho de champanhe em nosso estômago: tão logo ele o encontra, seu líquido lhe penetra as paredes e as fortifica, enquanto que a Força Estranha, devido à presença do ácido carbônico, se desprende dirigindo-se ao cérebro, dissipa nossa tristeza e em verdade nos regozija, a menos que quantidade muito grande do gás, vindo a pressionar o cérebro, nos faça vacilar ou cair.
Enfim, o corpo do homem material, não obstante encerre uma Força que lhe é estranha, que é a Vida.
Creio prevenir aqui jamais esquecer que não são necessárias senão duas matérias da mesma origem: uma volátil e outra fixa; que há duas vias, a via seca e a via úmida. Tenho esta última de preferência, por dever, embora a primeira me seja muito familiar; ela se realiza com uma única matéria.
O azoto se liga facilmente ao enxofre, o fogo ao fogo, e o mercúrio duplo ou rebis (palavra de origem alquímica – nota do redator), em estado de pó, sal ou óleo, forma o verdadeiro ouro potável, ou a Medicina Universal ao branco ou ao vermelho; enfim a semente do ouro está dentro do ouro mesmo. É preciso de muito pouco combustível e menos ainda vasos. A obra custa bem pouco, e pode-se a realizar em todo lugar, mas é conveniente começá-la em um ambiente como o da Natureza, para a bem terminar. (na verdade essa Obra deve ser realizada dentro de nós mesmos, no nosso corpo... - nota do redator)
Creio neste escrito haver conservado as mais importantes passagens de múltiplos trabalhos realizados por filósofos que possuíam o Mercúrio Secreto, (Ensinamentos ministrados nas Escolas Herméticas e Esotéricas) vale dizer, Hermes, tais quais Arnau de Vílianova (Um Alquimista) e o autor anônimo, impresso em Leipzig em 1732, e outros, para transmitir de maneira primordial à posteridade, esta Arte Divina, tão preciosa no que respeita à saúde.
Procurai conhecer o Vinagre das Montanhas, (?) já que sem ele não podereis nada fazer; seu conhecimento vos dará aquele da Fada da Alma, (?) assim chamada por Arnau de Víllanova em seu Pequeno Rosário (?).
Compenetrai-vos igualmente de que o fogo de nossa lareira, ou dos fornos, ou de uma lâmpada, o tirano da destruição, e de que a Natureza não emprega o fogo vulgar senão para destruir; por exemplo, o fogo do raio, ou aquele dos vulcões.
Atentai que as duas naturezas metálicas, após sua preparação, não devem ser reunidas senão no estado de germes dissolvidos, como o diz Arnau de Vilianova.
Quando tiveres compreendido bem a prática e as operações que vos irei dar, podereis dar início à realização da Obra. Se não tiveres a felicidade de triunfar, será porque Deus não vos quis conceder dom semelhante, uma vez que eu juro haver-vos dito tudo nesta obra, sem trair meu compromisso.
O homem conhecido como Cyliani, do qual pouco se conhece pessoalmente, foi um alquimista que escreveu o presente volume (Hermes Desvelado) em 1831 e publicou-o no ano seguinte. Seu principal interesse reside no fato de que ele influenciou uma escola francesa de Alquimia que baseava as suas conclusões sobre o seu trabalho. A primeira delas foi desenvolvida por GF Tiffereau, que trouxe uma peça de ouro do México, que ele afirmava ter fabricado pelo artífice Tiffereau que gastou os anos de 1847 a 1891 tentando convencer cientistas franceses para levar a sério o seu trabalho, mas apenas conseguiu estimular os alquimistas tais como Jollivet-Castelot e outros... (extraído de uma publicação na internet – ver http://www.google.com/ buscar por Cyliani.
PREFÁCIO
O Céu, me havendo permitido triunfo em elaborar a Pedra Filosofal, após haver passado trinta e sete anos à sua procura, velado mil e quinhentas noites ao menos (quatro anos e poucos meses - nota do redator) sem dormir, provado infelicidades sem conta e perdas irreparáveis, acredito poder oferecer à juventude, esperança da nação, o lacerante quadro de minha vida, a fim de que lhe sirva de lição; ao mesmo tempo, o renascer de uma arte que propicia, do primeiro golpe de vista, as rosas brancas e vermelhas, (a união do branco com o vermelho cria a cor rosa – nota do redator) as mais agradáveis, repletas de espinhos, e das quais a senda que conduz ao lugar onde as podemos colher, é plena de escolhos.
Como Medicina Universal (uma medicina única, que utiliza um único medicamento e cura todas as enfermidades – foi usada por Jesus Cristo – nota do redator) um bem mais precioso que o dom das riquezas; seu conhecimento deve naturalmente arrastar à pesquisa os homens estudiosos, que crêem ser mais felizes que uma multidão. Eis a razão que me levou a transmitir à posteridade as operações a fazer, no maior detalhe e sem nada omitir, a fim de torná-la conhecida e de prevenir também a ruína de pessoas honestas e de render serviço a humanidade sofredora.
O leitor que penetrar minhas operações não terá senão que procurar a matéria, (corpo-físico) o fogo (Espírito – emanação do Sol) e os trabalhos de Hércules. (São doze os Trabalhos de Hércules, cada um relativo a um signo do Zodíaco – nota do redator) Todos os filósofos fizeram disso, por dever, um mistério. Eu jurei a Deus transportar ao túmulo esse segredo, preferindo desagradar os homens ao Eterno.
Descrevi com a maior sinceridade todas as operações a realizar, e se as poderão contar, e desejo, do fundo do coração, que o sonho, o qual pude revelar ao homem virtuoso, chamado por Deus a gozar de um bem semelhante, possa realizar-se sem os inúmeros obstáculos que conheci, inclusive o risco de morrer.
Para realizar os trabalhos de Hércules é necessário tomar grandes precauções; uma vez realizados, o restante é um trabalho bem agradável, que não custa sequer um centavo.
Preveni-vos para que não aconteça, como a mim, de vos ferirdes; encontro—me, em decorrência desses mesmos trabalhos, com o órgão mais essencial da vida (coração – nota do tradutor) afetado, o que me privará, devido a gravidade do mal, e a virtude da medicina não sendo cirúrgica, mas tão só paliativa e medicamental, de percorrer um longo caminho (viver muitos anos). (Aqui o escritor desse extraordinário livro de Alquimia previne ao estudante aconselhando-o a ser prudente nas práticas espirituais, jejuns, abstinências sexuais, excessos de estudos, principalmente durante as noites (ele passou cerca de mil e quinhentas noites insones debruçado no estudo e nas atividades alquímicas... e isso tudo afetou sua saúde...)
Aconselharia também as pessoas que queiram por inteiro dedicar-se à perseguição da Pedra Filosofal de não se lançar a tanto senão após haver seguido vários cursos de Química, e aprendido a nanipular. (Na época que o autor estava vivo a Química era uma ciência simples e não tão extensa e complicada como hoje, e era estudada por todos os aspirantes ao doutorado – nota do redator) Por mais que digam certos autores, se eu não possuísse os conhecimentos de Química que possuo jamais coisa alguma teria alcançado! (Aqui o autor se refere que o estudo do Ocultismo deve ser acompanhado preferencialmente com os estudos das ciências já estabelecidas no mundo, pois as duas andam de mãos dadas. Uma diz respeito à Matéria, outra ao Espírito! - Nota do redator.)
Devo acrescentar que a matéria própria à Grande Obra é aquela que serviu para formar o corpo do homem primitivo: ela se encontra por toda parte, (o Éter) em todo lugar, sob diversas modificações; sua origem celeste e terrestre, como igualmente o é o fogo da Pedra (Filosofal).
A Medicina Universal é um Sal Magnético que serve de envoltório a uma Força Estranha, que é a Via Universal. Assim que esse Sal se encontra dentro do estômago, penetra todo o corpo, até as ultimas células, e, regenerando todas as partes, provoca uma crise natural, seguida de suores abundantes; purifica o sangue assim como o corpo, fortifica-o em lugar de enfraquecê-lo, por dissolver e expulsar, pela transpiração, toda matéria mórbida que contraria o jogo da vida e suas vicissitudes. Esse Sal faz também desaparecer, por sua qualidade fria, todas as espécies de inflamações, enquanto que a Força Estranha desse mesmo Sal se espalha pelos principais órgãos, dando-lhes vida.
Eis aqui o efeito da Medicina Universal, que cura radicalmente todas as enfermidades que afetam o homem durante o curso de sua vida, e o faz percorrer com boa saúde muitos séculos, a menos que Deus, em seus desígnios, haja diferentemente ordenado. Tem, assim, efeito contrário à opinião recebida dos médicos, que sustentam não poder um só remédio curar todas as doenças. Se, entretanto, conhecessem a Medicina Universal, veriam que o poder desse Sal é semelhante àquele de um ímã, que atrai ao invés do ferro, a força da Vida Universal, e lhe serve como invólucro. Ao administrá-lo, eles seriam forçados a reconhecer seu Poder Celeste, e se colocariam de joelhos diante desse belo Sal Magnético, dotado de uma força sobrenatural e miraculosa; proclamando, de corpo e alma, que doença alguma resiste à sua ação, como eu disso me convenci, dedicando a vida às doenças por eles abandonadas.
Para conceber o que acabo de dizer sobre essa Força Estranha preciso pensar no efeito que produz o vinho de champanhe em nosso estômago: tão logo ele o encontra, seu líquido lhe penetra as paredes e as fortifica, enquanto que a Força Estranha, devido à presença do ácido carbônico, se desprende dirigindo-se ao cérebro, dissipa nossa tristeza e em verdade nos regozija, a menos que quantidade muito grande do gás, vindo a pressionar o cérebro, nos faça vacilar ou cair.
Enfim, o corpo do homem material, não obstante encerre uma Força que lhe é estranha, que é a Vida.
Creio prevenir aqui jamais esquecer que não são necessárias senão duas matérias da mesma origem: uma volátil e outra fixa; que há duas vias, a via seca e a via úmida. Tenho esta última de preferência, por dever, embora a primeira me seja muito familiar; ela se realiza com uma única matéria.
O azoto se liga facilmente ao enxofre, o fogo ao fogo, e o mercúrio duplo ou rebis (palavra de origem alquímica – nota do redator), em estado de pó, sal ou óleo, forma o verdadeiro ouro potável, ou a Medicina Universal ao branco ou ao vermelho; enfim a semente do ouro está dentro do ouro mesmo. É preciso de muito pouco combustível e menos ainda vasos. A obra custa bem pouco, e pode-se a realizar em todo lugar, mas é conveniente começá-la em um ambiente como o da Natureza, para a bem terminar. (na verdade essa Obra deve ser realizada dentro de nós mesmos, no nosso corpo... - nota do redator)
Creio neste escrito haver conservado as mais importantes passagens de múltiplos trabalhos realizados por filósofos que possuíam o Mercúrio Secreto, (Ensinamentos ministrados nas Escolas Herméticas e Esotéricas) vale dizer, Hermes, tais quais Arnau de Vílianova (Um Alquimista) e o autor anônimo, impresso em Leipzig em 1732, e outros, para transmitir de maneira primordial à posteridade, esta Arte Divina, tão preciosa no que respeita à saúde.
Procurai conhecer o Vinagre das Montanhas, (?) já que sem ele não podereis nada fazer; seu conhecimento vos dará aquele da Fada da Alma, (?) assim chamada por Arnau de Víllanova em seu Pequeno Rosário (?).
Compenetrai-vos igualmente de que o fogo de nossa lareira, ou dos fornos, ou de uma lâmpada, o tirano da destruição, e de que a Natureza não emprega o fogo vulgar senão para destruir; por exemplo, o fogo do raio, ou aquele dos vulcões.
Atentai que as duas naturezas metálicas, após sua preparação, não devem ser reunidas senão no estado de germes dissolvidos, como o diz Arnau de Vilianova.
Quando tiveres compreendido bem a prática e as operações que vos irei dar, podereis dar início à realização da Obra. Se não tiveres a felicidade de triunfar, será porque Deus não vos quis conceder dom semelhante, uma vez que eu juro haver-vos dito tudo nesta obra, sem trair meu compromisso.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
SONHO CONSCIENTE DE 02 12 08
SONHO CONSCIENTE DE 02 12 08
No sonho, estou vivendo um período da minha vida que remonta à década de 1980. Tudo é muito real, como se fosse aqui e agora. Moro em São Paulo. Tenho uns quarenta e poucos anos de idade. Meus cabelos e bigode são negros ainda, apenas um pouco grisalhos. Trabalho numa estamparia de tecidos... Tudo transcorre tranquilamente... Na estamparia estão também meu cunhado e seus irmãos...(Na vida real eles nunca trabalharam lá.) Meu cunhado é um dos chefes. Eles, de certa forma, me perseguem porque sou meio desorganizado... Não coloco as ferramentas nos seus devidos lugares, quando termino de usá-las. Meu patrão, que é também filho do dono da firma, no sonho, é o Mestre Almir... (Mestre representante do núcleo da UDV que eu freqüento) Tudo segue naturalmente, e eu me sinto bem, sou casado, tenho minha família, estou com boa saúde, algumas coisas se misturam no sonho, cenas do Rio de Janeiro, mas nada me preocupa ou perturba. Estou feliz e em paz, como sempre... Até que um dia o meu patrão (que é o M. Almir, no sonho) chega para mim e acusa-me de ter roubado uma grande quantidade de tecidos da estamparia, e que eu vou ser despedido por justa causa e sem direito a receber qualquer tipo de indenização! E o que é pior, ainda terei que prestar contas dos meus roubos na delegacia de polícia. Tento convencê-lo que sou inocente, que deve ser um mal-entendido, mas não adianta. Ele diz que tem provas! E que não é ele que me acusa, e sim, outros empregados e as provas...
Saio da firma triste, aborrecido, muito preocupado, principalmente porque sou inocente! Não roubei nada. Não sei de onde tiraram essa idéia. É uma acusação absurda! Vou conversar com um amigo de muitos anos e ele me acalma, me tranqüiliza e me diz para não me preocupar porque tudo vai ser esclarecido. Vou andando em direção a uma lanchonete onde eu gostava de tomar café e comer lanches, pensando profundamente sobre o assunto e dou-me conta que estou caindo numa armadilha. Vejo-me num beco sem saida... Muitas vezes na vida senti essa sensação, de estar irremediavelmente perdido, mas sempre consigo escapar, às vezes até como se por um milagre... Por este motivo estou sempre calmo, mesmo que o mundo esteja acabando em água ou em fogo, estou sempre tranquilo porque sei que no final tudo acaba bem! (O bar agora está totalmente diferente de antes... Fico perplexo com as mudanças...) Lá encontro um amigo, o Clóvis, o fotógrafo da firma, um rapaz careca e sem pelos no rosto. (Era um grande amigo, no tempo em que trabalhei lá.) Ele está junto com seu irmão gêmeo. Observo como os dois são exatamente iguais. (Na vida real o Clóvis não tem nenhum irmão gêmeo, isso é só no sonho) Um parece ser o sósia do outro, e fico espantado ao ver que o Clóvis tem cabelos e um pouco de barba, e seu irmão também... (na vida real o Clóvis não tem um único pelo em todo corpo. Já nasceu assim! Parece um ET...) Converso com ele e seu irmão. Os dois me esclarecem dizendo-me que meu cunhado e seus irmãos fizeram o roubo e deixaram pistas para me incriminarem... Talvez eles tenham inveja de mim porque estou sempre bem, sempre alegre, e me aprontaram essa! Vou para casa pensativo, triste, procurando uma saída, quando de repente dou-me conta que estou sonhando. A princípio não acredito muito que é sonho, pois tudo é tão real! A vida é exatamente igual aqui. Sou o mesmo indivíduo, tendo a mesma aparência de sempre, com os mesmos pensamentos, as mesmas idéias, os mesmos ideais... Como pode ser sonho, se tudo é tão real? Mas é! E logo vem-me aquela sensação de alegria, de acordar no sonho, é uma sensação maravilhosa, indescritível!... E o costumeiro pensamento: Ora, se isto é um sonho, posso voar! E saio voando por cima dos carros, como um super-homem! Que maravilha é voar! E continuo sonhando, só que desta vez vou interagindo no sonho, produzindo algumas imagens, e de repente acordo na cama no meio da madrugada... E permaneço alguns minutos recordando tudo, cada detalhe do sonho... Depois pego meu aparelho de som para ouvir músicas, que é algo que adoro fazer todas as manhãs antes de levantar-me. E a sensação é de pura felicidade em saber que existe realmente uma vida bem ativa na cama, dormindo, e que eu estou tendo cada vez mais acesso a essa vida maravilhosa do Mundo dos Sonhos, (enquanto meu corpo repousa) que por incrível que pareça, é tão real como esta! Lá se tem mais liberdade para se ir para onde se quer e estudar as coisas de uma forma bem diferente daqui! Acredito que isso que acontece comigo é a recompensa pelos anos de exercícios espirituais que eu pratiquei quando freqüentava assiduamente a Fraternidade Rosacruz e o Trabalho de Gurdjieff, e também porque o chá Hoasca nos auxilia a libertar-se cada vez mais da matéria. Abel Fernandes
No sonho, estou vivendo um período da minha vida que remonta à década de 1980. Tudo é muito real, como se fosse aqui e agora. Moro em São Paulo. Tenho uns quarenta e poucos anos de idade. Meus cabelos e bigode são negros ainda, apenas um pouco grisalhos. Trabalho numa estamparia de tecidos... Tudo transcorre tranquilamente... Na estamparia estão também meu cunhado e seus irmãos...(Na vida real eles nunca trabalharam lá.) Meu cunhado é um dos chefes. Eles, de certa forma, me perseguem porque sou meio desorganizado... Não coloco as ferramentas nos seus devidos lugares, quando termino de usá-las. Meu patrão, que é também filho do dono da firma, no sonho, é o Mestre Almir... (Mestre representante do núcleo da UDV que eu freqüento) Tudo segue naturalmente, e eu me sinto bem, sou casado, tenho minha família, estou com boa saúde, algumas coisas se misturam no sonho, cenas do Rio de Janeiro, mas nada me preocupa ou perturba. Estou feliz e em paz, como sempre... Até que um dia o meu patrão (que é o M. Almir, no sonho) chega para mim e acusa-me de ter roubado uma grande quantidade de tecidos da estamparia, e que eu vou ser despedido por justa causa e sem direito a receber qualquer tipo de indenização! E o que é pior, ainda terei que prestar contas dos meus roubos na delegacia de polícia. Tento convencê-lo que sou inocente, que deve ser um mal-entendido, mas não adianta. Ele diz que tem provas! E que não é ele que me acusa, e sim, outros empregados e as provas...
Saio da firma triste, aborrecido, muito preocupado, principalmente porque sou inocente! Não roubei nada. Não sei de onde tiraram essa idéia. É uma acusação absurda! Vou conversar com um amigo de muitos anos e ele me acalma, me tranqüiliza e me diz para não me preocupar porque tudo vai ser esclarecido. Vou andando em direção a uma lanchonete onde eu gostava de tomar café e comer lanches, pensando profundamente sobre o assunto e dou-me conta que estou caindo numa armadilha. Vejo-me num beco sem saida... Muitas vezes na vida senti essa sensação, de estar irremediavelmente perdido, mas sempre consigo escapar, às vezes até como se por um milagre... Por este motivo estou sempre calmo, mesmo que o mundo esteja acabando em água ou em fogo, estou sempre tranquilo porque sei que no final tudo acaba bem! (O bar agora está totalmente diferente de antes... Fico perplexo com as mudanças...) Lá encontro um amigo, o Clóvis, o fotógrafo da firma, um rapaz careca e sem pelos no rosto. (Era um grande amigo, no tempo em que trabalhei lá.) Ele está junto com seu irmão gêmeo. Observo como os dois são exatamente iguais. (Na vida real o Clóvis não tem nenhum irmão gêmeo, isso é só no sonho) Um parece ser o sósia do outro, e fico espantado ao ver que o Clóvis tem cabelos e um pouco de barba, e seu irmão também... (na vida real o Clóvis não tem um único pelo em todo corpo. Já nasceu assim! Parece um ET...) Converso com ele e seu irmão. Os dois me esclarecem dizendo-me que meu cunhado e seus irmãos fizeram o roubo e deixaram pistas para me incriminarem... Talvez eles tenham inveja de mim porque estou sempre bem, sempre alegre, e me aprontaram essa! Vou para casa pensativo, triste, procurando uma saída, quando de repente dou-me conta que estou sonhando. A princípio não acredito muito que é sonho, pois tudo é tão real! A vida é exatamente igual aqui. Sou o mesmo indivíduo, tendo a mesma aparência de sempre, com os mesmos pensamentos, as mesmas idéias, os mesmos ideais... Como pode ser sonho, se tudo é tão real? Mas é! E logo vem-me aquela sensação de alegria, de acordar no sonho, é uma sensação maravilhosa, indescritível!... E o costumeiro pensamento: Ora, se isto é um sonho, posso voar! E saio voando por cima dos carros, como um super-homem! Que maravilha é voar! E continuo sonhando, só que desta vez vou interagindo no sonho, produzindo algumas imagens, e de repente acordo na cama no meio da madrugada... E permaneço alguns minutos recordando tudo, cada detalhe do sonho... Depois pego meu aparelho de som para ouvir músicas, que é algo que adoro fazer todas as manhãs antes de levantar-me. E a sensação é de pura felicidade em saber que existe realmente uma vida bem ativa na cama, dormindo, e que eu estou tendo cada vez mais acesso a essa vida maravilhosa do Mundo dos Sonhos, (enquanto meu corpo repousa) que por incrível que pareça, é tão real como esta! Lá se tem mais liberdade para se ir para onde se quer e estudar as coisas de uma forma bem diferente daqui! Acredito que isso que acontece comigo é a recompensa pelos anos de exercícios espirituais que eu pratiquei quando freqüentava assiduamente a Fraternidade Rosacruz e o Trabalho de Gurdjieff, e também porque o chá Hoasca nos auxilia a libertar-se cada vez mais da matéria. Abel Fernandes
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
BIOGRAFIA RESUMIDA DE ELIPHAS LEVI
Eliphas Levi – dados biográficos
A Origem Religiosa
O abade francês Alphonse Louis Constant, conhecido nos meios ocultistas como Eliphas Levi Zahed (tradução hebraica de seu nome), é considerado por muitos, o mais importante ocultista do século XIX. Eliphas nasceu no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris, filho do sapateiro Jean Joseph Constant e da dona de casa Jeanne-Agnès Beaupurt. Possuía uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha.
Quando pequeno, Levi possuía grande aptidão para o desenho. Mesmo assim, seus pais o encaminharam para o ensinamento religioso aos 10 anos, quando ingressou no presbitério da Igreja de Saint-Louis em L'Île, onde aprendeu catecismo com o abade Hubault. Aos 15 anos, devido ao seu brilhantismo e dedicação ao sacerdócio, foi encaminhado ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, e começou a se aprofundar nos estudos lingüísticos de forma tão notável que logo lia a Bíblia em sua versão original. Em 1830, foi cursar filosofia no seminário de Issy. Mais tarde, ingressou em Saint-Sulpice para estudar teologia.
Após terminar o curso de teologia, Eliphas ascendeu na hierarquia da Igreja e foi aceito nas ordens maiores, ordenando-se subdiácono. Começou a lecionar em um colégio para moças e, seguindo com dedicação a carreira eclesiástica e seus estudos religiosos, escreveu uma peça bíblica chamada Nimrod, e vários poemas religiosos que projetaram sua imagem dentro da Igreja.
Entretanto, o jovem Alphonse sentiu o peso de tantos anos de reclusão e ascetismo. Conheceu uma jovem, pobre, tímida e retraída que os outros padres haviam se recusado a atender e preparar para a comunhão. Eliphas não só aceitou a tarefa, como prometeu tratá-la como filha. A menina, que se chamava Adele Allenbach, de uma beleza pura e cândida, pareceu a Eliphas ser a imagem da própria Virgem Maria. Essa beleza juvenil correspondeu para ele a uma "iniciação à vida", pois amou-a ternamente como se fosse uma deusa, marcando para sempre em sua vida.
Eliphas foi ordenado diácono, em 1835, mas no ano seguinte, quando estava para atingir o cargo de sacerdote, confessou ao seu superior o que havia sentido com relação à jovem, anos antes. Desse momento em diante, as portas da carreira eclesiástica se fecharam brutalmente para ele, o que lhe causou uma grande consternação e abalou sua visão de Deus e do mundo religioso.
Aos 26 anos, Eliphas saiu do seminário e começou uma nova jornada em sua vida. Sua mãe, ao saber de sua saída, suicidou-se. E isso, somado ao fato de que muitos boatos que começaram a circular, diziam que havia sido expulso do seminário pelo seu envolvimento com uma jovem, o deixou muito abalado.
A Descoberta do Ocultismo
Sem experiência do mundo, Eliphas teve muitas dificuldades para encontrar um emprego, principalmente pelos boatos que denegriam sua imagem. Assim, percorreu grande parte da França, trabalhando algum tempo num circo e, em Paris, como pintor e jornalista, atividades que o levaram a conhecer um grande número de intelectuais e estudiosos. Com seu amigo Henri-Alphonse Esquirros, fundou uma revista denominada As Belas Mulheres de Paris, na qual aplicava-se como desenhista e pintor e Esquirros como redator.
Em 1839, Eliphas dirige-se a um local no qual entraria em contato com o oculto e as leituras consideradas proibidas e perigosas para os cristãos, descobrindo que não havia perdido a inclinação para a vida mística e religiosa. Na cidade de Solesmes, havia um convento dirigido por um abade que não seguia as regras oficiais da Igreja e que tinha em seu acervo de documentos, grande quantidade de livros e textos gnósticos, muitos deles ligados à magia e aos seres de outros planos. Assim, Eliphas, estimulado pelos acontecimentos em sua vida, mergulha nessas leituras, procurando entender as relações entre Deus, o homem, o pecado e o Inferno. Lia os mais diversos autores em busca das respostas e, lendo livros da Senhora Guyon, chega à conclusões que mudariam a sua maneira de pensar dali em diante, como ele próprio chegou a descrever: "A vida e os escritos dessa mulher sublime, abriram-me as portas de inúmeros mistérios que ainda não tinha podido penetrar; a doutrina do puro amor e da obediência passiva de Deus desgostaram-me inteiramente da idéia do inferno e do livre arbítrio; vi Deus como o ser único, no qual deveria absorver-se toda personalidade humana. Vi desvanecer o fantasma do mal e bradei: um crime não pode ser punido eternamente; o mal seria Deus se fosse infinito!".
Partiu, então, de Solesmes com uma profunda paz no coração. Não acreditava mais no inferno! Já sem se fixar em emprego algum, Levi começou a escrever e divulgar suas descobertas místicas, que iam diretamente contra as idéias oficiais da Igreja. Também entrou em contato com os escritos do místico sueco Emmanuel Swedenborg (1688 - 1772), que Levi dizia serem capazes de conduzir o neófito pelo "Caminho Real", embora não contivessem a "Verdadeira Verdade".
Após publicar sua Bíblia da Liberdade, Levi foi preso, acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contra as bases da sociedade, de propagar o ódio e a insubordinação, e teve de pagar uma multa considerável para a época.
Em 1845, já influenciado por grandes magos da Idade Média, como Guillaume Postel, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa, Levi escreve sua primeira obra ocultista, chamada O livro das Lágrimas ou O Cristo Consolador.
No ano seguinte Eliphas se casa com Marie-Noémie Cadiot. Matrimônio esse, que acabou sendo um verdadeiro suplício para ele. Influenciado pela esposa, Levi chegou a escrever panfletos políticos incitando o povo contra o governo e a ordem vigente. Foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de mil francos de multa, acusado de estimular o povo ao ódio e ao desprezo do governo imperial; cumpriu seis meses da pena, graças à interferência de Noémie junto ao governo.
No ano de 1847, nasce a filha de Levi. Menina de saúde frágil que por várias vezes, esteve próxima da morte. Numa dessas ocasiões, Eliphas usou seu conhecimento dos sacramentos e das artes mágicas e reviveu a menina, numa cerimônia semelhante ao batismo cristão. Mas, em 1854, a menina não mais resiste às constantes debilitações e falece, para desespero do pai. Essa perda o marcou profundamente e influenciou para que seu casamento não durasse muito.
Eliphas chegou a fundar um clube político, em 1848, mas no ano seguinte abandonou-o, para dedicar-se exclusivamente ao Ocultismo.
A Consolidação do Grande Mestre
Embora saibamos que os estudos ocultistas de Eliphas começaram no mosteiro, a data de sua iniciação, propriamente dita, ainda é duvidosa. Sabe-se que ele colaborou e foi amigo do iniciador do famoso mago Papus. No entanto, tudo indica que o ocultista polonês Hoene Wronski, tenha sido o introdutor de Eliphas no "Caminho". Inclusive, Wronski ao falecer em 1853, em Paris, deixou setenta manuscritos catalogados por sua esposa, à Eliphas Levi, havendo outros que foram doados à Biblioteca Nacional de Paris.
No ano seguinte a morte de Wronski, Levi foi para Londres, onde teve contato com vários ocultistas que queriam ver os prodígios e milagres que ele era capaz de realizar. Ao que parece, esses praticantes viam na magia mais um objeto de curiosidade, do que um caminho de auto-realização. Isso fez com que Eliphas rapidamente se afastasse deles, isolando-se no estudo da Alta Cabala, fato que acabou abrindo ainda mais sua percepção mágica.
Eliphas encontrou, nesse período, um Grande Adepto (uma pessoa que atingiu um dos Grandes Graus dentro das Ordens da Senda Real e da realização divina), que se tornaria seu grande amigo: Edward Bulwer Lytton. Os dois Mestres teriam trocado informações iniciáticas sobre as sociedades ocultistas, das quais certamente eram os grandes expoentes. Inclusive, consta que teriam realizado trabalhos espirituais em conjunto, indo desde invocações a contatos com seres de outras esferas de realidade. As anotações desses trabalhos foram parar nas mãos de Papus, e publicadas posteriormente. Nesse material, existem registros sobre três visões de Levi e Lytton: de São João, de Jesus e de Apolônio de Tiana (na qual Apolônio é descrito como um velho). Nessas invocações e visões, teriam entrado em contato com forças que lhes revelaram os mistérios dos Sete Selos do Apocalipse, possibilitando a compreensão da Cabala Mágica; conheceram eventos futuros sobre a vida de ambos e sobre a humanidade; conheceram a Magia Celeste; também fora-lhes dito sobre as chaves dos milagres e de todos os prodígios mágicos; e, parte mais difícil da busca mágica, como manter e honrar os saberes conquistados na Senda e na Busca pelo Real Caminho.
Em 1855, Eliphas começou a publicar a Revista Filosófica e Religiosa, sendo que vários artigos da mesma, seriam posteriormente utilizados em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios. Nesse mesmo ano, publica sua obra mais conhecida: Dogma e Ritual da Alta Magia, desvendando as várias faces do saber mágico. Publica também, o poema Calígula, retratando na personagem, o imperador Napoleão. Desse modo, é preso imediatamente, sendo solto após algum tempo.
Em 1859, publicou História da Magia, em que relata o desenvolvimento mágico ao longo da história, e que compõe, com os dois livros anteriores, o conjunto de livros ocultistas tidos como uma "bíblia", por todos os que vieram a estudá-los.
Eliphas estava sempre cercado por grande número de amigos e discípulos, todos eles com conhecimentos profundos; muitos estavam ligados às várias linhas mágicas e sociedades esotéricas que existiam na Europa do século 19, a maioria deles, compondo a elite cultural parisiense da época. Mesmo assim, ainda que tendo acesso a todo o luxo que desejasse, Eliphas manteve uma vida bem simples, mantendo sempre o seu espírito em um estado de paz e quietude. Sempre tomava cuidado com o que comia e bebia, evitando os extremos de calor e frio, e vivia numa casa fresca e arejada. Também se dedicava a exercícios moderados para manter o corpo forte. Aos que adoeciam e o procuravam, sempre recomendava remédios naturais e um estilo de vida como o que levava: simples e dedicado.
Em 1862, publicou aquela que, segundo ele próprio, era sua obra mais elaborada: Fábulas e Símbolos. Consta que o livro não contou apenas com a erudição de Levi, mas que ele estava inspirado por forças maiores, como se as idéias simplesmente nascessem, e a própria Vontade Divina agisse, movendo suas mãos. Ele se sentia em extrema comunhão com a Luz que envolvia seu trabalho.
O Destino Selado
Seu trabalho ficou cada vez mais conhecido e não havia quem não quisesse conhecer Eliphas. Entretanto, quando tudo transcorria calmamente, uma visita mudou sua a pacata vida.
Era um rapaz bem vestido, com um sorriso sarcástico e que, em tom jocoso, cumprimentou Eliphas formalmente, entrando na casa como se fosse sua própria. Assustado, Eliphas procurou descobrir quem era aquele rapaz. O jovem disse que, embora não o conhecesse, ele sabia tudo sobre sua vida, tanto seu passado quanto seu futuro, e continuou, dizendo: "Sua vida está regulada pela lei inexorável dos números. Sois o homem do Pentagrama e os anos terminados pelo número cinco sempre vos foram fatais. Olhai para traz e julgai: em 1815 vossa vida moral começou, pois vossas recordações não vão além, em 1825 ingressastes no seminário e entrastes na liberdade de consciência; em 1845 publicastes A Mãe de Deus, vosso primeiro ensaio de síntese religiosa, e rompestes com o clero; em 1855 vós vos tornastes livre, abandonado que fostes por uma mulher que vos absorvia e vos submetia ao binário. Notais que se houvésseis continuado juntos, ela vos teria anulado completamente ou teríeis perdido a razão. Partistes em seguida para a Inglaterra; ora, o que é a Inglaterra? Ela é o Iod da Europa atual; fostes temperar-vos no princípio viril e ativo. Lá vistes Apolônio, triste, barbeado e atormentado como estavas naquele período. Mas esse Apolônio, que vistes era vós mesmo; ele saiu de vós, entrou em vós e em vós permanece. Vós o revereis neste ano de 1865, mais bonito, radioso e triunfante. O fim natural de vossa vida está marcado (salvo acidente) para o ano de 1875; mas se não morrerdes neste ano, vivereis até 1885".
Após isso, riu-se e incitou Levi com ambições e alusões à sua grande capacidade mágica e erudição. Além disso, durante todo o tempo, mostrou desprezo pela figura de Cristo e ainda disse: "Vós negastes minha existência, chamo-me Deus. Os imbecis denominam-me Satã. Para o vulgo chamo-me Juliano Capella. Meu envelope humano tem vinte e um anos; ele nasceu em Bordéus; tem pais italianos".
O estranho visitante, então partiu, e jamais os biógrafos de Eliphas Levi encontraram qualquer traço do mesmo. O ano de 1865, como ele tinha predito, foi triunfal para Eliphas, pois a publicação de sua Ciência dos Espíritos trouxe-lhe enorme reputação entre os ocultistas de seu tempo.
Da vida para a História
Em 31 de maio de 1875, como o visitante daquele dia havia profetizado, Eliphas Levi falece. Sua morte transcorreu sem agitações. Com coragem e resignação, ele se manteve calmo, pois sabia que sua missão havia sido realizada, tanto no que diz respeito a realizações externas como espirituais. Deixou poucos bens materiais, já que sempre viveu humildemente. Em seu testamento, deixou apenas manuscritos e algumas obras de arte em nome de pessoas próximas, e também algo para a caridade.
Eliphas Levi não foi só um grande ocultista, mas um grande homem. Não se dedicou apenas a descobrir e desenvolver suas habilidades mágicas; seus feitos não eram o objetivo do caminho verdadeiro, mas uma conseqüência; o efeito das experiências de contato com o Deus que sempre habitou em seu coração. Eliphas procurava a conexão com o saber maior; queria desenvolver seu espírito para que ele rompesse a prisão do dualismo e superasse o universo das ilusões e das aparências. Seus livros são chaves que ajudam os iniciados a abrir portas, descobrindo a sabedoria dos mais diversos planos de existências. Através de seus estudos pode-se compreender a verdadeira Kabbalah, a qual permite entender o mecanismo da vida e da criação nos mais diversos planos de existência.
Acima de tudo, Eliphas demostrou ser um exemplo, de como se devem portar os grandes mestres ocultistas, agindo com humildade, calma e sabedoria; permitindo que sua aura permeie o ambiente e transmita a Luz em todas as direções. Deixando para a humanidade, como sua grande e maior obra, a própria vida.
A Origem Religiosa
O abade francês Alphonse Louis Constant, conhecido nos meios ocultistas como Eliphas Levi Zahed (tradução hebraica de seu nome), é considerado por muitos, o mais importante ocultista do século XIX. Eliphas nasceu no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris, filho do sapateiro Jean Joseph Constant e da dona de casa Jeanne-Agnès Beaupurt. Possuía uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha.
Quando pequeno, Levi possuía grande aptidão para o desenho. Mesmo assim, seus pais o encaminharam para o ensinamento religioso aos 10 anos, quando ingressou no presbitério da Igreja de Saint-Louis em L'Île, onde aprendeu catecismo com o abade Hubault. Aos 15 anos, devido ao seu brilhantismo e dedicação ao sacerdócio, foi encaminhado ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, e começou a se aprofundar nos estudos lingüísticos de forma tão notável que logo lia a Bíblia em sua versão original. Em 1830, foi cursar filosofia no seminário de Issy. Mais tarde, ingressou em Saint-Sulpice para estudar teologia.
Após terminar o curso de teologia, Eliphas ascendeu na hierarquia da Igreja e foi aceito nas ordens maiores, ordenando-se subdiácono. Começou a lecionar em um colégio para moças e, seguindo com dedicação a carreira eclesiástica e seus estudos religiosos, escreveu uma peça bíblica chamada Nimrod, e vários poemas religiosos que projetaram sua imagem dentro da Igreja.
Entretanto, o jovem Alphonse sentiu o peso de tantos anos de reclusão e ascetismo. Conheceu uma jovem, pobre, tímida e retraída que os outros padres haviam se recusado a atender e preparar para a comunhão. Eliphas não só aceitou a tarefa, como prometeu tratá-la como filha. A menina, que se chamava Adele Allenbach, de uma beleza pura e cândida, pareceu a Eliphas ser a imagem da própria Virgem Maria. Essa beleza juvenil correspondeu para ele a uma "iniciação à vida", pois amou-a ternamente como se fosse uma deusa, marcando para sempre em sua vida.
Eliphas foi ordenado diácono, em 1835, mas no ano seguinte, quando estava para atingir o cargo de sacerdote, confessou ao seu superior o que havia sentido com relação à jovem, anos antes. Desse momento em diante, as portas da carreira eclesiástica se fecharam brutalmente para ele, o que lhe causou uma grande consternação e abalou sua visão de Deus e do mundo religioso.
Aos 26 anos, Eliphas saiu do seminário e começou uma nova jornada em sua vida. Sua mãe, ao saber de sua saída, suicidou-se. E isso, somado ao fato de que muitos boatos que começaram a circular, diziam que havia sido expulso do seminário pelo seu envolvimento com uma jovem, o deixou muito abalado.
A Descoberta do Ocultismo
Sem experiência do mundo, Eliphas teve muitas dificuldades para encontrar um emprego, principalmente pelos boatos que denegriam sua imagem. Assim, percorreu grande parte da França, trabalhando algum tempo num circo e, em Paris, como pintor e jornalista, atividades que o levaram a conhecer um grande número de intelectuais e estudiosos. Com seu amigo Henri-Alphonse Esquirros, fundou uma revista denominada As Belas Mulheres de Paris, na qual aplicava-se como desenhista e pintor e Esquirros como redator.
Em 1839, Eliphas dirige-se a um local no qual entraria em contato com o oculto e as leituras consideradas proibidas e perigosas para os cristãos, descobrindo que não havia perdido a inclinação para a vida mística e religiosa. Na cidade de Solesmes, havia um convento dirigido por um abade que não seguia as regras oficiais da Igreja e que tinha em seu acervo de documentos, grande quantidade de livros e textos gnósticos, muitos deles ligados à magia e aos seres de outros planos. Assim, Eliphas, estimulado pelos acontecimentos em sua vida, mergulha nessas leituras, procurando entender as relações entre Deus, o homem, o pecado e o Inferno. Lia os mais diversos autores em busca das respostas e, lendo livros da Senhora Guyon, chega à conclusões que mudariam a sua maneira de pensar dali em diante, como ele próprio chegou a descrever: "A vida e os escritos dessa mulher sublime, abriram-me as portas de inúmeros mistérios que ainda não tinha podido penetrar; a doutrina do puro amor e da obediência passiva de Deus desgostaram-me inteiramente da idéia do inferno e do livre arbítrio; vi Deus como o ser único, no qual deveria absorver-se toda personalidade humana. Vi desvanecer o fantasma do mal e bradei: um crime não pode ser punido eternamente; o mal seria Deus se fosse infinito!".
Partiu, então, de Solesmes com uma profunda paz no coração. Não acreditava mais no inferno! Já sem se fixar em emprego algum, Levi começou a escrever e divulgar suas descobertas místicas, que iam diretamente contra as idéias oficiais da Igreja. Também entrou em contato com os escritos do místico sueco Emmanuel Swedenborg (1688 - 1772), que Levi dizia serem capazes de conduzir o neófito pelo "Caminho Real", embora não contivessem a "Verdadeira Verdade".
Após publicar sua Bíblia da Liberdade, Levi foi preso, acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contra as bases da sociedade, de propagar o ódio e a insubordinação, e teve de pagar uma multa considerável para a época.
Em 1845, já influenciado por grandes magos da Idade Média, como Guillaume Postel, Raymond Lulle e Henry Corneille Agrippa, Levi escreve sua primeira obra ocultista, chamada O livro das Lágrimas ou O Cristo Consolador.
No ano seguinte Eliphas se casa com Marie-Noémie Cadiot. Matrimônio esse, que acabou sendo um verdadeiro suplício para ele. Influenciado pela esposa, Levi chegou a escrever panfletos políticos incitando o povo contra o governo e a ordem vigente. Foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de mil francos de multa, acusado de estimular o povo ao ódio e ao desprezo do governo imperial; cumpriu seis meses da pena, graças à interferência de Noémie junto ao governo.
No ano de 1847, nasce a filha de Levi. Menina de saúde frágil que por várias vezes, esteve próxima da morte. Numa dessas ocasiões, Eliphas usou seu conhecimento dos sacramentos e das artes mágicas e reviveu a menina, numa cerimônia semelhante ao batismo cristão. Mas, em 1854, a menina não mais resiste às constantes debilitações e falece, para desespero do pai. Essa perda o marcou profundamente e influenciou para que seu casamento não durasse muito.
Eliphas chegou a fundar um clube político, em 1848, mas no ano seguinte abandonou-o, para dedicar-se exclusivamente ao Ocultismo.
A Consolidação do Grande Mestre
Embora saibamos que os estudos ocultistas de Eliphas começaram no mosteiro, a data de sua iniciação, propriamente dita, ainda é duvidosa. Sabe-se que ele colaborou e foi amigo do iniciador do famoso mago Papus. No entanto, tudo indica que o ocultista polonês Hoene Wronski, tenha sido o introdutor de Eliphas no "Caminho". Inclusive, Wronski ao falecer em 1853, em Paris, deixou setenta manuscritos catalogados por sua esposa, à Eliphas Levi, havendo outros que foram doados à Biblioteca Nacional de Paris.
No ano seguinte a morte de Wronski, Levi foi para Londres, onde teve contato com vários ocultistas que queriam ver os prodígios e milagres que ele era capaz de realizar. Ao que parece, esses praticantes viam na magia mais um objeto de curiosidade, do que um caminho de auto-realização. Isso fez com que Eliphas rapidamente se afastasse deles, isolando-se no estudo da Alta Cabala, fato que acabou abrindo ainda mais sua percepção mágica.
Eliphas encontrou, nesse período, um Grande Adepto (uma pessoa que atingiu um dos Grandes Graus dentro das Ordens da Senda Real e da realização divina), que se tornaria seu grande amigo: Edward Bulwer Lytton. Os dois Mestres teriam trocado informações iniciáticas sobre as sociedades ocultistas, das quais certamente eram os grandes expoentes. Inclusive, consta que teriam realizado trabalhos espirituais em conjunto, indo desde invocações a contatos com seres de outras esferas de realidade. As anotações desses trabalhos foram parar nas mãos de Papus, e publicadas posteriormente. Nesse material, existem registros sobre três visões de Levi e Lytton: de São João, de Jesus e de Apolônio de Tiana (na qual Apolônio é descrito como um velho). Nessas invocações e visões, teriam entrado em contato com forças que lhes revelaram os mistérios dos Sete Selos do Apocalipse, possibilitando a compreensão da Cabala Mágica; conheceram eventos futuros sobre a vida de ambos e sobre a humanidade; conheceram a Magia Celeste; também fora-lhes dito sobre as chaves dos milagres e de todos os prodígios mágicos; e, parte mais difícil da busca mágica, como manter e honrar os saberes conquistados na Senda e na Busca pelo Real Caminho.
Em 1855, Eliphas começou a publicar a Revista Filosófica e Religiosa, sendo que vários artigos da mesma, seriam posteriormente utilizados em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios. Nesse mesmo ano, publica sua obra mais conhecida: Dogma e Ritual da Alta Magia, desvendando as várias faces do saber mágico. Publica também, o poema Calígula, retratando na personagem, o imperador Napoleão. Desse modo, é preso imediatamente, sendo solto após algum tempo.
Em 1859, publicou História da Magia, em que relata o desenvolvimento mágico ao longo da história, e que compõe, com os dois livros anteriores, o conjunto de livros ocultistas tidos como uma "bíblia", por todos os que vieram a estudá-los.
Eliphas estava sempre cercado por grande número de amigos e discípulos, todos eles com conhecimentos profundos; muitos estavam ligados às várias linhas mágicas e sociedades esotéricas que existiam na Europa do século 19, a maioria deles, compondo a elite cultural parisiense da época. Mesmo assim, ainda que tendo acesso a todo o luxo que desejasse, Eliphas manteve uma vida bem simples, mantendo sempre o seu espírito em um estado de paz e quietude. Sempre tomava cuidado com o que comia e bebia, evitando os extremos de calor e frio, e vivia numa casa fresca e arejada. Também se dedicava a exercícios moderados para manter o corpo forte. Aos que adoeciam e o procuravam, sempre recomendava remédios naturais e um estilo de vida como o que levava: simples e dedicado.
Em 1862, publicou aquela que, segundo ele próprio, era sua obra mais elaborada: Fábulas e Símbolos. Consta que o livro não contou apenas com a erudição de Levi, mas que ele estava inspirado por forças maiores, como se as idéias simplesmente nascessem, e a própria Vontade Divina agisse, movendo suas mãos. Ele se sentia em extrema comunhão com a Luz que envolvia seu trabalho.
O Destino Selado
Seu trabalho ficou cada vez mais conhecido e não havia quem não quisesse conhecer Eliphas. Entretanto, quando tudo transcorria calmamente, uma visita mudou sua a pacata vida.
Era um rapaz bem vestido, com um sorriso sarcástico e que, em tom jocoso, cumprimentou Eliphas formalmente, entrando na casa como se fosse sua própria. Assustado, Eliphas procurou descobrir quem era aquele rapaz. O jovem disse que, embora não o conhecesse, ele sabia tudo sobre sua vida, tanto seu passado quanto seu futuro, e continuou, dizendo: "Sua vida está regulada pela lei inexorável dos números. Sois o homem do Pentagrama e os anos terminados pelo número cinco sempre vos foram fatais. Olhai para traz e julgai: em 1815 vossa vida moral começou, pois vossas recordações não vão além, em 1825 ingressastes no seminário e entrastes na liberdade de consciência; em 1845 publicastes A Mãe de Deus, vosso primeiro ensaio de síntese religiosa, e rompestes com o clero; em 1855 vós vos tornastes livre, abandonado que fostes por uma mulher que vos absorvia e vos submetia ao binário. Notais que se houvésseis continuado juntos, ela vos teria anulado completamente ou teríeis perdido a razão. Partistes em seguida para a Inglaterra; ora, o que é a Inglaterra? Ela é o Iod da Europa atual; fostes temperar-vos no princípio viril e ativo. Lá vistes Apolônio, triste, barbeado e atormentado como estavas naquele período. Mas esse Apolônio, que vistes era vós mesmo; ele saiu de vós, entrou em vós e em vós permanece. Vós o revereis neste ano de 1865, mais bonito, radioso e triunfante. O fim natural de vossa vida está marcado (salvo acidente) para o ano de 1875; mas se não morrerdes neste ano, vivereis até 1885".
Após isso, riu-se e incitou Levi com ambições e alusões à sua grande capacidade mágica e erudição. Além disso, durante todo o tempo, mostrou desprezo pela figura de Cristo e ainda disse: "Vós negastes minha existência, chamo-me Deus. Os imbecis denominam-me Satã. Para o vulgo chamo-me Juliano Capella. Meu envelope humano tem vinte e um anos; ele nasceu em Bordéus; tem pais italianos".
O estranho visitante, então partiu, e jamais os biógrafos de Eliphas Levi encontraram qualquer traço do mesmo. O ano de 1865, como ele tinha predito, foi triunfal para Eliphas, pois a publicação de sua Ciência dos Espíritos trouxe-lhe enorme reputação entre os ocultistas de seu tempo.
Da vida para a História
Em 31 de maio de 1875, como o visitante daquele dia havia profetizado, Eliphas Levi falece. Sua morte transcorreu sem agitações. Com coragem e resignação, ele se manteve calmo, pois sabia que sua missão havia sido realizada, tanto no que diz respeito a realizações externas como espirituais. Deixou poucos bens materiais, já que sempre viveu humildemente. Em seu testamento, deixou apenas manuscritos e algumas obras de arte em nome de pessoas próximas, e também algo para a caridade.
Eliphas Levi não foi só um grande ocultista, mas um grande homem. Não se dedicou apenas a descobrir e desenvolver suas habilidades mágicas; seus feitos não eram o objetivo do caminho verdadeiro, mas uma conseqüência; o efeito das experiências de contato com o Deus que sempre habitou em seu coração. Eliphas procurava a conexão com o saber maior; queria desenvolver seu espírito para que ele rompesse a prisão do dualismo e superasse o universo das ilusões e das aparências. Seus livros são chaves que ajudam os iniciados a abrir portas, descobrindo a sabedoria dos mais diversos planos de existências. Através de seus estudos pode-se compreender a verdadeira Kabbalah, a qual permite entender o mecanismo da vida e da criação nos mais diversos planos de existência.
Acima de tudo, Eliphas demostrou ser um exemplo, de como se devem portar os grandes mestres ocultistas, agindo com humildade, calma e sabedoria; permitindo que sua aura permeie o ambiente e transmita a Luz em todas as direções. Deixando para a humanidade, como sua grande e maior obra, a própria vida.
ARTIGO DE ENNIO DINUCCI
REFLEXÕES SOBRE A DOUTRINA (14)
Ennio Dinucci
Toda a atividade exercida pelo homem reflete sua alma, ou seja, sua capacidade mental e nível de consciência. Por essa razão o estudante de esoterismo deveria ter muito em conta esta verdade e dispensar maior atenção e carinho aos trabalhos que executa, por mais humildes que sejam.
O trabalho diário, considerado como um fardo pelo homem terrestre é a forma mais sensata de emprego de energia, portanto deveria ser executado com alegria, Consciência, amor e boa vontade, tendo em vista não apenas o ganho monetário, mas, sobretudo, um meio de aperfeiçoamento da capacidades anímicas.
O senso de perfeição e os cuidados dispensados as atividades profissionais ou a qualquer outra, é a revelação de uma alma avançada. É demonstração de respeito por si mesmo e por aqueles que, de alguma forma, dependem ou estão relacionadas com suas atividades.
É grande o número de candidatos a vida superior que passam a vida sonhando com iniciação, telepatia, clarividência e outros poderes mágicos, sem notar que em seus deveres familiares e profissionais deixam muito a desejar, pelo fato de não dedicarem a estes maior empenho e boa vontade. Aspiram por uma vida espiritual, ignorando que ela começa com o amor e dedicação que empregam nos afazeres mais simples. Alguns estudantes, influenciados por algumas doutrinas do oriente, que pregam a passividade e a inércia, o desprezo pelo mundo e até mesmo pelo corpo, chegam ao extremo de considerar as atividades materiais como algo desprezível, como ilusões (maia) que se chocam com suas nobres aspirações espirituais. Essa visão tola e defeituosa é reveladora de um nível de compreensão muito primário, levando alguns adeptos das ciências ocultas a resultados decepcionantes. Os amantes dos sonhos e fantasias místicas deveriam cair em si e considerar que o descaso com as atividades materiais atestam um defeito anímico que fatalmente irá se refletir no treinamento espiritual. O esoterismo ocidental não tem nada em comum com aqueles que menosprezam seus deveres e atividades materiais.
A Eterna Razão (Cristo) revelou uma lei espiritual quando declarou “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lucas 16:10). A Escola de mistérios ocidentais dos Rosacruzes declara que o progresso espiritual caminha de mãos dadas com o progresso material. Diríamos até que o sucesso do primeiro é devido em grande extensão ao atendimento do segundo, uma vez que o candidato empregue nas atividades espirituais, o mesmo ardor e dedicação que emprega nas de ordem material. O estudante que não procura o aperfeiçoamento da sua profissão; e que talvez ainda não tenha percebido que o trabalho que sai de suas mãos leva o cunho da mecanicidade, da preguiça e da má vontade; que não demonstra nenhum interesse e fidelidade pela empresa que o contratou, não estabelecendo com ela um vínculo afetivo, e que seu único interesse é o salário mensal, evidentemente não poderia esperar por nenhuma promoção ou cargo de maior responsabilidade.
Como é embaixo assim é em cima, diz a lei da analogia. Se este é seu modo de agir com as pequenas coisas (trabalho material), como poderia desenvolver maiores capacidades para chegar à iniciação nos mistérios, visto que não é capaz de empregar, com amor, dedicação e respeito, suas habilidades profissionais que também atestam seu grau de evolução? Quem não é fiel e dedicado ao trabalho material, não poderá sê-lo no espiritual, é a lei.
Nenhum homem deveria viver sem trabalhar e o discípulo de uma Escola esotérica, menos ainda. Toda a atividade é uma exteriorização de energias e, por conseguinte, uma criação de elementos psíquicos bons ou maus em consonância com a qualidade do pensamento e sentimento que lhes deram origem. Enganam-se lamentavelmente os que pensam praticar a espiritualidade dormindo e sonhando com o nirvana, repetindo mecanicamente o mantra “aum”, cujo sentido é desconhecido pela imensa maioria dos praticantes e até mesmo daqueles que se arvoram em mestres da ioga.
O Espírito do homem quer compartilhar com sua criatura (consciência), a grandeza de que está investido por descendência divina. A fim de que esta não seja sua eterna devedora é necessário que haja um acordo entre os dois níveis, o divino e o humano. Dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, é a única forma de estabelecer o equilíbrio psicológico. O atendimento de um dos lados apenas, quer seja Deus ou César, produz o desequilíbrio, o causador de todas as dificuldades psicológicas que afetam a humanidade. A harmonização entre os dois níveis é indispensável à evolução.
Por força de uma lei espiritual de grande magnitude, a lei da liberdade, o Espírito não pode exercer nenhuma coação sobre a sua criatura (consciência). Terá que deixá-la inteiramente livre e independente para que possa viver as mais variadas experiências a fim de que possa despertar do sono letárgico que a envolve. Semelhante ao Lázaro do Evangelho, a consciência do homem deverá ressurgir dentre os mortos psicológicos pelo rompimento das ataduras que a mantém presa e identificada com as ilusões da matéria.
A consciência é um reflexo do Espírito ainda inconsciente do poder espiritual que a projeta no mundo dos sentidos. Essa aparente dualidade é produto da identificação com as formas exteriores. Espírito e consciência deverão unir-se no futuro restabelecendo a unidade rompida pela ilusão material. O reflexo desceu do céu, ou seja, do nível superior sobre o qual o Espírito se apóia. Esse reflexo luminoso não pode se perder, portanto deverá retornar ao céu e unificar-se com o poder que o projeta, levando-lhe como gratidão a experiência preciosa adquirida na matéria..
O homem não existiria sem o seu Espírito, pois este é o criador da sua vida e da sua consciência. Por outro lado, o Espírito necessita do homem (consciência) para adquirir, por seu intermédio, as experiências necessárias para completar sua evolução. Essa verdade foi revelada em Mateus (25:35-37) na passagem em que o Salvador, símbolo do Cristo-Interno do homem, manifesta sua gratidão: “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes, enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”.
Todo o reflexo se manifesta de forma inversa à realidade que o produz. O mesmo sucede com a consciência do homem que se encontra em condições análogas em relação ao seu Espírito. Como reflexo vê todas as coisas e acontecimentos de forma contrária à realidade. Enquanto o homem permanecer na condição psicológica de reflexo, isto é, enquanto não se unir à causa que o projeta, a verdade permanecerá oculta para ele, pouco importando a extensão da sua cultura.
O homem não foi criado por Deus para servir o mundo e’ identificar- se com ele. Foi criado para tirar partido inteligente das oportunidades que o mesmo proporciona, a fim de adquirir o domínio próprio e formar um caráter em consonância com a vontade de Deus.
Boletim da Fraternidade Rosacruciana São Paulo de outubro, novembro e dezembro de 2008
Ennio Dinucci
Toda a atividade exercida pelo homem reflete sua alma, ou seja, sua capacidade mental e nível de consciência. Por essa razão o estudante de esoterismo deveria ter muito em conta esta verdade e dispensar maior atenção e carinho aos trabalhos que executa, por mais humildes que sejam.
O trabalho diário, considerado como um fardo pelo homem terrestre é a forma mais sensata de emprego de energia, portanto deveria ser executado com alegria, Consciência, amor e boa vontade, tendo em vista não apenas o ganho monetário, mas, sobretudo, um meio de aperfeiçoamento da capacidades anímicas.
O senso de perfeição e os cuidados dispensados as atividades profissionais ou a qualquer outra, é a revelação de uma alma avançada. É demonstração de respeito por si mesmo e por aqueles que, de alguma forma, dependem ou estão relacionadas com suas atividades.
É grande o número de candidatos a vida superior que passam a vida sonhando com iniciação, telepatia, clarividência e outros poderes mágicos, sem notar que em seus deveres familiares e profissionais deixam muito a desejar, pelo fato de não dedicarem a estes maior empenho e boa vontade. Aspiram por uma vida espiritual, ignorando que ela começa com o amor e dedicação que empregam nos afazeres mais simples. Alguns estudantes, influenciados por algumas doutrinas do oriente, que pregam a passividade e a inércia, o desprezo pelo mundo e até mesmo pelo corpo, chegam ao extremo de considerar as atividades materiais como algo desprezível, como ilusões (maia) que se chocam com suas nobres aspirações espirituais. Essa visão tola e defeituosa é reveladora de um nível de compreensão muito primário, levando alguns adeptos das ciências ocultas a resultados decepcionantes. Os amantes dos sonhos e fantasias místicas deveriam cair em si e considerar que o descaso com as atividades materiais atestam um defeito anímico que fatalmente irá se refletir no treinamento espiritual. O esoterismo ocidental não tem nada em comum com aqueles que menosprezam seus deveres e atividades materiais.
A Eterna Razão (Cristo) revelou uma lei espiritual quando declarou “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lucas 16:10). A Escola de mistérios ocidentais dos Rosacruzes declara que o progresso espiritual caminha de mãos dadas com o progresso material. Diríamos até que o sucesso do primeiro é devido em grande extensão ao atendimento do segundo, uma vez que o candidato empregue nas atividades espirituais, o mesmo ardor e dedicação que emprega nas de ordem material. O estudante que não procura o aperfeiçoamento da sua profissão; e que talvez ainda não tenha percebido que o trabalho que sai de suas mãos leva o cunho da mecanicidade, da preguiça e da má vontade; que não demonstra nenhum interesse e fidelidade pela empresa que o contratou, não estabelecendo com ela um vínculo afetivo, e que seu único interesse é o salário mensal, evidentemente não poderia esperar por nenhuma promoção ou cargo de maior responsabilidade.
Como é embaixo assim é em cima, diz a lei da analogia. Se este é seu modo de agir com as pequenas coisas (trabalho material), como poderia desenvolver maiores capacidades para chegar à iniciação nos mistérios, visto que não é capaz de empregar, com amor, dedicação e respeito, suas habilidades profissionais que também atestam seu grau de evolução? Quem não é fiel e dedicado ao trabalho material, não poderá sê-lo no espiritual, é a lei.
Nenhum homem deveria viver sem trabalhar e o discípulo de uma Escola esotérica, menos ainda. Toda a atividade é uma exteriorização de energias e, por conseguinte, uma criação de elementos psíquicos bons ou maus em consonância com a qualidade do pensamento e sentimento que lhes deram origem. Enganam-se lamentavelmente os que pensam praticar a espiritualidade dormindo e sonhando com o nirvana, repetindo mecanicamente o mantra “aum”, cujo sentido é desconhecido pela imensa maioria dos praticantes e até mesmo daqueles que se arvoram em mestres da ioga.
O Espírito do homem quer compartilhar com sua criatura (consciência), a grandeza de que está investido por descendência divina. A fim de que esta não seja sua eterna devedora é necessário que haja um acordo entre os dois níveis, o divino e o humano. Dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, é a única forma de estabelecer o equilíbrio psicológico. O atendimento de um dos lados apenas, quer seja Deus ou César, produz o desequilíbrio, o causador de todas as dificuldades psicológicas que afetam a humanidade. A harmonização entre os dois níveis é indispensável à evolução.
Por força de uma lei espiritual de grande magnitude, a lei da liberdade, o Espírito não pode exercer nenhuma coação sobre a sua criatura (consciência). Terá que deixá-la inteiramente livre e independente para que possa viver as mais variadas experiências a fim de que possa despertar do sono letárgico que a envolve. Semelhante ao Lázaro do Evangelho, a consciência do homem deverá ressurgir dentre os mortos psicológicos pelo rompimento das ataduras que a mantém presa e identificada com as ilusões da matéria.
A consciência é um reflexo do Espírito ainda inconsciente do poder espiritual que a projeta no mundo dos sentidos. Essa aparente dualidade é produto da identificação com as formas exteriores. Espírito e consciência deverão unir-se no futuro restabelecendo a unidade rompida pela ilusão material. O reflexo desceu do céu, ou seja, do nível superior sobre o qual o Espírito se apóia. Esse reflexo luminoso não pode se perder, portanto deverá retornar ao céu e unificar-se com o poder que o projeta, levando-lhe como gratidão a experiência preciosa adquirida na matéria..
O homem não existiria sem o seu Espírito, pois este é o criador da sua vida e da sua consciência. Por outro lado, o Espírito necessita do homem (consciência) para adquirir, por seu intermédio, as experiências necessárias para completar sua evolução. Essa verdade foi revelada em Mateus (25:35-37) na passagem em que o Salvador, símbolo do Cristo-Interno do homem, manifesta sua gratidão: “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes, enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”.
Todo o reflexo se manifesta de forma inversa à realidade que o produz. O mesmo sucede com a consciência do homem que se encontra em condições análogas em relação ao seu Espírito. Como reflexo vê todas as coisas e acontecimentos de forma contrária à realidade. Enquanto o homem permanecer na condição psicológica de reflexo, isto é, enquanto não se unir à causa que o projeta, a verdade permanecerá oculta para ele, pouco importando a extensão da sua cultura.
O homem não foi criado por Deus para servir o mundo e’ identificar- se com ele. Foi criado para tirar partido inteligente das oportunidades que o mesmo proporciona, a fim de adquirir o domínio próprio e formar um caráter em consonância com a vontade de Deus.
Boletim da Fraternidade Rosacruciana São Paulo de outubro, novembro e dezembro de 2008
OS MISTÉRIOS DA VIRGEM MARIA
A
IMACULADA CONCEPÇÃO
Por Max Heindel
Referências: Mateus 1: 20-25; Lucas 1: 26-35.
As letras em vermelho foram acrescidas por mim – Abel Fernandes - para melhor compreensão do texto, se bem que Max Heindel é completo em seus ensinos e nem necessita de maiores explicações, mas achei por bem acrescentar estes apartes os quais podem se retirados ou mantidos conforme o desejo de cada leitor em particular)
A doutrina da Imaculada Concepção é um dos mais sublimes mistérios da Religião Cristã e, talvez por esta razão, tem sido mais encarada pelo lado material do que qualquer outro dos mistérios.
A idéia popular, mas errônea, é que há uns 2.000 anos, um indivíduo chamado Jesus Cristo, nasceu sem a necessidade da cooperação de um pai terreno, e que este incidente é tido como único na história do mundo.
Na realidade não é assim. A imaculada concepção já ocorreu muitas vezes na história do mundo e será universal no futuro.
O fluxo e refluxo periódico das forças materiais e espirituais que afetam a Terra,são as causas invisíveis das atividades físicas, morais e mentais, exercidas sobre o nosso globo. De acordo com o axioma hermético “como em cima, assim é em baixo”; uma atividade semelhante ocorre no homem, que é uma edição menor da mãe natureza.
Os animais têm vinte e oito pares de nervos espinhais e, atualmente, estão em seu estado lunar, perfeitamente sintonizados com os vinte e oito dias que a Lua demora em circundar o Zodíaco. O Espírito-Grupo regula o acasalamento dos animais em estado selvagem. Por isso, neles não existe o abuso sexual. (sexo só para a satisfação do prazer e da luxúria - nota do redator)
O homem, no entanto, encontra-se num estado de transição: progrediu demasiado e por isso mesmo não obedece às vibrações lunares, porque tem trinta e um pares de nervos espinhais. (três a mais do que os animais, indicando que como homem já percorreu três períodos completos na Escala da sua Evolução de sete períodos - agora está na metade do quarto período - o Período Terrestre - atingindo o auge de sua materialidade. Daqui para frente começa o arco de sua subida de volta ao Pai conscientemente! Os arcos nas portas dos templos tradicionais representam esse arco da subida, para completar o círculo, que é sua perfeição - em geometria sagrada o círculo é o símbolo da perfeição, e o meio círculo - "Lua" é o símbolo da imperfeição. - nota do redator) Mas ainda não está sintonizado com o mês solar de trinta e um dias e acasala-se em qualquer época do ano; daí o período menstrual da mulher, o qual, em condições apropriadas, é utilizado para formar parte do corpo de um filho, mais perfeito que o do seu pai ou de sua mãe.
De igual modo o fluxo periódico da humanidade converte se na coluna mestra do adiantamento racial e o fluxo periódico das forças espirituais da Terra, que ocorre pelo Natal, resulta no nascimento de Salvadores, que de tempos em tempos renovam os impulsos para o avanço espiritual da raça humana. (Os salvadores da Humanidade quase sempre nascem próximos do Natal, nos meses de dezembro e janeiro - Capricórnio e Aquário – nota do redator)
A Bíblia consta de duas partes: O Velho e o Novo Testamento. Depois de relatar resumidamente como foi formado o mundo, o Antigo Testamento fala-nos da queda.
Entendemos que a queda foi ocasionada pelo abuso ignorante da força sexual do homem, (A Energia Sexual é uma força proveniente de Marte, e os Espíritos Marcianos têm a forma de serpentes - daí o pênis do homem ser tão parecido como uma serpente e os espermatozóides também. A energia sexual percorre a medula espinhal desde o cóccix até o cérebro, lembrando bem a forma das serpentes. Os iniciados entre os faraós, que conseguiam sublimar essa energia e só utilizá-la para fins superiores, traziam-na na testa, para expressar essa sublimação – nota do redator) em ocasiões em que os raios interplanetários eram adversos à concepção dos melhores e mais puros veículos. Deste modo, o homem foi-se aprisionando gradualmente em um corpo denso, cristalizado pela pecaminosa paixão e consequentemente um veículo imperfeito sujeito ao sofrimento e à morte.
Então, começou a peregrinação através da matéria. Por milênios temos vivido neste duro e cristalizado corpo que obscurece a luz dos céus ao espírito interno. O Espírito é um diamante encerrado numa crosta grosseira e os lapidadores celestiais, os Anjos do Destino, (provenientes do planeta Saturno – o planeta do sofrimento - nota do redator) estão continuamente procurando remover essa crosta, a fim de que possa brilhar através do veículo que anima.
Quando o lapidário encosta o diamante à pedra que o lapida, o diamante emite um chiado, como se fosse um grito de dor, à medida que a cobertura opaca vai se desprendendo. Mas, aos poucos, o diamante bruto submetido às aplicações da pedra polidora, transforma-se numa gema de transcendental brilho e pureza.
Do mesmo modo, os seres celestiais que velam pela nossa evolução comprimem-nos fortemente contra a pedra polidora da experiência. Dores e sofrimentos resultam disto e despertam o Espírito que dorme dentro de nós. O homem que até este momento se contentou com as coisas materiais, que tem sido indulgente com os sentidos e com o sexo, fica cheio de um divino descontentamento que o impele a buscar uma vida mais elevada.
No entanto, a satisfação dessa sublime aspiração é normalmente acompanhada de urna luta muito severa, por parte da natureza inferior. Foi durante essa luta que São Paulo exclamou com toda a angústia de um coração devoto e aspirante: - “infeliz homem que sou... Porque me deleito na lei de Deus segundo o homem interior Mas sinto nos meus membros outra lei que repugna à lei do meu espírito e que me faz cativo na lei do pecado que está nos meus membros” (Romanos 7: 19-24).
Quando se espreme urna flor, liberta-se a sua essência e assim enche- se o ambiente da sua grata fragrância, que deleita o olfato de todos os que tenham a sorte de estar próximo. Os golpes do destino podem envolver um homem ou urna mulher que tenha chegado ao estado de florescência, mas isso servirá para mostrar a doçura da natureza e exaltar a beleza da alma, até que brilhe com um fulgor que marca o seu possuidor com um halo luminoso.
Então essa pessoa se encontra no caminho da Iniciação. Ensina-se-lhe como o licencioso uso do sexo, sem ter em conta os raios estelares, o fez prisioneiro do corpo, como está acorrentado por ele e como por meio do uso apropriado dessa mesma força sexual, em harmonia com as estrelas, pode melhorar gradualmente e eterizar o seu corpo, obtendo afinal a libertação da existência concreta.
Um construtor naval não pode fazer um barco usando madeiras ordinárias. O homem não colhe uvas de espinheiros; o semelhante atrai o semelhante, e um Ego pessoal que se encarna é atraído a pais da mesma natureza e deste modo o seu corpo será concebido em harmonia com o impulso do momento, pela satisfação dos sentidos.
A alma que provou da taça da tristeza devido ao abuso da força criadora e bebeu sua amargura, gradualmente buscará pais cada vez menos dominados pelos instintos passionais, até que por fim obterá a Iniciação.
Instruído no processo da Iniciação sobre a influência dos raios estelares no parto, o próximo corpo será gerado por pais Iniciados, sem paixão e sob a constelação mais favorável para o trabalho a que o Ego se propôs.
Por isso, os Evangelhos (que são fórmulas de Iniciação) começam com o relato da imaculada Concepção e terminam com a Crucificação, ambos ideais maravilhosos que alguma vez teremos de alcançar, porque somos Cristos em formação e em algum momento passaremos pelo nascimento místico e pela morte mística anunciados nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos apressar o dia da nossa libertação inteligentemente, em vez de frustrarmos estupidamente o nosso desenvolvimento espiritual, como agora fazemos.
Em relação à Imaculada Concepção prevalecem incompreensões em todos os sentidos, quais sejam: a perpétua virgindade da mãe, depois do parto; a baixa posição de Jose como suposto pai adotivo, etc. Vamos rever, rapidamente, estes pontos, como se revelados na Memória da Natureza.
Em algumas partes da Europa classificam-se de “bem nascidos” ou mesmo “altamente bem nascidos” as pessoas de classe elevada, filhos de pais que tem lugar preponderante na sociedade. Tais pessoas por vezes, olham com desdém os de modesta posição.
Nada temos contra a expressão “bem nascidos” e desejaríamos mesmos que todos fossem bem nascidos, isto é, que fossem filhos de pais de alta posição moral, se nos importar à sua hierarquia social.
Existe uma virgindade da alma que independe do estado do corpo: uma pureza da mente, que conduz o que a possui ao ato da geração sem a mancha da paixão e torna possível que a mãe tenha o filho em seu seio com um amor inteiramente isento da paixão sexual.
Antes do tempo de Cristo, isso era impossível. Em tempos remotos, na carreira do homem sobre a Terra, era mais desejável a quantidade do que a qualidade e dai a ordem: “Crescei e multiplicai-vos”. Além disso, foi necessário que o homem esquecesse temporariamente sua natureza espiritual e concentrasse suas energias sobre as condições materiais. A indulgência na paixão sexual atingiu esse objetivo e a natureza de desejos teve amplitude em suas funções. Floresceu a poligamia e quanto mais filhos tivesse um matrimônio mais se honrava, enquanto que a esterilidade era vista como a maior aflição possível.
Por outro lado, a natureza de desejos foi refreada pelas leis dadas por Deus, e a obediência aos mandatos divinos foi forçada por castigos aplicados aos transgressores, tais como guerras, pestes ou fomes. Recompensava-se a rigorosa observância desses mandatos e os filhos, o gado e as colheitas do homem “reto” eram numerosos; obtinha vitórias sobre os seus inimigos e a taça da felicidade transbordava para ele.
Mais tarde, quando a terra estava suficientemente povoada, depois do dilúvio Atlante, a poligamia foi decrescendo cada vez mais, tendo como resultado a melhoria da qualidade dos corpos e, na época de Cristo, a natureza de desejos podia ser dominada no caso dos mais avançados entre a humanidade. O ato gerador tornava-se possível sem paixão, por puro amor, para que os filhos fossem concebidos imaculadamente.
Assim eram os pais de Jesus. Diz-se que José era um carpinteiro; todavia ele não era um trabalhador de madeira, mas um construtor no mais alto sentido. Deus é o Grande Arquiteto do universo. Abaixo de Deus existem muitos construtores de diferentes graus de esplendor espiritual, e, ainda mais abaixo, estão aqueles que conhecemos como maçons. Todos estão ocupados e comprometidos na construção de um templo sem ruído de mate1os, e José não era uma exceção.
Por vezes perguntam-nos por que os Iniciados são sempre homens e nunca mulheres. Não é assim: nos graus inferiores existem muitas mulheres. Mas quando é permitido a um Iniciado escolher o sexo, normalmente prefere um corpo positivo, masculino, já que a vida que o conduziu à iniciação espiritualizou o seu corpo vital e o tornou positivo Sob todas as condições, de modo a ter, então, um corpo da mais alta eficiência.
No entanto, há épocas em que as exigências de natureza evolutiva requerem um corpo feminino, como por exemplo, para prover um corpo do mais refinado tipo, a fim de que receba um Ego de grau elevadíssimo. Então, um alto Iniciado pode tomar um corpo feminino e passar de novo, pela experiência da maternidade, depois de talvez, tê-lo deixado de fazer por várias vidas, como foi o caso do formoso caráter que conhecemos como Maria de Bethleém.
Em conclusão, recordemos os pontos expostos: somos Cristos em formação; algum dia teremos de cultivar caracteres tão imaculados que poderemos ser dignos de habitar corpos imaculadamente concebidos; e que, quanto mais depressa começarmos a purificar as nossas mentes dos pensamentos luxuriosos, mais depressa alcançaremos esse objetivo. Em última análise, isso depende apenas da honestidade dos nossos propósitos e da força da nossa vontade.
“A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino, que dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.
Max Heindel
Por Max Heindel
Referências: Mateus 1: 20-25; Lucas 1: 26-35.
As letras em vermelho foram acrescidas por mim – Abel Fernandes - para melhor compreensão do texto, se bem que Max Heindel é completo em seus ensinos e nem necessita de maiores explicações, mas achei por bem acrescentar estes apartes os quais podem se retirados ou mantidos conforme o desejo de cada leitor em particular)
A doutrina da Imaculada Concepção é um dos mais sublimes mistérios da Religião Cristã e, talvez por esta razão, tem sido mais encarada pelo lado material do que qualquer outro dos mistérios.
A idéia popular, mas errônea, é que há uns 2.000 anos, um indivíduo chamado Jesus Cristo, nasceu sem a necessidade da cooperação de um pai terreno, e que este incidente é tido como único na história do mundo.
Na realidade não é assim. A imaculada concepção já ocorreu muitas vezes na história do mundo e será universal no futuro.
O fluxo e refluxo periódico das forças materiais e espirituais que afetam a Terra,são as causas invisíveis das atividades físicas, morais e mentais, exercidas sobre o nosso globo. De acordo com o axioma hermético “como em cima, assim é em baixo”; uma atividade semelhante ocorre no homem, que é uma edição menor da mãe natureza.
Os animais têm vinte e oito pares de nervos espinhais e, atualmente, estão em seu estado lunar, perfeitamente sintonizados com os vinte e oito dias que a Lua demora em circundar o Zodíaco. O Espírito-Grupo regula o acasalamento dos animais em estado selvagem. Por isso, neles não existe o abuso sexual. (sexo só para a satisfação do prazer e da luxúria - nota do redator)
O homem, no entanto, encontra-se num estado de transição: progrediu demasiado e por isso mesmo não obedece às vibrações lunares, porque tem trinta e um pares de nervos espinhais. (três a mais do que os animais, indicando que como homem já percorreu três períodos completos na Escala da sua Evolução de sete períodos - agora está na metade do quarto período - o Período Terrestre - atingindo o auge de sua materialidade. Daqui para frente começa o arco de sua subida de volta ao Pai conscientemente! Os arcos nas portas dos templos tradicionais representam esse arco da subida, para completar o círculo, que é sua perfeição - em geometria sagrada o círculo é o símbolo da perfeição, e o meio círculo - "Lua" é o símbolo da imperfeição. - nota do redator) Mas ainda não está sintonizado com o mês solar de trinta e um dias e acasala-se em qualquer época do ano; daí o período menstrual da mulher, o qual, em condições apropriadas, é utilizado para formar parte do corpo de um filho, mais perfeito que o do seu pai ou de sua mãe.
De igual modo o fluxo periódico da humanidade converte se na coluna mestra do adiantamento racial e o fluxo periódico das forças espirituais da Terra, que ocorre pelo Natal, resulta no nascimento de Salvadores, que de tempos em tempos renovam os impulsos para o avanço espiritual da raça humana. (Os salvadores da Humanidade quase sempre nascem próximos do Natal, nos meses de dezembro e janeiro - Capricórnio e Aquário – nota do redator)
A Bíblia consta de duas partes: O Velho e o Novo Testamento. Depois de relatar resumidamente como foi formado o mundo, o Antigo Testamento fala-nos da queda.
Entendemos que a queda foi ocasionada pelo abuso ignorante da força sexual do homem, (A Energia Sexual é uma força proveniente de Marte, e os Espíritos Marcianos têm a forma de serpentes - daí o pênis do homem ser tão parecido como uma serpente e os espermatozóides também. A energia sexual percorre a medula espinhal desde o cóccix até o cérebro, lembrando bem a forma das serpentes. Os iniciados entre os faraós, que conseguiam sublimar essa energia e só utilizá-la para fins superiores, traziam-na na testa, para expressar essa sublimação – nota do redator) em ocasiões em que os raios interplanetários eram adversos à concepção dos melhores e mais puros veículos. Deste modo, o homem foi-se aprisionando gradualmente em um corpo denso, cristalizado pela pecaminosa paixão e consequentemente um veículo imperfeito sujeito ao sofrimento e à morte.
Então, começou a peregrinação através da matéria. Por milênios temos vivido neste duro e cristalizado corpo que obscurece a luz dos céus ao espírito interno. O Espírito é um diamante encerrado numa crosta grosseira e os lapidadores celestiais, os Anjos do Destino, (provenientes do planeta Saturno – o planeta do sofrimento - nota do redator) estão continuamente procurando remover essa crosta, a fim de que possa brilhar através do veículo que anima.
Quando o lapidário encosta o diamante à pedra que o lapida, o diamante emite um chiado, como se fosse um grito de dor, à medida que a cobertura opaca vai se desprendendo. Mas, aos poucos, o diamante bruto submetido às aplicações da pedra polidora, transforma-se numa gema de transcendental brilho e pureza.
Do mesmo modo, os seres celestiais que velam pela nossa evolução comprimem-nos fortemente contra a pedra polidora da experiência. Dores e sofrimentos resultam disto e despertam o Espírito que dorme dentro de nós. O homem que até este momento se contentou com as coisas materiais, que tem sido indulgente com os sentidos e com o sexo, fica cheio de um divino descontentamento que o impele a buscar uma vida mais elevada.
No entanto, a satisfação dessa sublime aspiração é normalmente acompanhada de urna luta muito severa, por parte da natureza inferior. Foi durante essa luta que São Paulo exclamou com toda a angústia de um coração devoto e aspirante: - “infeliz homem que sou... Porque me deleito na lei de Deus segundo o homem interior Mas sinto nos meus membros outra lei que repugna à lei do meu espírito e que me faz cativo na lei do pecado que está nos meus membros” (Romanos 7: 19-24).
Quando se espreme urna flor, liberta-se a sua essência e assim enche- se o ambiente da sua grata fragrância, que deleita o olfato de todos os que tenham a sorte de estar próximo. Os golpes do destino podem envolver um homem ou urna mulher que tenha chegado ao estado de florescência, mas isso servirá para mostrar a doçura da natureza e exaltar a beleza da alma, até que brilhe com um fulgor que marca o seu possuidor com um halo luminoso.
Então essa pessoa se encontra no caminho da Iniciação. Ensina-se-lhe como o licencioso uso do sexo, sem ter em conta os raios estelares, o fez prisioneiro do corpo, como está acorrentado por ele e como por meio do uso apropriado dessa mesma força sexual, em harmonia com as estrelas, pode melhorar gradualmente e eterizar o seu corpo, obtendo afinal a libertação da existência concreta.
Um construtor naval não pode fazer um barco usando madeiras ordinárias. O homem não colhe uvas de espinheiros; o semelhante atrai o semelhante, e um Ego pessoal que se encarna é atraído a pais da mesma natureza e deste modo o seu corpo será concebido em harmonia com o impulso do momento, pela satisfação dos sentidos.
A alma que provou da taça da tristeza devido ao abuso da força criadora e bebeu sua amargura, gradualmente buscará pais cada vez menos dominados pelos instintos passionais, até que por fim obterá a Iniciação.
Instruído no processo da Iniciação sobre a influência dos raios estelares no parto, o próximo corpo será gerado por pais Iniciados, sem paixão e sob a constelação mais favorável para o trabalho a que o Ego se propôs.
Por isso, os Evangelhos (que são fórmulas de Iniciação) começam com o relato da imaculada Concepção e terminam com a Crucificação, ambos ideais maravilhosos que alguma vez teremos de alcançar, porque somos Cristos em formação e em algum momento passaremos pelo nascimento místico e pela morte mística anunciados nos Evangelhos. Por meio do conhecimento podemos apressar o dia da nossa libertação inteligentemente, em vez de frustrarmos estupidamente o nosso desenvolvimento espiritual, como agora fazemos.
Em relação à Imaculada Concepção prevalecem incompreensões em todos os sentidos, quais sejam: a perpétua virgindade da mãe, depois do parto; a baixa posição de Jose como suposto pai adotivo, etc. Vamos rever, rapidamente, estes pontos, como se revelados na Memória da Natureza.
Em algumas partes da Europa classificam-se de “bem nascidos” ou mesmo “altamente bem nascidos” as pessoas de classe elevada, filhos de pais que tem lugar preponderante na sociedade. Tais pessoas por vezes, olham com desdém os de modesta posição.
Nada temos contra a expressão “bem nascidos” e desejaríamos mesmos que todos fossem bem nascidos, isto é, que fossem filhos de pais de alta posição moral, se nos importar à sua hierarquia social.
Existe uma virgindade da alma que independe do estado do corpo: uma pureza da mente, que conduz o que a possui ao ato da geração sem a mancha da paixão e torna possível que a mãe tenha o filho em seu seio com um amor inteiramente isento da paixão sexual.
Antes do tempo de Cristo, isso era impossível. Em tempos remotos, na carreira do homem sobre a Terra, era mais desejável a quantidade do que a qualidade e dai a ordem: “Crescei e multiplicai-vos”. Além disso, foi necessário que o homem esquecesse temporariamente sua natureza espiritual e concentrasse suas energias sobre as condições materiais. A indulgência na paixão sexual atingiu esse objetivo e a natureza de desejos teve amplitude em suas funções. Floresceu a poligamia e quanto mais filhos tivesse um matrimônio mais se honrava, enquanto que a esterilidade era vista como a maior aflição possível.
Por outro lado, a natureza de desejos foi refreada pelas leis dadas por Deus, e a obediência aos mandatos divinos foi forçada por castigos aplicados aos transgressores, tais como guerras, pestes ou fomes. Recompensava-se a rigorosa observância desses mandatos e os filhos, o gado e as colheitas do homem “reto” eram numerosos; obtinha vitórias sobre os seus inimigos e a taça da felicidade transbordava para ele.
Mais tarde, quando a terra estava suficientemente povoada, depois do dilúvio Atlante, a poligamia foi decrescendo cada vez mais, tendo como resultado a melhoria da qualidade dos corpos e, na época de Cristo, a natureza de desejos podia ser dominada no caso dos mais avançados entre a humanidade. O ato gerador tornava-se possível sem paixão, por puro amor, para que os filhos fossem concebidos imaculadamente.
Assim eram os pais de Jesus. Diz-se que José era um carpinteiro; todavia ele não era um trabalhador de madeira, mas um construtor no mais alto sentido. Deus é o Grande Arquiteto do universo. Abaixo de Deus existem muitos construtores de diferentes graus de esplendor espiritual, e, ainda mais abaixo, estão aqueles que conhecemos como maçons. Todos estão ocupados e comprometidos na construção de um templo sem ruído de mate1os, e José não era uma exceção.
Por vezes perguntam-nos por que os Iniciados são sempre homens e nunca mulheres. Não é assim: nos graus inferiores existem muitas mulheres. Mas quando é permitido a um Iniciado escolher o sexo, normalmente prefere um corpo positivo, masculino, já que a vida que o conduziu à iniciação espiritualizou o seu corpo vital e o tornou positivo Sob todas as condições, de modo a ter, então, um corpo da mais alta eficiência.
No entanto, há épocas em que as exigências de natureza evolutiva requerem um corpo feminino, como por exemplo, para prover um corpo do mais refinado tipo, a fim de que receba um Ego de grau elevadíssimo. Então, um alto Iniciado pode tomar um corpo feminino e passar de novo, pela experiência da maternidade, depois de talvez, tê-lo deixado de fazer por várias vidas, como foi o caso do formoso caráter que conhecemos como Maria de Bethleém.
Em conclusão, recordemos os pontos expostos: somos Cristos em formação; algum dia teremos de cultivar caracteres tão imaculados que poderemos ser dignos de habitar corpos imaculadamente concebidos; e que, quanto mais depressa começarmos a purificar as nossas mentes dos pensamentos luxuriosos, mais depressa alcançaremos esse objetivo. Em última análise, isso depende apenas da honestidade dos nossos propósitos e da força da nossa vontade.
“A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino, que dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.
Max Heindel
Assinar:
Postagens (Atom)